segunda-feira, 31 de maio de 2010

Missão em Boston

Missão em Boston

Pela primeira vez Tex e Carson estão em Boston, capital do estado de Massachusetts. Numa cidade gelada pela neve que não cessa de cair, nossos heróis – que foram investigar tráfico de armas praticado por um índio da reserva navajo – se veem às voltas com crimes em plena luz do dia, praticados por uma bem organizada associação criminosa. Após escaparem de um atentado, eles conhecem um agente da Pinkerton que os auxilia e abre caminhos na desconhecida cidade grande. Um excelente e inspirada aventura escrita por Cláudio Nizzi e muitíssimo bem ilustrada pela arte detalhada e impecável de FABIO CIVITELLI.

domingo, 30 de maio de 2010

Alma Gaudéria

Alma Gaudéria

Rui Cardoso Nunes

Os rasteadores da História
campearam minha memória,
do tempo nas noites grandes,
e me encontraram na Taba,
nos araxás do ameraba
da cordilheira dos Andes!
Dos séc'los na densa bruma,
a minha origem se esfuma!
Sou alma xucra e gaudéria
que vem de tempos sem fim!
Ninguém sabe de onde eu vim,
se de Atlântida ou Sibéria!
Talvez fosse um lemuriano,
guardasse n'alma o arcano
da legendária Lemúria -
minha primeira Querência,
tragada pela violência
de cataclismos em fúria!
Talvez malaio, australiano,
ou mongol, ou tasmaniano,
antes de vir para a América!
Sou, hoje, o guasca sulino
mestiço com beduíno
lá da Península Ibérica!
Sou mescla de vários sangues!
Dos temidos Caingangues
sinto a fibra em minha raça!
Destas coxilhas sou filho,
cruza de branco caudilho
com ameríndia lindaça!
Fui Charrua e Minuano!
Enfrentei o lusitano
nos campos de Caiboaté!
Na região missioneira,
iluminei a fronteira
nas guerrilhas de Sepé!
Fui guerreiro, andei lutando...
Surgi mil vezes peleando,
mil vezes tombei na guerra,
eternizando na história,
numa legenda de glória,
as tribos de minha Terra!
Marquei, com sangue estrangeiro,
deste Torrão Guerreiro
as fronteiras que ele tem!
E nelas, qual marco vivo,
deixei meu sangue nativo,
as demarcando também!
E se alguém, num dia aziago,
quiser tomar este pago,
ser das coxilhas monarca,
há de sentir pelo lombo,
no impacto de cada tombo,
que nossa Terra tem marca!

sábado, 29 de maio de 2010

John Ford

John Ford, também creditado como Jack Ford, nascido com o nome de Sean Aloysius O'Fearna ou John Martin Feeney (Cape Elizabeth, Maine, 1 de Fevereiro de 1894 – 31 de Agosto de 1973) foi um cineasta dos Estados Unidos da América de grande renome, da década de 1930 a 1960, conhecido, principalmente, mas não só, pelos seus westerns. Alguns dos seus filmes são presenças assíduas entre as escolhas dos cinéfilos de todo o mundo. De facto, filmes como Stagecoach ( No tempo das diligências ), Young Mr. Lincoln (A mocidade de Lincoln), ou The Searchers ( Rastros de ódio ), são frequentemente citados como sendo alguns dos melhores filmes de sempre.

O actor mais importante na filmografia de John Ford é John Wayne, que Ford transformou numa estrela de Hollywood.

Ford era Era descendente de Irlandeses de Galway - muitos dos seus filmes têm, aliás, referências à sua ascendência. Nascido John Martin Feeney passou, porém, toda a juventude sob o nome John Augustine Feeney, e em seu passaporte consta Sean Aloysius O’Feeney, pois escolhera o nome Aloysius quando fez o Crisma.

Passou a juventude em Portland, e trabalhava conduzindo uma carroça de peixe, e posteriormente foi entregador e publicista de uma fábrica de calçados. À noite, trabalhava como lanterninha do Teatro Jefferson e no Ponto da Jóia, apaixonando-se, assim, pelo teatro.

Tentou ingressar na Academia Naval de Annapolis, mas não passou no exame de admissão, e resolveu partir para a Califórnia, onde seu irmão já morava. Iniciou-se como ator em 1914, por intermédio de seu irmão, o ator-diretor Francis Ford, incialmente sob o nome Jack Ford, nome que conservou, atuando e dirigindo, até 1923, quando assumiu definitivamente o nome artístico John Ford.

O primeiro crédito como ator, sob o nome Jack Ford, foi no filme The Mysterious Hand. Após aparecer em dez filmes e três seriados dirigidos pelo irmão, iniciou-se na direção, com o filme The Tornado ("O Furacão"), em 1917, onde também era ator. Nesse ano, com o filme Soul Herder ("O Arrebanhador de Almas"), da Universal, ainda como Jack Ford, iniciou uma associação com Harry Carey, a qual duraria quatro anos e renderia 29 filmes. Entre 1917 e 1919, Ford dirigiria 31 Westerns, alguns com Harry Carey, Pete Morrison e Ed Jones, todos pela Universal.

Em 1920 assinou com William Fox, e apenas em 1923, quando dirigiu Camo Kirby ("Sota, Cavalo e Rei"), é que foi creditado com John Ford, e a consagração viria em 1924, com The Iron Horse ("O Cavalo de Ferro"), seu segundo grande épico da conquista do oeste. Com o filme Three Bad Men ("Três Homens Maus"), em 1926, em que estrelavam Tom Mix, George O’Brien e Buck Jones, Ford encerra sua fase de cinema mudo.

A partir de então se tornou, segundo a crítica, um dos maiores contribuidores para o desenvolvimento do cinema, em especial do gênero Western. Dedicou-se, porém, aos mais variados gêneros, voltando ao Western em 1939, com Stagecoach ("No Tempo das Diligências"), que destacou John Wayne então em início de carreira.

Em 51 anos de carreira, Ford dirigiu 133 filmes, o último em 1965, Seven Women ("Sete Mulheres"), após o que ainda dirigiu ainda alguns documentários para a TV. Faleceu de câncer, ao lado da esposa Mary McBride Smith Ford.

Como ator

• The Strong Arm Squad (1916)
• Chicken-hearted Jim (1916)
• The Adventures of Peg O’The Ring (1916) ("A Filha do Circo")
• The Bandit’s Wager (1916)
• The Purple Mask ((1916) ("A Máscara Vermelha")
• Smuggler’s Island (1915)
• The Birth of a Nation (1915) ("O Nascimento de uma Nação") - era um dos extras
• Three Bad Men and a Girl (1915)
• The Dorway of Destruction (1915)
• The Broken Coin (1915) ("A Moeda Quebrada")
• The Campbells Are Coming (1915)
• The Call of the Waves (1915) ("O Chamado das Ondas")
• The Mysterious Hand (1914)

Como diretor

• 1976 - Chesty: a Tribute to a Legend - Documentário de 28 minutos, feito para TV
• 1971 - Vietnam! Vietnam! - Documentário de 58 minutos.
• 1966 - 7 Women (Sete Mulheres)
• 1965 - Young Cassidy (O Rebelde Sonhador)
• 1964 - Cheyenne Autumn (Crepúsculo de Uma Raça)
• 1963 - Donovan’s Reef
• 1962 - How the West Was Won
• 1962 - The Man Who Shot Liberty Valance
• 1961 - Two Rode Together (Terra Bruta)
• 1960 - Sergeant Rutledge (Audazes e Malditos)
• 1959 - Korea (Curta-Metragem) - Documentário de 40 minutos
• 1959 - The Horse Soldiers (Marcha de Heróis)
• 1958 - The Last Hurrah
• 1958 - Gideon's Day (Um Crime Por Dia)
• 1957 - The Rising of the Moon
• 1957 - The Wings of Eagles
• 1956 - The Searchers
• 1955 - The Bamboo Cross (Tv) Episódio da série "Fireside Theatre", de 27 minutos
• 1955 - Mister Roberts
• 1955 - The Long Gray Line (A Paixão de Uma Vida)
• 1953 - Mogambo
• 1953 - The Sun Shines Bright
• 1952 - What Price Glory (Sangue Por Glória)
• 1952 - The Quiet Man
• 1951 - This Is Korea! - Documentário de 50 minutos
• 1950 - Rio Grande
• 1950 - Wagon Master (Caravana de Bravos)
• 1950 - When Willie Comes Marching Home (O Azar de Um Valente)
• 1949 - She Wore a Yellow Ribbon
• 1948 - Three Godfathers
• 1948 - Fort Apache
• 1947 - The Fugitive (Domínio de Bárbaros)
• 1946 - My Darling Clementine
• 1945 - They Were Expendable (Fomos os Sacrificados)
• 1943 - December 7th - Documentário, versões em 30 e 85 minutos
• 1943 - We Sail at Midnight - Documentário de 20 minutos
• 1942 - Tokyo Report - Documentário sobre o ataque a Tóquio
• 1942 - Torpedo Squadron - Documentário de 8 minutos
• 1942 - The Battle of Midway - Documentário de 17 minutos
• 1942 - Sex Hygiene - Documentário de 30 minutos
• 1941 - Canal Report - Documentário sobre as defesas do Panamá
• 1941 - How Green Was My Valley
• 1941 - Tobacco Road (Caminho Áspero)
• 1940 - The Long Voyage Home (A longa Viagem de Volta)
• 1940 - The Grapes of Wrath (As vinhas da ira)
• 1939 - Drums Along the Mohawk (Ao Rufar dos Tambores)
• 1939 - Young Mr. Lincoln (A Mocidade de Lincoln)
• 1939 - Stagecoach
• 1938 - Submarine Patrol (Patrulha Submarina)
• 1938 - Four Men and a Prayer (Quatro Homens e Uma Prece)
• 1937 - The Hurricane (O Furacão)
• 1937 - Wee Willie Winkie (A Queridinha do Vovô)
• 1936 - The Plough and the Stars (Horas Amargas)
• 1936 - Mary of Scotland (Mary Stuart, Rainha da Escócia)
• 1936 - The Prisoner of Shark Island (O Prisioneiro da Ilha dos Tubarões)
• 1935 - Steamboat Round the Bend
• 1935 - The Informer
• 1935 - The Whole Town's Walking (O Homem que Nunca Pecou)
• 1934 - Judge Priest
• 1934 - The World Moves On (A Marcha dos Século)
• 1934 - The Lost Patrol (A Patrulha Perdid)
• 1933 - Doctor Bull
• 1933 - Pilgrimage ("Peregrinação")
• 1932 - Flesh ("Carne")
• 1932 - Airmail (Asas Heróicas)
• 1931 - Arrowsmith
• 1931 - The Brat (A Garota)
• 1931 - Seas Beneath (Sob as Onda)
• 1930 - Up the River
• 1930 - Born Reckless (Galanteador Audaz)
• 1930 - Men Without Women (Homens sem Mulheres)
• 1929 - Salute (Em Continência)
• 1929 - The Black Watch (A Guarda Negra)
• 1929 - Strong Boy (O Moço Forte)
• 1928 - Riley the Cop (Polícia Solteirão)
• 1928 - Napoleon's Barber (O Barbeiro de Napoleão)
• 1928 - Hangman's House (Justiça do Amor)
• 1928 - Four Sons (Quatro Filhos)
• 1928 - Mother Machree (Minha Mãe/ Sacrifício)
• 1927 - Upstream (A Torrente da Fama)
• 1926 - The Blue Eagle (A Águia Azul)
• 1926 - 3 Bad Men (Três Homens Maus)
• 1926 - The Shamrock Handicap (A Folha de Trevo)
• 1925 - Thank You (Agradecido)
• 1925 - The Fighting Heart (Coração Intrépido)
• 1925 - Kentucky Pride (Puro-Sangue)
• 1925 - Lightin' (O Coração Não Envelhece)
• 1924 - Hearts of Oak (Amor, Juventude e Sacrifício)
• 1924 - The Iron Horse
• 1923 - Hoodman Blind (Cegueira Humana)
• 1923 - North of Hudson Bay (Jornada da Morte)
• 1923 - Cameo Kirby (Sota, Cavalo e Rei) - primeiro filme como John Ford
• 1923 - Three Jumps Ahead (Descendo Abismos)
• 1923 - The Face On the Bar-Room Floor (O Romance de um Pintor Célebre)
• 1922 - The Village Blacksmith (O Ferreiro da Aldeia)
• 1922 - Silver Wings (Veneração Extrema)
• 1922 - Little Miss Smiles (Senhorita Sorriso)
• 1921 - Jackie (A Dançarina)
• 1921 - Sure Fire (Fogo Certeiro)
• 1921 - Action (Ação Enérgica)
• 1921 - Desperate Trails (Pista Inapagável)
• 1921 - The Wallop (Corações Independentes)
• 1921 - The Freeze-Out (O Chicote do Amor)
• 1921 - The Big Punch (Amor Maternal)
• 1920 - Just Pals (Camaradas)
• 1920 - Hitchin' Posts (No Campo de Honra)
• 1920 - The Girl in Number 29 (A Dama do Nº 29)
• 1920 - The Prince of Avenue A (Doce Atrocidade)
• 1919 - The Last Outlaw
• 1919 - The Rustlers
• 1919 - Marked Men (Homens Marcados)
• 1919 - A Gun Fightin' Gentlemen (Dignidade)
• 1919 - Rider of the Law (Expiação)
• 1919 - The Ace of the Saddle (Ação Fecunda)
• 1919 - The Outcasts of Poker Flat (O Caminheiro)
• 1919 - Riders of Vengeance (Cavaleiros da Vindita)
• 1919 - By Indian Post (O Índio Correio)
• 1919 - The Gun Packer
• 1919 - Gun Law
• 1919 - Bare Fists (A Promessa)
• 1919 - A Fight for Love (Uma Contenda de Amor)
• 1919 - The Fighting Brothers (Luta Entre Irmãos)
• 1919 - Roped (Loteria Matrimonial)
• 1919 - The Craving
• 1918 - The Hill Billy (A Onda da Indignação)
• 1918 - Delirium
• 1918 - Three Mounted Men (Os Três Cavaleiros)
• 1918 - A Woman's Fool (Nas Malhas de Cupido)
• 1918 - Hell Bent (A Recompensa)
• 1918 - The Scarlet Drop (Pingo de Sangue)
• 1918 - Thieves' Gold (Quando se Ama)
• 1918 - Wild Women (Reino Venturoso)
• 1918 - The Phantom Riders (Rosa do Paraíso)
• 1917 - Red Saunders Plays Cupid
• 1917 - Bucking Broadway
• 1917 - A Marked Man (Preito de um Foragido)
• 1917 - The Secret Man (O Fugitivo)
• 1917 - Straight Shooting (O Último Cartucho)
• 1917 - Cheyenne's Pal
• 1917 - The Cattie War
• 1917 - The Trail of Shadows
• 1917 - The Soul Herder (Arrebanhador de Almas)
• 1917 - The Scrapper
• 1917 - The Trail of Hate
• 1917 - The Tornado (O Furacão) - ainda como Jack Ford, ator e diretor

Prémios e nomeações

• Indicação ao Oscar de filme por Arrowsmith ("Médico e Amante") em 1931/32
• Indicação ao Oscar de filme por The Informer ("O Delator") em 1935
• Oscar de direção por The Informer ("O delator") em 1935
• Indicação ao Oscar de filme por Stagecoach ("No tempo das Diligências") em 1939
• Indicação ao Oscar de direção por Stagecoach ("No tempo das Diligências") em 1939
• Indicação ao Oscar de filme por The Grapes of Wrath ("As Vinhas da Ira") em 1940
• Indicação ao Oscar de filme por The Long Voyage Home ("A Longa Viagem de Volta") em 1940
• Oscar de direção por The Grapes of Wrath ("As Vinhas da Ira") em 1940
• Oscar de filme por How Green Was My Valley ("Como Era Verde o Meu Vale") em 1941
• Oscar de direção por How Green Was My Valley ("Como Era Verde o Meu Vale") em 1941
• Indicação ao Oscar de filme por The Quiet Man ("Depois do Vendaval") em 1952
• Oscar de direção por The Quiet Man ("Depois do Vendaval") em 1952
• Indicação ao Oscar de filme, juntamente com Mervyn LeRoy, por Mister Roberts ("Mister Roberts"), em 1955
• Indicação ao Oscar de filme por How the West Was Won ("A Conquista do Oeste") em 1963
• Recebeu uma nomeação ao Globo de Ouro de Melhor Realizador, por "The Quiet man" (1952).
• Ganhou um Globo de Ouro especial em 1955, em reconhecimento ao seu pioneirismo na indústria do cinema.
• Ganhou o Grand Prix no Festival de Locarno, por "When Willie comes marching home" (1950).
• Ganhou o Prémio de Melhor Realizador no Festival de Locarno, por "Fort Apache" (1948).
• Ganhou o Prémio Internacional no Festival de Veneza, por "The Quiet man" (1952).
• Ganhou o Prémio OCIC no Festival de Veneza, por "The Quiet man" (1952).
• Ganhou duas nomeações especiais no Festival de Veneza, por "The Whole town's walking" (1934) e "Mary of Scotland" (1936).
• Ganhou um Leão de Ouro honorário em 1971, em reconhecimento da sua carreira no cinema.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Origem dos Termos Chimangos e Maragatos

Origem dos Termos Chimangos e Maragatos

MARAGATO

O termo tinha uma conotação pejorativa atribuída pelos legalistas aos revoltosos liderados por Gaspar Silveira Martins, que deixaram o exílio, no Uruguai, e entraram no RS à frente de um exército.

Como o exílio havia ocorrido em região do Uruguai colonizada por pessoas originárias da Maragateria (na Espanha), os republicanos apelidaram-nos de "maragatos", buscando caracterizar uma identidade "estrangeira" aos federalistas.

Com o tempo, o termo perdeu a conotação pejorativa e assumiu significado positivo, aceito e defendido pelos federalistas e seus sucessores políticos

O lenço VERMELHO identificava o maragato.

Denominação dada ao revolucionário ou partidário da revolução rio-grandense de 1893, adepto do credo político pregado por Gaspar da Silveira Martins e adversário do partido então dominante, chefiado por Júlio Prates de Castilhos. Revolucionário ou partidário da revolução rio-grandense de 1923, adepto do partido liderado por Joaquim Francisco de Assis Brasil e contrário a Antônio Augusto Borges de Medeiros, governador do Estado. Federalista.

"Na província de León, Espanha, existe uma comarca denominada Maragateria, cujos habitantes têm o nome de maragatos, e, que, segundo alguns, é um povo de costumes condenáveis; pois, vivendo a vagabundear de um ponto a outro, com cargueiros, vendendo e comprando roubos e por sua vez roubando principalmente animais; são uma espécie de ciganos.

Aos naturais da cidade de São José, no Estado Oriental do Uruguai, dão neste país o nome de maragatos, talvez porque os seus primeiros habitantes fossem descendentes de maragatos espanhóis. Pelo fato de os rebeldes em suas excursões irem levantando e conduzindo todos os animais que encontravam, tendo apenas bagagens ligeiras, cargueiros, etc. Como os da Maragateria e porque (com exceções) suspendiam com o que encontravam em suas correrias, aplicou-se-lhes aquela denominação, que aliás eles retribuíram com outras não menos delicadas aos republicanos, a despeito da correção em geral observada por estes em toda a luta." (Romaguera).

"Ainda hoje (1897), que 11 séculos são decorridos, os maragatos constituem um nódulo distinto no meio da população lionesa. São ainda os bérberes antigos: usam a cabeça raspada, com uma mecha de cabelo na parte posterior; falam uma linguagem que não é bem castelhana, a qual apresenta uma pronúncia arrastada, dura e lenta, e são geralmente arredios." (Oliveira Martins, apud Vocabulo Sul-RioGrandense, P.A., Globo, 1964, p. 289).

"Trouxera consigo, além do irmão Aparício, um grupo de maragatos do Departamento de S. José, nome por que eram conhecidos os imigrantes de certa região da Espanha, e, que, pelo prestígio do chefe, se extendeu a todos os rebeldes da Revolução Federalista e até, posteriormente, a qualquer adversário da situação castilhista do Rio Grande." (Arthur Ferreira Filho, Revoluções e Caudilhos, 2a ed., Passo Fundo, p. 34).

"J. F. de Assis Brasil, o velho líder político maragato, lança "A Atitude do Partido Democrático Nacional na Crise da Sucesso Presidencial do Brasil", um trabalho que merece ser lido e meditado" (Pedro Leite Villas-Bôas, Um Quarto de Século de Literatura Rio-Grandense - 1929-1954", in Revista da Academia Rio-Grandense de Letras, n9 I, P.A., 1980, p. 125).

"Velho tropeiro Vicente,
que amas tuas origens . .
fibra de velhas raizes,
em solo duro e ingrato.
Teimoso remanescente
duma raça em extinção . . .
És caudilho maragato
sem armas nem munição,
peleando valentemente
na defesa deste chão!"
(Cardo Bravo, Rebeldia, poema).

CHIMANGO

Alcunha dada no Rio Grande aos partidários do governo na revolução de 1923. Ave de rapina muito comum na campanha rio-grandense, parecida com o carcará, porém menor do que este.

Epíteto depreciativo dado aos liberais moderados pelos conservadores, no início da Monarquia brasileira. No RS, nos anos de 1920, foi a alcunha dada pelos federalistas ao governistas do PRR.

O lenço de cor BRANCA identificava os chimangos.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O Anjo da Vingança

O Anjo da Vingança

De passagem pelo Wyoming, Tex e Carson presenciam o descarrilamento de um trem de gado. Após uma ligeira investigação, descobrem que a responsável é a bela mas perversa Tessy Malone, que comprou um rancho no vale do rio Muddy e quer se apossar de todas as pastagens da região, não se importando de recorrer para isso inclusive ao crime de homicídio. Os dois rangers decidem ajudar os fazendeiros do vale a defender-se da inescrupulosa mulher e o capataz dela, Jubal Ford, tenta matar os dois agentes da lei.


Numa época em que os pastos verdejantes não eram sequer demarcados e todos podiam criar seus rebanhos livremente, uma bela fazendeira resolve expulsar todos os vizinhos, visando lucros e poder. E para alcançar seus propósitos, ela se serve de métodos sujos, culminando em assassinatos.

Tex e Carson passam pela região e se envolvem nos problemas locais, justo quando os capangas tratam de convencer os vizinhos pelo medo. Os dois justiceiros terão que se ver com a fúria da bela e perigosa mulher (que usa seus encantos para forçar os homens a obedecê-la) e ajudar os pacíficos fazendeiros da região.

Para assegurar os direitos de pastagens aos rancheiros do vale do rio Muddy, ameaçados por uma inescrupulosa rancheira, Tex manda fazer cercas de arame farpado, o que é considerado uma verdadeira ofensa naquela região, acostumada às pastagens abertas e sem fronteiras. A reação de Tessy Malone é mandar seu braço direito, Jubal Ford, seqüestrar o jovem Pat Starrett, filho de um fazendeiro do vale. Agora a guerra está declarada e talvez não hajam vencedores em nenhum dos lados.

Os homens da lei sofrem uma emboscada e são ajudados pelos cowboys amigos, porém o jovem Starret fica nas mãos de Tessy. Ela sabe o que lhe espera se descobrirem que é a responsável pelo rapto, então devolve-o, mas antes aplica-lhe um duro castigo, detonando toda a fúria de Tex, que de certo modo sente-se responsável pelo que se sucede.

Tex e Carson perseguem os raptores de Pat Starrett e caem numa armadilha. Escapam sem libertar o garoto, que sofre novamente toda a fúria de Tessy Malone, Mas Tex não leva desaforo pra casa e dá-lhe o troco demonstrando mais uma vez toda a sua coragem e obrigando-lhe a abandonar a cidade e tecer novo plano para liquidar os justiceiros, numa aventura que tem um desfecho inesperado com balas e traição.

Profundo conhecedor da alma humana, o Ranger decide aplicar a Lei de Talião, atingindo a bela bandida no seu ponto fraco - o dinheiro, representação máxima do seu poder.

O castigo de Tex obriga Tessy a mudar de tática, a buscar a vingança de outra forma, chegando a humilhar-se diante de um mal-querer. Um novo, ousado e perigoso plano é colocado em prática contra Tex. E ele sem desconfiar do que ferve na panela, segue a pista, como é o seu dever.

A armadilha pensada infalível contra o Ranger falha, graças aos pontos deixados em aberto, ou seja, aos furos, pois esqueceram de Carson.

Então chegamos ao epílogo de forma magistral e quando nos perguntamos como Tex fará para prender a bandida, se será obrigado a atirar contra a infeliz, ocorre um lance extremo, com a participação real e inesperada de Jubal.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A procissão do Azambuja

A procissão do Azambuja


Sacristão aposentado, e lavrador nas horas vagas, o Azambuja vivia num casebre no Rincão das Pulgas e era figura bastante popular na vila de Canguçu. Havia começado ainda mui guri a profissão de auxiliar eclesiástico, como uma espécie de ordenança do Padre Pâncaro. Quando da Revolução de 1893, esse sacerdote permanecera firme em seu posto na Região Sul enquanto a maioria dos vigários se mandava para cidades mais seguras, e muitas vezes os dois tiveram de levar pistola à cintura para garantir o batismo de uma criança ou a extrema-unção de um moribundo. Mais que padre, o finado Pâncaro tinha sido um herói.

As tantas peripécias por que passara numa atividade fora do comum faziam do Azambuja um papo apreciado não só nos humildes galpões e na venda do Jango Torto mas, inclusive, na sala de cidadãos letrados, como o Dr. Teófilo, advogado residente na vila e talvez o seu maior amigo. Da vida das igrejas ele trouxera não só causos de que participara pessoalmente mas, também, histórias que ele ouvira nas sacristias - tais como aquela façanha do vigário do Alegrete que havia encomendado de Portugal, sua terra, um riquíssimo trajo para a imagem de Nosso Senhor; e como erraram nas medidas e a veste chegara muito curta, não vacilara em passar o serrote nas pernas do Santo - daí resultando um Cristo com jeito de anão e um ruidoso processo canônico contra o pobre português.

Numa época em que não havia rádio nem televisão, e quando o Almanaque do Biotônico e outros almanaques anuais eram o único sinal de comunicação em massa naqueles cafundós, não havia quem se igualasse ao Azambuja na animação dos auditórios campeiros.

Mas não se limitava a contar causos. Após vinte e tantos anos de sacristanagem, sabia batizar em língua de padre, fazia benzeduras de água benta, mais de uma vez realizou o santo sacramento do matrimônio para tranqüilizar a alma dos casais juntados. Do pobrerio das Pulgas, e mesmo de rincões mais afastados, era sem conta o número de pessoas que vinham bater à porta do seu rancho. Prestativo, jamais negava auxílio aos necessitados de Deus. E se acaso o devoto trouxesse o pedido acompanhado por algum presente, ele logo desfiava a reza em Latim - o que correspondia a uma confortadora certeza de ser atendido:

Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum, benedicta...

... e com os presentes dos fiéis ia vivendo.

Uma tarde de sábado, meados de dezembro. Na venda do Jango Torto estavam proseando o Gaudêncio Terres, o Raul Silveira, o Azambuja e mais meia dúzia de companheiros, mas os assuntos se arrastavam com inusitada frouxidão. Até que alguém tomou coragem e referiu-se ao problema que a todos vinha preocupando: a estiagem. Temiam que se repetisse, agora, aquela terrível seca de dois anos antes. Açudes transmudados em torrões estéreis. Capinzal amarelado e ralo tentando em vão amparar as reses trôpegas que vagueavam na busca contínua de alimento. O sol torrando os pés de milho, que a vida abandonava nos cercados. E o sol torrando as assadas que a morte ia semeando junto aos banhados enxutos. E o sol alongando, pela estrada poeirenta, a sombra do gaúcho pobre que - com um filho nos braços e a mulher ao lado - fugia para campear serviço (procurar emprego) na cidade. Quase seis meses a terra sofrera até que as chuvas chegassem copiosamente. E tanta história triste se contou, daquela feita, que o povo sentia um arrepio de terror só em imaginar a vinda de outra Seca Braba.

- Quando eu vinha vindo para cá - disse o Gaudêncio - estive olhando, ali na beira do açude, os ninhos de quero-quero (uma ave pernalta). Nada melhor que esse bicho para anunciar bom ou mau tempo. Ele não arrisca filhote na enchente. Ninho feito no alto, longe do banhado (Pãntano, terreno alagadiço), é aguaceiro se espalhando no baixio. E ninho na beira d'água... como eu vi... Nem precisou completar a frase.

- A minha última esperança estava na mudança de lua acrescentou o Raul Silveira. - Não hai quem não saiba que lua nova trovejada, todos quartos são molhados. Pois agora, nos dias da nova, trovejou como turco caloteado e, no fim, não deu em nada. Quando o tempo não quer chover, mesmo, não tem sinal que dê certo.

Outros foram dando um talho nessa prosa, mas sem nenhum otimismo. Dois anos passados, parece que iriam novamente comer o pão que o diabo amassou.

Caiu pesado silêncio. E foi aí que o Azambuja entrou, de mansinho:

- Por falar em diabo... Eu lá com Deus chego com a confiança de peão antigo, que conhece as manhas do patrão. Se a chuva já está fazendo tanta falta assim, eu posso entrar com as rezas, o vizindário contribui com os competentes óbolos, e Nosso Senhor se encarrega da água.

- Como é mesmo?!

- A gente faz uma baita procissão até a igreja matriz.

Um lampejo de esperança percorreu o grupo. E o Azambuja, dono da situação, foi escolhendo os termos mais empolados do seu vocabulário:

- Eu me encarregarei das preces. Se alguém tiver retrato de santo é bom levar; sempre ajuda. Quem souber rezar, me auxiliará nesse mister. E quem não souber, basta recolher-se em piedade, contrito, de quando em vez erguendo o olhar aos céus para clamar proteção à Divina Providência.

Vencido o minuto de surpresa, foi Gaudêncio o primeiro a expressar que estava meio acreditando no possível milagre.

- Mas será que chove mesmo, seu Azambuja?

Mui sério, ele respondeu sacudindo a cabeça num sinal de garantia absoluta.

Daí a pouco um já prometia dar como óbolo uma galinha e, outro, uma barriguinha de erva-mate. Até que o Jango Torto entrou nos finalmentes:

- Marque logo o dia da procissão, seu Azambuja. Quanto antes, melhor; não é mesmo?

- Bueno... Por ora, o essencial é que seja convocado o maior número possível de devotos. Que fiquem aguardando minha conclamação. No dia fixado, dirijam-se todos ao meu rancho. De lá até a vila, na calma, é no máximo hora e pico (uma hora e tantos minutos) de marcha. A marcha da Fé!

- Mas qual será, mesmo, o dia?

- Bueno... Por causa dos preparativos necessários, e até mesmo porque preciso entrar em profunda concentração espiritual, o dia exato ainda não sei ao certo. Mas...

E o Gaudêncio encerrou o assunto:

- Hoje mesmo eu começo a avisar de casa em casa.

A notícia de que iria haver procissão correu pela vizinhança e logo ecoou na sede do município. Depois, se soube a data: ia ser no primeiro domingo de janeiro. Ora, qualquer fato fora do comum, num domingo em cidadezinha pacata, põe em rebuliço as horas de vadiagem devidas ao Senhor. É hoje! A chegada do préstito estava prevista para as quatro horas, mas desde o começo daquela tarde ensolarada já havia um mundaréu de gente na ponta da vila. Fugindo ao castigo do solaço, buscaram acolhida à sombra dos eucaliptos da chácara do seu Félix Goulart. Chimarrão correndo na volta, criançada brincando solta. Mais gente e mais gente chegando. A bem da verdade seja dito que poucos eram movidos por um espirito realmente religioso: o que buscavam, mesmo, era a oportunidade de um divertimento à custa do compenetrado ex-sacristão.

Quando alguém notou que uma poeira mais densa vinha subindo lá por detrás da curva do caminho, foi aquela corrida alvissareira para uma barranco mais alta. Cada qual procurava avistar por primeiro a procissão do Azambuja.

- Olha lá! Já estou enxergando os trouxas! - gritou alguém num grupo de rapazotes que havia planejado ir ao encontro dos romeiros com o único fito de ridicularizá-los.

Era pouco mais de uma centena de homens e mulheres, ao tranquito do cavalo (em calma andadura) ou a pé, cerimoniosamente avançando sob a mais compenetrada devoção. Alguns, cabisbaixos. Outros poucos, fitando as contas do rosário que traziam às mãos. A maioria, de olhar grudado no Azambuja. Este, imponente, dirigindo as orações e de vez em quando erguendo as mãos ao alto para bradar a plenos pulmões:

- Mandai-nos chuva, Senhor!

... ao que o povo respondia a uma voz:

- Chuva, Senhor!

À sombra dos eucaliptos da chácara do seu Félix Goulart, todos os olhares voltados para a procissão se aproximando. Mas, com a atenção voltada para lá, ninguém se apercebia do que estava acontecendo aqui: a sombra, antes tão nítida sob o arvoredo, empalidecia gradativamente e já se espalhava pela serrania afora. Uma estranha fumaceira, em espessas camadas, começava a cobrir todo aquele céu desanuviado e mormacento...

Antes ninguém havia percebido isso, mas, agora quando o Azambuja e sua comitiva já vinham pertinho, todo mundo atentou para o negro paredão de nuvens que se alteavam do horizonte e todo mundo sentiu a leve aragem sacudindo a atmosfera até então paralisada e esbraseante. Tão profunda impressão causou essa metamorfose - sublinhada pelo coral das preces - que muita gente que pretendera ser mero espectador já agora se incorporava, com contrição, ao préstito. E aquele próprio grupo de rapazotes, pacholas, ao se dar conta já estava também implorando, ao lado dos mais fiéis:

- Chuva, Senhor!

Ao faltar umas quatro quadras para chegar-se à praça central e à matriz da Conceição, já um tropilha de nuvens carregadas passava galopando baixinho, baixinho, enchendo de profundas sombras o ar saturado de aromas que a terra enviava, febril, de suas entranhas. Então a voz do Azambuja parecia confundir-se com o matracar surdo da tormenta que vinha chegando, e somente se sobrepunha àquele ruído no estribilho altissonante:

- Mandai-nos chuva, Senhor!

Com uma resposta salpicado de sorrisos de alívio e arrepios de emoção:

- Chu... u-va... Se... enhor...

A procissão nem pôde completar em ordem seu roteiro. Desabou um aguaceiro torrencial, e cada um tratou de chegar o mais depressa possível aos resguardados portais do velho templo de Nossa Senhora da Conceição.

O Azambuja, entretanto, parecia nem se dar conta do que estava acontecendo. Rodeado apenas por um último punhado de companheiros - a velha Quinota sempre ao lado, com a imagem da Virgem à ponta de um bambu - ele seguia imperturbável seu caminho, a passos calmos, mãos firmes desfiando as derradeiras contas do rosário. Somente ao chegar à porta da igreja, onde o povaréu se apinhava, é que pareceu voltar a si. Tombou de joelhos ao chão e, erguendo o rosto para o alto, molhou seu largo sorriso na chuvarada e exclamou num gargarejo forçado:

- Obrigado, Senhor!

Havia gente que chorava de felicidade.

A maioria dos romeiros não pôde voltar para os ranchos, naquele dia, pois a chuva continuou se esforçando para corresponder plenamente ao peditório; não faltaram amigos, porém, ou simples conhecidos, para oferecer pouso numa noite de tanta glória. Tranqüilamente o Azambuja dirigiu-se à morada do amigão Dr. Teófilo, onde dona Alice recepcionou-o com os olhos manejados de emoção e a empregada Zulmira fez questão de beijar as mãos do santo herói do dia.

No comecinho da noite apareceu na casa do Dr. Teófilo um emissário do major Alteçor Almeida dizendo que este e outros fazendeiros fortes - agora aliviados da ameaça de uma nova Seca Braba - haviam carneado uma novilha e estavam assando um grande churrasco de confraternização comunitária em homenagem ao Azambuja. Com a mais tocante humildade cristã, porém, o homem declinou da homenagem, dizendo-se sobejamente brindado pela bondade divina e alegando que o cansaço produzido pela longa e tensa cerimônia o aconselhava a recolher-se ao leito bem mais cedo. Que o desculpassem.

Após o jantar, quando estavam meio a sós, o anfitrião lascou a pergunta que o vinha intrigando:

- Entre velhos amigos não se deve guardar nenhum segredo. Escuta aqui, Azambuja. Responde com toda a sinceridade. Acreditavas, mesmo, que as tuas orações iam dar ponto?

Durante dois ou três minutos o Azambuja ficou silenciosamente com o olhar posto nos olhos do amigo, como se avaliasse até que ponto deve chegar uma obrigação de fidelidade, um demonstração de lealdade. Depois olhou em redor, para se certificar de onde estavam dona Alice e a Zulnúra. Tranqüilizou-se ao perceber que elas deviam estar lá dentro, na cozinha, e que certamente não iriam escutá-lo.

- Bueno... a reza sempre ajuda, como não! Mas... mas...

Hesitava, ainda. Por fim enfiou a mão no bolso interno do casaco e dele retirou um livretozinho cuidadosamente dobrado. Desdobrou-o e mostrou a capa ao Dr. Teófilo: Almanaque Regional.

- Assim para os primeiros dias do ano ele nunca negou fogo.

E leu:

Dia 4 - Região Sul - Fortes chuvaradas, com queda de temperatura.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Grito de Guerra

Grito de Guerra

Durante a assinatura de um tratado de paz entre o Exército americano e os cheyennes do chefe Appanoosa, este sofre um misterioso atentado, causando grande confusão e a fuga do cacique e seus guerreiros. Para tentar apaziguar a situação, Tex e Jack Tigre se aliam a Formiga Negra, filho de Appanoosa, mas, para desespero de nossos heróis, o jovem também sofre um atentado, sendo apunhalado. Mas desta vez o traidor deixou uma pista: um broche com uma figura de mulher.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Gauchesca

Gauchesca

Antonio Augusto Coronel Cruz

Canto agora nestes versos
com meu grito entusiasmado
a lida e o povo gaúcho
neste rincão abençoado
Quero falar do chimarrão
do churrasco e do gaiteiro
da linda prenda cheirosa
e do ginete faceiro
Das tropas cruzando as coxilhas
na toada mansa do tropeiro
nos tombos nas domas renhidas
e do galpão hospitaleiro
Canto o minuano cortante
o poncho amigo e o laço
a disparada da ema
e a boleadeira cortando o espaço
Exalto a história dessa gente
valente, simples e altiva
que tem a liberdade como semente
brotando da terra nativa
Sendo farrapo, chimango, maragato
ou peleador no Paraguai
são os rebentos deste Rio Grande
os filhos honrando o pai
Canto um tempo iluminado
pelas faíscas das adagas
pela prata dos arreios
e pelos olhares das amadas
Um tempo de muitas distâncias
vencidas num lombo tobiano
das frescas sangas de pedras
e das noites no chão pampeano
Vendo a tapera silenciosa
sinto um aperto no peito
lembrando o fio do bigode
e outras tradições de respeito
E me vem uma nostalgia infinita
dessa vida gaudéria e passada
uma amarga solidão sem consolo
como a perda da mulher amada
Mas sigo alimentando o braseiro
e ao patrão do céu peço, sincero,
que proteja este mundo campeiro
e o grito do quero-quero

domingo, 23 de maio de 2010

O Pueblo Perdido


O Pueblo Perdido

Tex Willer e Kit Carson rumo ao "Pueblo Perdido", um misterioso lugar onde se acredita que haja inúmeras riquezas no qual um grupo de bandidos está de olho, dispostos a passar por cima de tudo e de todos (inclusive da lei). Resta aos nossos rangers lutar pela justiça, não deixando impunes aqueles que se opõem à ela...

Um grupo de bandidos invade a reserva indígena Papago, situada entre o rio Gila e a fronteira com o México, deixando quatro mortos e três feridos, e ainda seqüestram um velho feiticeiro chamado Tumako e sua neta Malapay.

De passagem pela região, Tex e Carson tomam conhecimento do fato no Departamento de Assuntos Indígenas da reserva Papago e ainda descobrem que dias antes de ser seqüestrado, o velho feiticeiro recebeu a visita de um tal professor Montoya. Os rangers, à procura de esclarecimentos, decidem ir até a reserva indígena interrogar a irmã do feiticeiro que foi seqüestrado.

Enquanto isso, escondidos em uma remota gruta, os bandidos responsáveis pela invasão à reserva Papago interrogam duramente o velho feiticeiro. Querem saber se o mapa que o professor Montoya havia mostrado a ele dias antes era verdadeiro. O feiticeiro Tumako afirma que sim.

Na reserva Papago os rangers conseguem boas informações com Naka, a irmã do feiticeiro. Já cientes do tal mapa de Montoya que indica o caminho para o Pueblo Perdido, Tex e Carson decidem então ir ao povoado de Tubac tentar encontrar o professor.

Em Tubac, Montoya prepara uma viagem, porém mal sabe ele que seu guia é um dos bandidos que seqüestraram o feiticeiro e sua neta e está a mando de Stanley Jackson infiltrado na expedição que o professor prepara ao Pueblo.

Os rangers encontram no meio do caminho a gruta onde estão escondidos alguns dos bandidos. Após um tiroteio, Tex e Carson eliminam os três homens que faziam a vigia do local. Entrando na gruta, encontram Malapay viva mas infelizmente o feiticeiro morto. Agora com a neta de Tumako, Tex e Carson continuam sua jornada até Tubac.

Um espião de Stanley Jackson descobre que os dois rangers estão atrás dos responsáveis por toda aquela covardia feita com os indígenas da reserva Papago e informa os bandidos de tal condição. Sendo assim, eles preparam uma armadilha para Tex e Carson, mas os rangers são mais espertos e invertem a situação, desse modo conseguem informações importantes sobre a trama de Stanley Jackson.

Chegando em Tubac, os rangers dirigem-se ao xerife do povoado e esclarecem mais dúvidas, aproveitam também para deixar Malapay a salvo em Tubac e seguem seu rumo seguindo os rastros deixados pela expedição do professor Montoya, que já partira.

Os bandidos liderados por Jackson interceptam a expedição de Montoya e se apoderam do mapa. Os rangers encontram o professor sem as pálpebras e à beira da morte, e o mais estranho: sem o mapa do Pueblo Perdido. Aos poucos se tornam claros os objetivos de cobiça de Stanley Jackson. Tex e Carson agora também estão à procura do tal Pueblo, mas com outro propósito: a cobiça da justiça...

O roteirista Claudio Nizzi faz gala de toda uma panóplia de cenários grandiosos e reveladores do nosso imaginário do velho oeste nesta aventura: a reserva índia, o rancho de Jackson, a cidade fronteiriça de Tupac, as grandes planícies, o perturbante deserto e, em clímax final, o pueblo perdido. Quanto ao desenhista, existe em Ticci uma profunda e latente necessidade de expansão e liberdade, uma apetência natural pelos grandes espaços e por planos de conjunto, traduzíveis mesmo em variadas cenas de interior. As cenas de uma panorâmica geral transcritas nas páginas 110/111 são de grande intensidade, parecendo o próprio leitor ficar esmagado (é este literalmente o termo) pela força conferida no desenho de Ticci. A própria expressão de Tex (na pág 110) é fantástica, rigorosíssima e perfeitamente identificável com o que o herói está a passar. E que dizer das personagens ticcianas?... São todas elegantemente elaboradas, altivas, soberbas, transmitindo uma força natural em face da personalidade de cada uma, todas estão perfeitamente adaptadas à dinâmica do enredo.

sábado, 22 de maio de 2010

Eu Vim Aqui Pra Dançar

Eu Vim Aqui Pra Dançar

Os Monarcas

Uma vaneira tocada, chacoaleada e floreada ao estilo do rincão
Por um gaiteiro faceiro que espiche o fole inteiro sem perder a marcação
Uma prenda mui lindaça dançadeira e morenaça nos braços desse peão
E dou-lhe bota a noite inteira no meio da polvadeira no fandangaço de galpão

Eu danço xote vaneirão vaneira e chamamé
A minha prenda é dançadeira e eu sou bom no pé
Na marcação do bugio faço levantar a poeira
Passeio no contrapasso esquento as botas na rancheira
E puxe esta gaita gaiteiro faz ela gemer
Eta fandango animado não dá pra se mexer
E abram cancha gauchada que me secou a goela
E eu só paro de dançar quando preciso beber

Segunda-feira, terça-feira, quarta quinta e sexta-feira minha vida é trabalhar
Se tem fandango no povo sábado de tardezinha eu paro pra me ajeitar
Me ajeito a preceito água de cheiro no peito eu passo pra perfumar
Vou pro fandango faceiro não de folga seu gaiteiro que eu vim aqui pra dançar

Eu danço xote vaneirão vaneira e chamamé
A minha prenda é dançadeira e eu sou bom no pé
Na marcação do bugio faço levantar a poeira
Passeio no contrapasso esquento as botas na rancheira
E puxe esta gaita gaiteiro faz ela gemer
Eta fandango animado não dá pra se mexer
E abram cancha gauchada que me secou a goela
E eu só paro de dançar quando preciso beber

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Unforgiven

Unforgiven

Unforgiven (Imperdoável ou Os imperdoáveis) é um Western de 1992, dirigido e protagonizado por Clint Eastwood e vencedor dos Oscars de Melhor Filme e de Melhor Diretor. A produção ainda conta com Gene Hackman, Morgan Freeman, Richard Harris, Jaimz Woolvett, Saul Rubinek e Frances Fisher. Há um outro filme chamado The Unforgiven, de 1960, sem relação com esse.

O filme é sobre pistoleiros semi-aposentados que trabalham por dinheiro. Eles aceitam se unir a um jovem cowboy para um último trabalho. Nesse filme desmitificador do Velho Oeste, a violência não é gloriosa e se manifesta como reação da insegurança masculina ou então como efeito das bebidas. Já as mulheres não são vistas como estereótipos e os antigos heróis celebrizados pela literatura popular são mostrados como ineptos ou farsantes.

A história se passa na região do Wyoming por volta de 1880, quando um maldoso cowboy desfigura a face de uma prostituta com uma faca, ao ouvir um comentário pouco elogioso dela sobre determinado órgão de seu corpo. O xerife encontra o cowboy e seu amigo arruaceiro mas os libera mediante pagamento de uma indenização ao dono do saloon. As outras prostitutas ficam furiosas, pois já haviam sido maltratadas pelos mesmos indivíduos, e oferecem um prêmio para quem caçar e matar os cowboys.

Um jovem pistoleiro que chama a si mesmo de Schofield Kid (Woolvett), resolve ganhar o prêmio e recruta William Munny (Eastwood) — um infame pistoleiro aposentado, assassino e bandido que se reformou quando se casou com uma mulher honesta. Após a morte da esposa, Munny continuou a cuidar de dois filhos e da criação de porcos, mas aceita o trabalho pelo dinheiro. Munny chama seu sócio e vizinho, Ned Logan (Freeman), para ajudá-lo a caçar os dois homens.

Entretanto, outro pistoleiro, o "English Bob" (Harris), também resolve ganhar a recompensa. Bob chega a cidade junto com um jornalista contratado para escrever sobre suas façanhas. O livro se chamará "The Duke of Death." (O duque da morte). Little Bill Daggett (Hackman), o xerife local e pistoleiro, resolve usar Bob como exemplo para evitar que novos pistoleiros apareçam na cidade em busca do prêmio e o ridiculariza e insulta em público. Quando Bob sai da cidade, o escritor resolve ficar para anotar as façanhas do temido xerife.

À noite, Munny e seus companheiros chegam a cidade e vão ao saloon se encontrar com as prostitutas. Enquanto Munny, febril, espera pelos companheiros, o xerife descobre que ele está armado. Se negando a entregar a arma, Munny é brutalmente espancado pelo xerife e seus auxiliares. Ele sai carregado da cidade pelos dois companheiros, que retornaram após conversar sobre o prêmio.

Munny se recupera graças a ajuda dos amigos e das prostitutas, e os três iniciam a caçada aos dois cowboys. Pouco depois de atacar os cowboys em um canyon, Kid revela que nunca tinha matado alguém e além disso é míope. O sócio de Munny também desiste e resolve deixar a caçada. Mas o xerife fica sabendo do ataque e resolve ir atrás de Munny e seus amigos.

Eastwood faz várias referências ao seu antigo e lendário personagem "Pistoleiro sem nome", celebrizado por Sergio Leone nos filmes da "Trilogia dos Dólares". Munny também é o forasteiro que chega a uma cidade para "acertar" as coisas. Ele frequentemente se mostra arrependido de seu passado e das várias atrocidades cometidas, que diz ter sido por efeito do álcool.

Além de melhor filme e melhor diretor, recebeu os Oscars de melhor ator coadjuvante (para Gene Hackman) e melhor montagem. Foi também indicado em outras cinco categorias: melhor ator (para o próprio Clint Eastwood), melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor som e melhor roteiro original.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Os Dez Mandamentos do Chimarrão

Os Dez Mandamentos do Chimarrão

1-NÃO PEÇAS AÇÚCAR NO MATE

O gaúcho aprende desde piazito que e por que o chimarrão se chama também mate amargo ou, mais intimamente, amargo apenas. Mas, se tu és dos que vêm de outros pagos, mesmo sabendo poderás achar que é amargo demais e cometer o maior sacrilégio que alguém pode imaginar neste pedaço do Brasil: pedir açúcar. Pode-se pôr na água ervas exóticas, cana, frutas, cocaína, feldspato, dólar etc, mas jamais açúcar. O gaúcho pode ter todos os defeitos do mundo mas não merece ouvir um pedido desses. Portanto, tchê, se o chimarrão te parece amargo demais não hesites: pede uma Coca-Cola com canudinho. Tu vais te sentir bem melhor.

2-NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO É ANTI-HIGIÊNICO

Tu podes achar que é anti-higiênico pôr a boca onde todo mundo põe. Claro que é. Só que tu não tens o direito de proferir tamanha blasfêmia em se tratando do chimarrão. Repito: pede uma Coca-Cola com canudinho. O canudo é puro como água de sanga (pode haver coliformes fecais e estafilococos dentro da garrafa, não no canudo).

3-NÃO DIGAS QUE O MATE ESTÁ QUENTE DEMAIS

Se todos estão chimarreando sem reclamar da temperatura da água, é porque ela é perfeitamente suportável por pessoas normais. Se tu não és uma pessoa normal, assume e não te fresqueies. Se, porém, te julgas perfeitamente igual às demais, faz o seguinte: vai para o Paraguai. Tu vais adorar o chimarrão de lá.

4-NÃO DEIXES UM MATE PELA METADE

Apesar da grande semelhança que existe entre o chimarrão e o cachimbo da paz, há diferenças fundamentais. Com o cachimbo da paz, cada um dá uma tragada e passa-o adiante. Já o chimarrão, não. Tu deves tomar toda a água servida, até ouvir o ronco de cuia vazia. A propósito, leia logo o mandamento seguinte.

5-NÃO TE ENVERGONHES DO "RONCO" NO FIM DO MATE

Se, ao acabar o mate, sem querer fizeres a bomba "roncar", não te envergonhes. Está tudo bem, ninguém vai te julgar mal-educado. Este negócio de chupar sem fazer barulho vale para Coca-Cola com canudinho, que tu podes até tomar com o dedinho levantado.

6-NÃO MEXAS NA BOMBA

A bomba do chimarrão pode muito bem entupir, seja por culpa dela mesma, da erva ou de quem preparou o mate. Se isso acontecer, tens todo o direito de reclamar. Mas, por favor, não mexas na bomba. Fale com quem lhe ofereceu o mate ou com quem lhe passou a cuia. Mas não mexas na bomba, não mexas na bomba e, sobretudo, não mexas na bomba.

7-NÃO ALTERES A ORDEM EM QUE O MATE É SERVIDO

Roda de chimarrão funciona como cavalo de leiteiro. A cuia passa de mão em mão, sempre na mesma ordem. Para entrar na roda, qualquer hora serve mas, depois de entrar, espera sempre tua vez e não queiras favorecer ninguém, mesmo que seja a mais prendada prenda do Estado.

8-NÃO "DURMAS" COM A CUIA NA MÃO

Tomar mate solito é um excelente meio de meditar sobre as coisas da vida. Tu mateias sem pressa, matutando, recordando... E, às vezes, te surpreende até imaginando que a cuia não é cuia mas o quente seio moreno daquela chinoca faceira que apareceu no baile do Gaudêncio... Agora, tomar chimarrão numa roda é mui diferente. Aí o fundamental não é meditar e sim integrar-se à roda. Numa roda de chimarrão, tu falas, discutes, ri, xingas, enfim, tu participas de uma comunidade em confraternização. Só que esta tua participaçâo não pode ser levada ao extremo de te fazer esquecer da cuia que está em tua mão. Fala quanto quiseres mas não esqueças de tomar teu mate, que a moçada tá esperando.

9-NÃO CONDENES O DONO DA CASA POR TOMAR O 1º MATE

Se tu julgas o dono da casa um grosso por preparar o chimarrão e tomar ele próprio o primeiro, saibas que grosso é tu. O pior mate é o primeiro e quem o toma está te prestando um favor.

10-NÃO DIGAS QUE CHIMARRÃO DÁ CÂNCER NA GARGANTA

Pode até dar. Mas não vai ser tu, que pela primeira vez pegas na cuia, que irás dizer, com ar de entendido, que chimarrão é cancerígeno. Se aceitaste o mate que te ofereceram, toma e esquece o câncer. Se não der para esquecer, faz o seguinte: pede uma Coca-Cola com canudinho, que ela... etc, etc.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O Esquadrão de Ébano

O Esquadrão de Ébano

No Utah setentrional, Tex e Carson seguem a pista de um feroz comancheiro, Pablo Carrizo, que está há mais de dez anos na mira dos dois parceiros. No percurso, encontram-se com um velho amigo, o sargento negro Bill Johnson, que ajuda os rangers contra um bando de Utes. Os notórios Buffalo Soldiers, cavaleiros negros do Décimo de Cavalaria, estão estabelecidos em Forte Duchesne e medeiam as relações entre os aventureiros e bandidos de Destiny, cidadezinha ilegalmente erguida na reserva Ute, e os índios das Montanhas Uintah. Os peles-vermelhas são comandados por Ouray, chefe justo e sábio, mas cujo temperamento irritadiço é habilmente instigado pelos homens de Carrizo. Tex solicita a ajuda de uma patrulha de Buffalo Soldiers para parlamentar com Ouray. No entanto, ao longo da estrada, os nossos heróis se vêem obrigados a entricheirar-se na agência indígena de White River, assediada por comancheiros e por guerreiros rebeldes.

Ao Forte Duchesne, sede do Décimo de Cavalaria, composta por soldados negros, é enviada, para prender os prisioneiros da guerra contra os Utes, o Quinto de Cavalaria, formada por soldados brancos sob as ordens do coronel Radcliffe, oficial racista que não tem estima alguma dos cavaleiros negros. Expulsos do Território por ordem de Radcliffe, Tex e Carson recrutam entre os Buffalo Soldiers uns poucos homens confiáveis que partirão com eles em "licença especial" para uma missão clandestina; sozinhos encontrarão e tentarão derrotar os verdadeiros responsáveis pela guerra: os Comancheros de Carrizo e os Utes rebeldes de Carlos...

Os Buffalo Soldiers ajudam os soldados do Quinto de Cavalaria e Tex finalmente enfrenta o impiedoso Carrizo, o qual é valentemente vencido.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Adágios

Adágios

Cavalo de borracho sabe onde o bolicho dá sombra.
Marido de parteira dorme do lado da parede.
Cavalo bom e homem valente só se conhece na chegada.
Quem faz o cavalo é o dono.
Mulher, arma e cavalo de andar, nada de emprestar.
Pata de galinha nunca matou pinto.
Cachorro que come ovelha uma vez, come sempre, só morto que se endireita.
Vaca de rodeio não tem touro certo.
Faca que não corta, pena que não escreve, amigo que não serve, que se perca pouco importa.
Ninguém é perfeito: só santo, e lugar de santo é no altar ou no céu, não neste mundo. Homem sem defeito não é bem homem
Onde se viu o cavalo do comissário perder a corrida?
Com esta corja, palavra não basta; ponta de faca e bala é que resolve.
Quando se pega na rabiça do arado, deve-se ir até o fim do rego.
Fala ao teu cavalo como se fosse gente.
Quando falares com homem, olha-lhe para os olhos, quando falares com mulher, olha-lhe para a boca... e saberás como te haver...
Cavalo dado não se olha o pelo
Deus tira os dentes , mas alarga a goela
O diabo faz a panela , mas não faz a tampa
Quem joga e anda em égua não se aperta
Macaco velho não mete a mão em cumbuca
O sol é o poncho do pobre
Se faz de petiço pra comer milho sovado
Vaca de campo não tem touro certo
Beleza não me impressiona; conheço muito campo feio que dá boa aguada...
Montado na razão, não se precisa de espora
Quem muito se agacha se le vê logo o rabo
Boi que se atrasa bebe água suja
Vergonha é roubar e não poder carregar
Aquela moça é pior que coruja de banhado: vive pousando de pau em pau
Quem gosta de aglomerado é mosca em bicheira
Carência afetiva na campanha, é falta de homem

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O Retorno de Montales

Tex e seus companheiros seguem para o México, onde os velhos amigos Pat Mac Ryan e Montales estão às voltas com o bando do criminoso El Gato e uma tropa do general Carranza, um traidor disposto a tudo para recuperar provas incriminadoras que estão em poder de Montales. Este é apenas o início de mais uma emocionante aventura dos quatro justiceiros no México.

domingo, 16 de maio de 2010

Mulher Gaúcha

Mulher Gaúcha

Antonio Augusto Fagundes

Os velhos clarins de guerra
desempoeirando as gargantas
quero-querearam no pago.
E o patrão coronelado,
reuniu em torno parentes,
posteiros, peões e agregados.
Chegara um próprio do povo
trazendo urgente recado
que se ia pelear de novo
e o coronel, satisfeito,
dizia, fazendo graça:
"vamos ver, moçada guapa,
quem honra a estirpe farrapa
e atropela numa carga
por um trago de cachaça...Os velhos clarins de guerra
desempoeirando as gargantas
Um filho saiu tenente,
o mais velho - capitão,
um tio ficou de major.
(o pobre que passa o pior,
a oficial não chega, não:
o capataz foi sargento,
um sota ficou de cabo
e a peonada, e os posteiros,
ficaram soldados rasos
pra pelear de pé no chão...)
Carneou-se um munício farto
- vindo de estâncias vizinhas -
houve rações de farinha,
queijo, salame e bolacha,
se santinguando em cachaça
a sede dos borrachões.
E a não ser saudade e mágoa
nada ficou pra trás
a garganta dos peçuelos
misturava pesadelos
sanguessugando, voraz,
cartuchos e caramelos,
o talabarte e o pala,
bolacha e pente de bala,
fumo e chumbo - guerra e paz...
No humilde rancho de um posto,
um moço encilhou cavalo
beijou a prenda e se foi.
Na madrugada campeira
luzia a estrela boieira
sinuelando o arrebol
e as barras de um dia novo
glorificavam o horizonte
lavando a noite defronte
com tintas de sangue e sol.
E durante largo tempo
ficou a moça na porta
olhando a estrada, a chorar,
sem saber porque o marido
tem que partir e lutar,
não entendia de guerra!
Pobre só votam em quem mandam
e desconhece outra coisa
que não seja trabalhar.
Então a moça franzina
tomou uma decisão!
Esqueceu delicadezas,
ternuras de quase -noiva
e atou os cabelos negros
debaixo de um chapelão
e se atirou no trabalho,
cuidando da casa e campo,
do gado e da plantação.
Emagreceu e tostou-se
e enrijeceu como o aço!
Temperando-se na luta
madurou-se como a fruta
que é torcida no baraço.
Montou e recorreu campo,
botou vaca, tirou leite
e arrastou água da sanga.
Fez do tempo a sua canga
no lento girar do dia
e quando as vezes parava
comovida, acariciava
o ventre, que pouco a pouco
se arredondava e crescia.
Só a noite, quando cansada
fechava o rancho e dormia
seu homem lhe aparecia:
ora voltava da guerra,
ora peleava - e morria!...
Que triste o rancho vazio
nas longas noites de frio
ou nas tardes de garoa!
Que medo de ir a estância!
(e ao mesmo tempo, que ânsia
de saber notícia boa!)
Vizinha perdera o filho.
pra outra, fora o marido.
E um dos que tinham, morrido,
um moço, que era tropeiro,
quando feito prisioneiro
tinha sido degolado
sem nenhuma compaixão.
E até um filho do patrão
se ensartara numa lança
em meio a uma contradança
de berro, tiro e facão.
E o fulano? Que fulano?
Aquele, que era posteiro!
Moço guapo! No entrevero
é como um raio a cavalo.
Trezontonte levou um pealo
mas é sujeito de potra:
já está pronto pra outra,
sempre disposto e faceiro.
E a moça voltava ao rancho,
tão moça ainda, e tão só!
E quando fitava a estrada,
só via o vazio do nada,
o nada o silêncio e o pó.
Não sabe quem vem primeiro,
se vem o pai, ou o filho.
E os seus olhos, novo brilho
roubaram de dois luzeiros.
Cada noite, cada aurora,
vai encontrá-la a pensar:
quando o marido voltar,
de novo estará bonita
- novo vestido de chita
e novo brilho no olhar.
E quando o filho chegar,
quantas cargas de carinho
carretearão os seus dedos!
Quantos e quantos segredos
sussurrarão, bem baixinho!
E para ele, os passarinho
cantarão nos arvoredos...
Qual deles chega primeiro?
E se um deles não chegar...?
Mas a guerra segue além,
o filho ainda não vem
e ela a esperar e a esperar!...
Bendita mulher gaúcha
que sabe amar e querer!
Esposa e mãe, noiva e amante
que espera o guasca distante
e acaba por compreender
que a vida é um poço de mágoa
onde cada pingo d'água
só faz sofrer e sofrer.

sábado, 15 de maio de 2010

Homens em Fuga


O túmulo de Lilyth, mulher de Tex e mãe de Pequeno Falcão, foi sordidamente profanado e nada poderá amainar a fúria de Águia da Noite enquanto os profanadores não tenham pago justo preço da profanação!

Durante uma pesquisa arqueológica levada a cabo por um professor e sua filha, o guia, um bandido, descobre uma forma de chegar ao ouro dos Montes Navajos sem passar pela trilha vigiada; outrossim, passando por uma caverna evitada pelos índios por guardar o espírito dos antepassados e ser freqüentada por seres das sombras.

Mobiliza uma grande quadrilha para a empreitada e faz os pesquisadores de refém. Ato contínuo, cometem o terrível sortilégio de profanar o túmulo da falecida esposa de Tex. Em seguida se separam indo em várias direções para afastar Tex dos Montes Navajos.

Quando a notícia chega na Aldeia Central, tem início uma perseguição nunca vista, pois além dos quatro mastins, são convocados os melhores batedores Navajos.

Tex visita o túmulo e fala duro: "Vou achar os coiotes que ofenderam a tua sepultura, Lilyth! Um túmulo não é feito só de pedra dura, mas também de sentimentos e lembranças! Isto não vai ficar assim!".

A perseguição prossegue pelas belíssimas paisagens de rocha do Rio Colorado, Grand Canyon e Monument Valley, bem na fronteira entre Utah e Arizona. A sorte dos caçadores se bate com o azar dos fugitivos quando uma cobra pica um deles, que é obrigado a ficar para trás, sendo alcançado por Tex.

Descoberta a jogada dos bandidos, cujo grupo principal chega às cavernas do ouro dos Navajos, Tex sinaliza aos amigos que voltem e caminhem de encontro ao principal inimigo. Nisso todos os fugitivos já estão mortos.

Águia da Noite e seus amigos caem de surpresa sobre os bandidos na gruta aurífera e ocorre o confronto final.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Carta-Testamento

"Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.

Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci.

Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo.

A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios.

Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o povo seja independente.

Assumi o governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano.

Veio a crise do café, valorizou-se nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.

Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo e renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.

Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado.

Quando a fome bater a vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação.

Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com perdão.

E aos que pensam que me derrotam respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo, de quem fui escravo, não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.

Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio.

Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história."

Rio De Janeiro, 24 De Agosto De 1954

Getúlio Dornelles Vargas

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Geronimo

Gerônimo (Goyaałé (traduzindo da língua apache, "O Que Boceja"); frequentemente soletrado Goyathlay em inglês), (16 de junho de 1829 – 17 de fevereiro de 1909) foi um importante líder indígena da América do Norte, comandando os apaches chiricahua que, durante muitos anos, guerrearam contra a imposição pelos brancos de reservas tribais aos povos indígenas dos Estados Unidos da América .

Gerônimo era guerreiro de Cochise e depois se opôs a ele quando dos acordos com os estadunidenses. Tornou-se o mais famoso dos chamados "índios renegados". Resistiu heroicamente, mas se rendeu ao ter uma visão de um trem passando em suas terras. Foi preso e passou 22 anos prisioneiro, até a data de sua morte.

Goyaałé (Geronimo) nasceu em Bedonkohe, próximo a Turkey Creek, atual Novo México (EUA), mas na época parte do México.

O pai de Gerônimo era chamado de Tablishim, Juana era o nome da mãe. Ele foi educado de acordo com a tradição Apache. Casou com uma mulher Chiricauhua e teve três filhos. Em 5 de Março de 1851, uma companhia de 400 soldados de Sonora, liderados pelo Coronel José Maria Carrasco atacou o acampamento de Gerônimo. No ataque foram mortos a esposa de Geronimo, Alope, seus filhos e mãe. O chefe da tribo, Mangas Coloradas, juntou-se à tribo de Cochise, que estava em guerra contra os mexicanos. Foi nessa época que se acredita ter Geronimo ganhado seu apelido, que seria uma referência dos mexicanos a São Jerônimo, depois de ele matar vários soldados à faca em uma batalha.

Antes dos mexicanos, os apaches da região de Sonora lutaram contra os espanhóis em defesa de suas terras. Em 1835, o México estabeleceu recompensas pelos escalpos dos Apaches. Mangas Coloradas começou a liderar os ataques aos mexicanos, dois anos depois. Na sua luta com ele, Gerônimo agia como um líder militar, sem ser chefe da tribo. Ele se casou novamente, com Chee-hash-kish e teve mais dois filhos, Chappo e Dohn-say. Teve uma segunda esposa, Nana-tha-thtith, e ganhou outro filho. Depois teria mais esposas: Zi-yeh,She-gha, Shtsha-she e Ih-tedda. Algumas foram capturadas, como Ih-tedda. Estava com Gerônimo quando ele se rendeu.

Durante 1858 a 1886, Gerônimo atacou tropas mexicanas e estadunidenses, e escapou de diversas capturas. No final da sua carreira guerreira, seu bando contava com apenas 38 homens, mulheres e crianças. Seu bando tinha sido uma das maiores forças de índios renegados, ou seja, aqueles que recusaram os acordos com o Governo Americano. Gerônimo se rendeu em 4 de Setembro de 1886 às tropas do General Nelson A. Miles, em Skeleton Canyon, Arizona.

Geronimo e outros guerreiros foram prisioneiros em Fort Pickens, Flórida, e suas famílias enviadas para o Fort Marion. Reuniram-se em 1887, quando foram transferidos para Mount Vernon Barracks, Alabama. Em 1894, mudaram para Fort Sill, Oklahoma. No fim da vida, Gerônimo havia se tornado uma celebridade, aparecendo em eventos populares tais como a Feira Mundial de 1904 em St. Louis, vendendo souvenirs e fotografias dele mesmo. Em 1905 Gerônimo contou sua história a S. M. Barrett, Superintendente de Educação de Lawton, Oklahoma. Barrett apelou ao Presidente Roosevelt para publicar o livro.

Geronimo nunca retornou à terra onde nasceu; morreu de pneumonia em Fort Sill, em 1909, e foi enterrado como prisioneiro de guerra.

Gerômimo apareceu nas seguintes obras:


Quadrinhos "Geronimo e seus Apaches Assassinos"
No cinema e televisão:
Geronimo's Last Raid (1912)
Hawk of the Wilderness (1938)
Geronimo (1939)
Stagecoach (1939)
Valley of the Sun (1942)
Fort Apache (1948)
Broken Arrow (1950)
I Killed Geronimo (1950)
Outpost (1951)
Son of Geronimo (1952)
The Battle at Apache Pass (1952)
Indian Uprising (1952)
Apache (1954)
Taza, Son of Cochise (1954)
Walk the Proud Land (1956)
Geronimo (1962)
Geronimo und die Räuber (1966)
I Due superpiedi quasi piatti (1976)
Mr. Horn (1979)
Geronimo: A Thought-Provoking Look Into the Gang Lifestyle (1990)
Gunsmoke: The Last Apache (1990)
Geronimo (1993)
Geronimo: An American Legend (1993)
Hot Shots! Part Deux (1993)
Geronimo (1993)
War of the Buttons (1994)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Carta-Testamento

"Deixo à sanha dos meus inimigos, o legado da minha morte. Levo o pesar de não ter podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia.

A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa.

Acrescente-se a fraqueza de amigos que não defenderam nas posições que ocupavam à felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês, à insensibilidade moral de sicários que entreguei à Justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país contra a minha pessoa.

Se a simples renúncia ao posto a que fui levado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranqüilo no chão da pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria apenas ensejo para, com mais fúria, perseguirem-me e humilharem-me.

Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor, não dos crimes que não cometi, mas de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes.

Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue dum inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus.

Agradeço aos que de perto ou de longe me trouxeram o conforto de sua amizade.

A resposta do povo virá mais tarde...

Rio De Janeiro, 24 De Agosto De 1954

Getúlio Dornelles Vargas

terça-feira, 11 de maio de 2010

Walter Brennan


Walter Andrew Brennan (Swampscott, Massachusetts, EUA, 25 de julho de 1894 – Oxnard, Califórnia, EUA, 21 de setembro de 1974) foi um ator de cinema estadunidense.

Descendente de irlandeses, filho de um engenheiro e inventor, Brennan estudou engenharia na Rindge Technical High School, em Cambridge, Massachusetts. Trabalhou posteriormente como bancário e alistou-se nas Forças Armadas dos Estados Unidos, servindo no 101 de Artilharia na França durante a Primeira Guerra Mundial. Após a guerra, foi para a Guatemala, onde se dedicou ao cultivo de abacaxis, indo depois para Los Angeles. Durante os anos 20 trabalhou no mercado de imóveis, enriquecendo, porém perdeu parte de sua fortuna quando o mercado caiu.

Estreou no cinema em 1923, como dublê, e a partir de então trabalhou em um grande número de filmes famosos, de todos os gêneros, sendo lembrado em especial por seus papéis nos western de Howard Hawks e John Ford. Brennan foi um dos grandes atores que desempenhou, na maioria das vezes, papéis coadjuvantes. Em 1932, perdeu seus dentes em um acidente, e ao longo de sua carreira fez vários personagens “sem dentes”. Seu primeiro papel importante foi em Barbary Coast (“Duas Almas se Encontram”), em 1935. Brennan trabalhou ininterruptamente no cinema e na TV até sua morte, em 1974. Seu último filme foi Smoke in the Wind, terminado em 1975.

Lorraine of the Lions (1925) (não-creditado)
Blake of Scotland Yard (1927) (não-creditado)
King of Jazz (1930) (“O Rei do Jazz”)
Scratch-As-Catch-Can (1931)
Texas Cyclone (1932)
Law and Order (1932) (“Lei e Ordem”)
Two-Fisted Law (1932)
The Invisible Man (1933) (não-creditado)
Woman Haters (1934) (não-creditado)
The Wedding Night (1935) (“Noite Nupcial”)
Restless Knights (1935) (não-creditado)
Party Wire (1935) (não-creditado)
Bride of Frankenstein (1935) (não-creditado) (“A Noiva de Frankenstein”)
Man on the Flying Trapeze (1935)
Barbary Coast (1935) (“Duas Almas se Encontram”)
Metropolitan (1935)
Three Godfathers (1936)
These Three (1936) (“Infâmia”)
The Moon's Our Home (1936)
Fury (1936) (“Fúria”)
Come and Get It (1936) (“Meu Filho é Meu Rival”)
The Buccaneer (1938)
The Adventures of Tom Sawyer (1938) (“As Aventuras de Tom Sawyer”)
The Cowboy and the Lady (1938) (“O Cowboy e a Grã-fina”)
Kentucky (1938) (“Romance do Sul”)
The Story of Vernon and Irene Castle (1939)
Stanley and Livingstone (1939) ("As Aventuras de Stanley e Livingstone")
Northwest Passage (1940) (“Bandeirantes do Norte”)
The Westerner (1940) (“O Galante Aventureiro”)
Meet John Doe (1941) (“Adorável Vagabundo”)
Sergeant York (1941) (“Sargento York”)
Swamp Water (1941) ("O Segredo do Pântano")
The Pride of the Yankees (1942) (“Ídolo, Amante e Herói”)
Stand by for Action (1942)
Slightly Dangerous (1943)
The North Star (1943) ("A Estrela do Norte")
To Have and Have Not (1944) ("Uma Aventura na Martinica")
The Princess and the Pirate (1944)
Dakota (1945)
A Stolen Life (1946)
Centennial Summer (1946) ("Noites de Verão")
Nobody Lives Forever (1946)
My Darling Clementine (1946) (“Paixão dos Fortes”)
Scudda Hoo! Scudda Hay! (1948)
Red River (1948) ("Rio Vermelho")
Blood on the Moon (1948) ("Sangue na Lua")
Task Force (1949)
A Ticket to Tomahawk (1950)
Along the Great Divide (1951) ("Embrutecidos pela Violência")
The Far Country (1954)
Bad Day at Black Rock (1955)
Come Next Spring (1956)
Good-bye, My Lady (1956)
The Proud Ones (1956)
Tammy and the Bachelor (1957) ("A Flor do Pântano")
Rio Bravo (1959) (“Onde Começa o Inferno”)
How the West Was Won (1962) (“A Conquista do Oeste”)
The Gnome-Mobile (1967) ("O Feiticeiro da Floresta Encantada")
Who's Minding the Mint? (1967)
Support Your Local Sheriff! (1969) (“Uma Cidade Contra o Xerife”)
The Over-the-Hill Gang (1969)
The Over-the-Hill Gang Rides Again (1970)

Entre 1967 e 1969, Walter Brennan estrelou a série feita para a TV The Guns of Will Sonnett (“A Lenda de Um Pistoleiro”), em 50 episódios de 25 minutos cada, ao lado de Dack Rambo, Harry Dean Stanton, Claude Akins. Gênero Western.

The Real McCoys (“Os Verdadeiros McCoys”), entre 03 de outubro de 1957 e 23 de junho de 1963. Gênero comédia.

Premiações:

Oscar de ator coadjuvante em 1936, com o filme Come and Get It (“Meu Filho é Meu Rival”)
Oscar de ator coadjuvante em 1938, com o filme Kentucky (“Romance do Sul”).
Oscar de ator coadjuvante em 1942, com o filme The Westerner (“O Galante Aventureiro”)
Indicado ao Oscar de ator coadjuvante em 1941, com o filme Sergeant York (“Sargento York”). O Oscar foi ganho por Donald Crisp, em How Green Was My Valley (“Como Era Verde o Meu Vale”)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Roubo Da Gaita Velha

Roubo Da Gaita Velha

José Mendes

Perdi minha gaita velha
nunca mais eu pude achar
Por isso faço um apelo a
quem minha gaita encontrar

Devolvam minha gaita velha
me façam esse favor
Vivo das minhas idéias
na função de cantador

Para que fiquem sabendo do
jeito da gaita velha
Tinha o som de abelha mestra
trabalhando nas colméias

Tinha dezenove teclas
oito baixos de botão
Um torniquete do lado
pra diminuir o assoprão

Chorava numa vaneira
como só ela chorava
Se a moça fosse solteira
por Deus que me namorava

Quando eu puxava ela toda
media o meio da sala
Mostrando furos e rombos
e alguns buracos de bala

A tecla da gaita velha
nem precisava polir
Sentia cheiro de rancho
já começava a se abrir

Certa vez fui num comércio
lá na cancha do Seu Téia
Me enterteram nas carreiras
pra roubar minha gaita velha

Por isso venho tocando só
nesta gaita emprestada
Lembrando da gaita velha
que há muito me foi roubada

E agora venho cantar pra
esta distinta platéia
Pedir se acaso encontrar
devolvam minha gaita velha

domingo, 9 de maio de 2010

Tex Nuova Ristampa 134


Claudio Villa, o conceituado artista italiano, mostra-nos neste desenho nocturno o preciso momento em que a alma do desaparecido Padre Matias aparece a Tex, num sonho onde lhe conta a sua tragédia, quando o Ranger pernoitava nas ruínas da missão de Santa Cruz, no extremo sul do Arizona.

Desenho inspirado na história “Santa Cruz” de G. L. Bonelli e Giovanni Ticci (Tex italiano 215 a 217).

sábado, 8 de maio de 2010

Sina De Gaiteiro

Sina De Gaiteiro

Os botões da velha gaita vão semeando melodias
Que dos dedos do gaiteiro rebrotam em harmonia
Pedem vaza ao universo essas notas araganas
Campeando amores perdidos nos braços das quero manas
Se o tranco do fole lembra de mágoas e desencantos
Como chinas desprezadas choramingam pelos cantos

E quando o dia pede cancha num vaneirão derradeiro
Tramela aporta do rancho e cala a gaita e gaiteiro
Tramela aporta do rancho e cala a gaita e gaiteiro

Os botões da velha gaita vão semeando melodias
Que dos dedos do gaiteiro rebrotam em harmonia
O braço rude do taita num vai e vem quase em coro
Nesta prosa de mão dupla ajeita mais um namoro
Essa é a sina do gaiteiro que ao se abraçar a parceira
Dá de graça essas venturas que campeou a vida inteira

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Jefferson Davis

Jefferson Davis (Christian County, Kentucky, 3 de junho de 1808 - New Orleans, 6 de dezembro de 1889) foi Presidente dos Estados Confederados da América durante a Guerra Civil Americana.

Descendente de uma família aristocrática sulista, estudou na Academia Militar de West Point. Em 1828, lutou contra os índios americanos em diversas campanhas. Entre 1835 a 1843 dedicou-se a produção algodoeira baseada na mão de obra escrava.

Era defensor, como muitos em seu tempo, de teoria da superioridade racial dos brancos / europeus sobre negros e índios.

Na guerra dos Estados Unidos contra o México em 1846, ajudou na anexação do território do Texas. Em 1853, foi nomeado secretário da Guerra pelo presidente Franklin Pierce. Escravagista convicto, usou de seu cargo para aumentar os atritos entre o Norte e o Sul dos Estados Unidos.

Quando Lincoln foi eleito Presidente, reforçou e apoiou a tese do separatismo, sendo nomeado Presidente da Confederação pelo congresso Confederado reunido em Montgomery, estado de Alabama, em 1861.

Davis foi o único Presidente dos Estados Confederados da América, e seu mandato foi dominado pela guerra contra os Estados Unidos e pela busca de reconhecimento internacional para a Confederação. Falhou nos dois. Também enfrentou problemas internos, devido ao sempre crescente desejo de autonomia das elites de estados sulistas, alguns que passaram mesmo a defender a secessão de seus estados da Confederação.

Quando as tropas da confederação se renderam, foi encarcerado por dois anos. Liberto, recusou-se a pedir perdão ao governo federal e a jurar lealdade ao governo dos Estados Unidos. Dedicou o resto de sua vida à defesa da legalidade e legitimidade da secessão sulista, escrevendo "The Rise and Fall of Confederate Government" obra que procurava justificar a secessão. Após a guerra também perdeu muito de seu prestígio, com a figura do General Robert E. Lee ascendendo como grande heroí do Sul. Morreu em 1889.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Coração De Luto

Coração De Luto

Teixeirinha

Composição: Teixerinha

O maior golpe do mundo
Que eu tive na minha vida
Foi quando com nove anos
Perdi minha mãe querida

Morreu queimada no fogo
Morte triste, dolorida
Que fez a minha mãezinha
Dar o adeus da despedida

Vinha vindo da escola
Quando de longe avistei
O rancho que nós morava
Cheio de gente encontrei

Antes que alguém me dissesse
Eu logo imaginei
Que o caso era de morte
Da mãezinha que eu amei

Seguiu num carro de boi
Aquele preto caixão
Ao lado eu ia chorando
A triste separação

Ao chegar no campo santo
Foi maior a exclamação
Cobriram com terra fria
Minha mãe do coração

Dali eu saí chorando
Por mãos de estranhos levado
Mas não levou nem dois meses
No mundo fui atirado

Com a morte da minha mãe
Fiquei desorientado
Com nove anos apenas
Por este mundo jogado

Passei fome, passei frio
Por este mundo perdido
Quando mamãe era viva
Me disse: filho querido

Pra não roubar, não matar
Não ferir, sem ser ferido
Descanse em paz, minha mãe
Eu cumprirei o teu pedido

O que me resta na mente
Minha mãezinha é teu vulto
Recebas uma oração
Desse filho que é teu fruto

Que dentro do peito traz
O seu sentimento oculto
Desde nove anos tenho
O meu coração de luto.