segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pôster Tex Nuova Ristampa 155


Nesta excepcional ilustração, da autoria de Claudio Villa como todas as anteriores, vemos Tex Willer prestes a ser surpreendido por Cruzado, o cruel e vingativo chefe dos perversos Piutes que ambicionava matar Águia da Noite, mas que acabou sendo derrotado numa violenta luta corpo-a-corpo com Tex.

Desenho INÉDITO em publicações lusófonas e inspirado na história “I guerrieri venuti dal nord” de G. Nolitta e Aurelio Galleppini (Tex italiano #242 a #245).

(Para aproveitar a extensão completa do pôster, clique no mesmo)

Artigo publicado originalmente em: http://texwillerblog.com/wordpress/?p=25963

domingo, 27 de fevereiro de 2011

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O Ouro dos Confederados


Acabou a Guerra da Secessão, mas os ânimos de muitos combatentes, principalmente dos vencidos, continuam exaltados. Muitos se organizam utilizando a estrutura da famigerada organização Ku Klux Klan.

E para conseguirem armas e buscar a vingança frente aos opressores nortistas, precisam de recursos, que podem ser conseguidos através da parceria com um oficial confederado. Para isso precisam libertar o tal oficial, que se encontra preso em Fort Smith.

Tex e Carson chegam ao Fort Smith escoltando alguns prisioneiros e, durante a refeição, são surpreendidos por uma violenta explosão, que mata o anfitrião e deixa os dois amigos em péssimo estado. Segue-se um tiroteio perpetrado pelos prisioneiros, ajudados por um Sargento, que trai a sua guarnição. Tiroteio, gritos, mortes, confusão…

Fogem o Sargento traidor, o Capitão Buchanan e dois amigos, encontrando-se com os cúmplices, cujo fogo de cobertura mostra-se eficaz para a consecução da fuga. Para despistar possíveis perseguidores, os fugitivos decidem atravessar o rio Arkansas. Ao Sargento Nelson, o traidor, Portman, o homem da Klan, paga os serviços com chumbo. O Capitão não acha correto, mas aceita.

Os Rangers perseguem os bandidos em companhia de quatro soldados. Chegam ao rio quando os bandidos estão de partida e tem inicio um tiroteio, que se conclui com Tex pescando um bandido no rio, morto. Mas carrega consigo o capuz da Klan.

Os nossos heróis planejam como seguir os bandidos e Tex ouve do cabo Isaías a história do Capitão Buchanan. Na travessia do rio, os bandidos teimam em ofensas de parte a parte, devido suas idiossincrasias. A fuga continua, até que pisam em terra firme.

O Capitão Buchanan leva seus homens a um pântano, onde escondeu um navio encouraçado (arma de guerra usada pela primeira vez na Guerra da Secessão, com grande poder de fogo, e que proporcionaram grandes batalhas nas águas do rio Mississípi), carregado de ouro, escondido entre o carvão que alimenta a caldeira.

O oficial sulista conta (em flash back) sua história, propiciando um entendimento cheio do roteiro. Agora precisam colocar a embarcação em funcionamento, pois descerão o rio Arkansas até chegar no Mississípi, onde empregarão o ouro na causa confederada.

Nossos amigos tem um encontro com ladrões de estrada e quase perdem a pele depois do ataque covarde. Mais tarde, depois de livrarem-se de dois homens deixados de vigia nos pântanos, onde ocorre uma terrível luta, Tex, Carson e Isaías se defrontam com a embarcação, que parte, deixando-os para trás. Mas os rangers não desistem e reiniciam a perseguição, numa penosa cavalgada, visando interceptar os bandidos rio abaixo.

Os fugitivos chegam numa aldeia ribeirinha e levam a lenha estocada que serviria para aquecer a população durante o rigoroso inverno que se aproxima, bem como seus víveres. O Capitão chega atirando de canhão, quando poderia pedir uma ajuda, e depois se arrepende do seu ato. Isto serve, em tese, para mostrar o seu caráter, agora confuso e inebriado pelos seus ideais e a proximidade com todo o ouro que tem nas mãos.

Tex e Carson chegam numa aldeia e depois de alguns contratempos éticos, recebem a ajuda dos nativos, que detêm o controle de um canhão abandonado e o posicionam na margem do rio. Com a chegada dos bandidos pelo rio, ocorre um confronto a base de tiros de canhão. Dessa vez, conseguem um tiro certeiro, que danifica o encouraçado, que continua descendo o rio.

Os dois amigos continuam a perseguição num vagonete, que segue o rio, e depois de uma vertiginosa corrida, saltam do veículo e para sua sorte, bem a tempo de avistar o navio. Tex resolve pular sobre a embarcação e jogar uma carga de dinamite. Faz isso no momento que a situação do barco já é precária e o homem da Klan e o Capitão tentam definir suas posições. Ocorre um tiroteio e Portman liquida os homens de Buchanan.

Tex entra na briga: a explosão de sua dinamite atinge o paiol de pólvora do navio e tem um resultado catastrófico - o encouraçado encosta na margem. Portman consegue fugir levando alguns lingotes. Tex e o Capitão se enfrentam, ficando a vida com o nosso ranger.

Alguns vaqueiros entram na história e encontram os lingotes deixados por Portman para retardá-los e fugir. Os vaqueiros vão para o navio e se deparam com Tex, saindo, com um lingote na mão. Tem inicio nova briga, tiroteio, ação, um satanás em ação, como diria Carson.

Tex percebe que Portman fugiu e vai no seu encalço, num cavalo ferido pelo bandido. O justiceiro precisa se apressar se quiser pegar o único sobrevivente, para obter as informações sobre o ouro e entender melhor as motivações daqueles homens. Porém o destino tem seu modo próprio de concluir esta aventura.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

No Tranco Dos Monarcas


No Tranco Dos Monarcas

Os Monarcas

O estilo dos Monarcas vou dizer como é que é
Tem os xotes, tem milonga, tem rancheira e chamamé
Tem bugio e tem vanera, vamos arrastar o pé
De vez em quando uma valsa pra desfolhar o bem-me-quer
Nos fandangos dos Monarcas só não dança quem não quer.

Por isso vamos dançar, não desperdice essa marca
Faça a vida fandangueira na maneira dos Monarcas
Por isso vamos dançar, não desperdice essa marca
Faça a vida fandangueira na vanera dos Monarcas.

A cordeona do Varguinhas é feitiço sem despacho
O Gildinho vai dizendo 'por aqui também me acho'
O João judia a guitarra e o Luiz castiga o baixo
O Nelson na bateria, o Ivan cantor buenacho
E a gaitinha do Brasil faz o mundo vir abaixo!

A cordeona do Varguinhas é feitiço sem despacho
O Gildinho vai dizendo 'por aqui também me acho'
O João judia a guitarra e o Luiz castiga o baixo
O Vanclei na bateria, o Ivan cantor buenacho
E a gaitinha do Brasil faz o mundo vir abaixo!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O Preço Da Vingança


Um garoto índio, sobrevivente ao massacre de sua tribo por soldados, é disputado por uma família de colonos e pelos cheyennes, que reclamam sua restituição. Uma situação espinhosa para Tex e seus companheiros, que tentarão evitar um banho de sangue nos vales do Oeste. Sensacional história, desenhada por Carlo Ambrosini e escrita por Claudio Nizzi.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Saudades Do Paraná

Saudades Do Paraná

Composição: Teixeirinha

Ai meu bem
Eu vou pro lado de lá
Matar a minha saudade
Do povo do Paraná.

Quero rever os gaúchos
Que pra lá foram de muda
Se uniram aos paranaenses
Foram prestar a sua ajuda.

Vou puxar a minha acordeona
Num estilo rio-grandense
Para alegrar os gaúchos
E o povo paranaense.

Ai meu bem
Eu vou pro lado de lá
Matar a minha saudade
Do povo do Paraná.

O meu abraço aos amigos de Campo Largo, São José dos Pinhais, Araucária, Lapa, São Mateus do Sul, Prudentópolis, Telêmaco Borba, Palmas, Toledo, Palotina, Renascença, Marmeleiro e Santo Antônio da Platina

Ai meu bem
Eu vou pro lado de lá
Matar a minha saudade
Do povo do Paraná.

Vou cantar em Cascavel
Guarapuava e Maringá
Curitiba, Ponta Grossa
Londrina e Paranaguá.

Foz do Iguaçu, Pato Branco
Céu Azul e Medianeira
Beltrão, Coronel Procópio
Rondon depois Laranjeiras.

Ai meu bem
Eu vou pro lado de lá
Matar a minha saudade
Do povo do Paraná.

Meu abraço a Campo Mourão, terra do grande grupo Minuano.
Um abraço a Paranavaí, Umuarama, Irati, Apucarana, Clevalândia, Itaperuçu,
Dois Vizinhos, Corbélia,
Mato Rico e Rio Branco do Sul


Ai meu bem
Eu vou pro lado de lá
Matar a minha saudade
Do povo do Paraná.

Vou ver minha curitibana
Que não esqueço jamais
Acariciar os seus cabelos
Mais belos do que os trigais.

Ela é filha de gaúcho
Mas nasceu no Paraná
Se ainda está me esperando
Talvez eu fique por lá.

Ai meu bem
Eu vou pro lado de lá
Matar a minha saudade
Do povo do Paraná.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mauro Boselli e Ernesto Garcia Seijas também em Curitiba em 2011?


Por José Carlos Francisco

Depois de recentemente termos dado conta aqui mesmo da muito provável presença de Giovanni Ticci, o decano desenhador de Tex, este ano em Curitiba, entre os dias 14 e 17 de Julho deste ano, no decurso da primeira Convenção Internacional de Quadrinhos de Curitiba, onde decorrerá uma exposição dedicada ao TEX, exposição essa que terá então a bênção de Giovanni Ticci, tentamos saber mais sobre este primeiro evento de grande porte relacionado com a banda desenhada a realizar na capital do Estado do Paraná e apesar de tudo estar praticamente no início, soubemos de fonte segura que há muita ambição para realizar um acontecimento que poderá bem vir a ser o maior relacionado a Tex realizado fora da Itália, isto porque segundo o que já conseguimos apurar, embora não por via oficial, há a pretensão de para além de Giovanni Ticci ser possível também contar com a presença de Mauro Boselli, o principal argumentista de Tex no presente, assim como do consagrado desenhador argentino Ernesto Garcia Seijas.

E se tal desejo se tornar realidade, estaremos seguramente na presença de um evento Texiano de elevado quilate, mas ainda segundo as nossas investigações, as surpresas Texianas neste evento de Curitiba poderiam não ficar por aqui, mas não tendo ainda certezas absolutas estaríamos a entrar no campo da especulação, por isso vamos aguardar mais algum tempo para ver se as nossas investigações estarão indo pelo caminho certo…

Publicado originalmente em: http://texwillerblog.com/wordpress/?p=25935

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Quatro de Julho como marco dos direitos dos povos


O Quatro de Julho como marco dos direitos dos povos
09 de julho de 2008
Por Celso Deucher *

Existem certas datas históricas que se revestem de significado especial não só para um grupo de seres humanos. Todos os países tem sua data máxima nacional, como forma de fazer saber a todos os seus cidadãos que neste dia, algo de muito importante aconteceu. Para nós, povo Sul-Brasileiro, várias ainda são as datas que nos trazem recordações como marcos históricos da nossa luta por liberdade. A morte de Sepé Tiarajú na batalha de Mamboré, as declarações de independência da República Riograndense e Catarinense, a República de Lorena, a Guerra do Contestado e tantas outras revoluções libertárias iniciadas no Sul, tendo como pano de fundo, a luta pela autodeterminação deste grupo humano.
Mas o dia quatro de julho, também para nós, Sulistas, é um marco que tem que ser lembrado. Neste dia, em 1807 nascia para o mundo Giuseppe Garibaldi, companheiro de peleia da nossa grande heroína Sul-Brasileira, Anita Garibaldi. Os dois, além de lutarem pela autodeterminação do povo Sulista, também entraram para a história como os grandes guerreiros da autodeterminação e unificação italiana. Anita é até hoje, considerada a mãe da república italiana e nossa maior heroína...

Mas este dia 4 de julho, vai muito além. Lembra-nos um outro evento histórico mundial que certamente não podemos esquecer. Especialmente nós, povo Sulista, que lutamos pela nossa autodeterminação, temos como obrigação saber que neste dia, em 1776 o Congresso norte-americano emitia a declaração da independência dos das Treze Colônias. Trata-se, de uma das primeiras declarações de direitos dos povos, hoje aceita e acatada por todas as nações democráticas do mundo. Juntamente com outras declarações que mais tarde surgiriam, inspiraram as declarações de direitos humanos que hoje tanto lutamos para fazê-las não ser letra morta nas constituições.

Tendo em mente esta declaração e para entende-la na sua profundidade, é importante que saibamos que a idéia de direitos Humanos não se cristalizou no tempo. Na tese "Os direitos humanos e a evolução do ordenamento jurídico brasileiro", Silviane Meneghetti de Freitas, da Universidade Federal de Santa Maria fez uma breve análise sobre a evolução dos direitos humanos e segundo ela, a sua origem remonta do antigo Egito e Mesopotânia, no terceiro milênio antes de Cristo, onde já era previstas alguns mecanismos para proteção individual em relação ao Estado. Surgiram, posteriormente, na Grécia vários estudos sobre a necessidade da igualdade e liberdade do homem, destacando-se o Direito Romano, que estabeleceu um complexo mecanismo, visando tutelar os direitos individuais em relação ao arbítrio estatal. Durante a Idade Média, diversos documentos jurídicos reconheciam a existência de direitos humanos, com o intuito de limitar o poder do Estado.
Em toda parte do mundo, estes direitos floresceram, como na Inglaterra, nos documentos a “Magna Charta Libertatum”, outorgada por João Sem Terra, em 1215 e a “Petition of Right” em 1628. No mesmo país, marcariam ainda o nascimento do”Habeas Corpus”, em 1679, o “Bill of Rights”, em 1689 e o “Act of Seattlemente”, em 1701.
Ainda de acordo com Freitas, chegamos aos eventos na América, a partir dos Estados Unidos, "com a Declaração de Direitos de Virgínia, em 1776, Declaração de Independência no quatro de julho também em 1776 e a Constituição dos Estados Unidos da América, em 1787". Alimentados também por estas idéias, mas principalmente nas teses iluministas, cerca de 11 anos mais tarde viria a consagração normativa dos direitos humanos fundamentais, que coube à França, através da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, com o advento da Revolução Francesa.

"O início do século XX trouxe diplomas fortemente marcados pelas preocupações sociais, como a Constituição mexicana, em 1917, a constituição de Weimar, em 1919, a Constituição Soviética, em 1918. A Declaração Universal dos Direitos do Homem, assinado em Paris, em 1948, constitui a mais importante conquista dos direitos humanos fundamentais em nível internacional. Porém, a idéia de Direitos Humanos não se estabilizou nesse documento, surgindo diversas cartas de direitos no âmbito internacional: a Carta Africana de Direitos Humanos e dos Povos, a Declaração Islâmica Universal dos Direitos do Homem, Declaração Universal dos Direitos dos Povos, a Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem, a Declaração Solene dos Povos Indígenas do Mundo, entre outros", afirma Freitas.
"Além disso", continua ela, "os direitos humanos possuem gerações distintas, conforme as mutações das ideologias sociais". Citando Norberto Bobbio: “...Os direitos não nascem todos de uma vez. Nascem quando devem ou podem nascer. Nascem quando o aumento do poder do homem sobre o homem – (...) – ou cria novas ameaças à liberdade do indivíduo, ou permite novos remédios para as suas indigências...”.
Para finalizar, não poderíamos deixar de voltar ao assunto especifico deste artigo, convocando nossos simpatizantes, militantes e lideranças a leitura da Declaração de Independência dos Estados Unidos, documento imprescindível para quem defende o direito dos povos em qualquer parte do mundo. Abaixo publicamos na integra esta declaração para conhecimento de todos:

"A Declaração de Independência dos EUA
No Congresso, 4 de julho de 1776
Declaração Unânime dos Treze Estados Unidos da América
Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário um povo dissolver laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito digno às opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a essa separação.
Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade.
Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. Na realidade, a prudência recomenda que não se mudem os governos instituídos há muito tempo por motivos leves e passageiros; e, assim sendo, toda experiência tem mostrado que os homens estão mais dispostos a sofrer, enquanto os males são suportáveis, do que a se desagravar, abolindo as formas a que se acostumaram. Mas quando uma longa série de abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objeto, indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos-Guardas para sua futura segurança. Tal tem sido o sofrimento paciente destas colônias e tal agora a necessidade que as força a alterar os sistemas anteriores de governo. A história do atual Rei da Grã-Bretanha compõe-se de repetidos danos e usurpações, tendo todos por objetivo direto o estabelecimento da tirania absoluta sobre estes Estados. Para prová-lo, permitam-nos submeter os fatos a um cândido mundo.
Recusou assentimento a leis das mais salutares e necessárias ao bem público.
Proibiu aos governadores a promulgação de leis de importância imediata e urgente, a menos que a aplicação fosse suspensa até que se obtivesse o seu assentimento, e, uma vez suspensas, deixou inteiramente de dispensar-lhes atenção.
Recusou promulgar outras leis para o bem-estar de grande distritos de povo, a menos que abandonassem o direito à representação no Legislativo, direito inestimável para eles temível apenas para os tiranos,
Convocou os corpos legislativos a lugares não usuais, ser conforto e distantes dos locais em que se encontram os arquivos públicos, com o único fito de arrancar-lhes, pela fadiga o assentimento às medidas que lhe conviessem.
Dissolveu Casas de Representantes repetidamente porque: opunham com máscula firmeza às invasões dos direitos do povo.
Recusou por muito tempo, depois de tais dissoluções, fazer com que outros fossem eleitos; em virtude do que os poderes legislativos incapazes de aniquilação voltaram ao povo em geral para que os exercesse; ficando nesse ínterim o Estado exposto a todos os perigos de invasão externa ou convulsão interna.
Procurou impedir o povoamento destes estados, obstruindo para esse fim as leis de naturalização de estrangeiros, recusando promulgar outras que animassem as migrações para cá e complicando as condições para novas apropriações de terras.
Dificultou a administração da justiça pela recusa de assentimento a leis que estabeleciam poderes judiciários.
Tornou os juízes dependentes apenas da vontade dele para gozo do cargo e valor e pagamento dos respectivos salários.
Criou uma multidão de novos cargos e para eles enviou enxames de funcionários para perseguir o povo e devorar-nos a substância.
Manteve entre nós, em tempo de paz, exércitos permanentes sem o consentimento de nossos corpos legislativos.

Tentou tornar o militar independente do poder civil e a ele superior.
Combinou com outros sujeitar-nos a jurisdição estranha à nossa Constituição e não reconhecida por nossas leis, dando assentimento a seus atos de pretensa legislação: por aquartelar grandes corpos de tropas entre nós; por protegê-las por meio de julgamentos simulados, de punição por assassinatos que viessem a cometer contra os habitantes destes estados; por fazer cessar nosso comércio com todas as partes do mundo; pelo lançamento de taxas sem nosso consentimento; por privar-nos, em muitos casos, dos benefícios do julgamento pelo júri; por transportar-nos para além-mar para julgamento por pretensas ofensas; por abolir o sistema livre de leis inglesas em província vizinha, aí estabelecendo governo arbitrário e ampliando-lhe os limites, de sorte a torná-lo, de imediato, exemplo e instrumento apropriado para a introdução do mesmo domínio absoluto nestas colônias; por tirar-nos nossas cartas, abolindo nossas leis mais valiosas e alterando fundamentalmente a forma de nosso governo; por suspender nossos corpos legislativos, declarando se investido do poder de legislar para nós em todos e quaisquer casos.
Abdicou do governo aqui por declarar-nos fora de sua proteção e movendo guerra contra nós.
Saqueou nossos mares, devastou nossas costas, incendiou nossas cidades e destruiu a vida de nosso povo.
Está, agora mesmo, transportando grandes exércitos de mercenários estrangeiros para completar a obra da morte, desolação e tirania, já iniciada em circunstâncias de crueldade e perfídia raramente igualadas nas idades mais bárbaras e totalmente indignas do chefe de uma nação civilizada.
Obrigou nossos concidadãos aprisionados em alto-mar a tomarem armas contra a própria pátria, para que se tornassem algozes dos amigos e irmãos ou para que caíssem por suas mãos.
Provocou insurreições internas entre nós e procurou trazer contra os habitantes das fronteiras os índios selvagens e impiedosos, cuja regra sabida de guerra é a destruição sem distinção de idade, sexo e condições.
Em cada fase dessas opressões solicitamos reparação nos termos mais humildes; responderam a nossas apenas com repetido agravo. Um príncipe cujo caráter se assinala deste modo por todos os atos capazes de definir tirano não está em condições de governar um povo livre. Tampouco deixamos de chamar a atenção de nossos irmãos britânicos. De tempos em tempos, os advertimos sobre as tentativas do Legislativo deles de estender sobre nós jurisdição insustentável. Lembramos a eles das circunstâncias de nossa migração e estabelecimento aqui. Apelamos para a justiça natural e para a magnanimidade, e os conjuramos, pelos laços de nosso parentesco comum, a repudiarem essas usurpações que interromperiam, inevitavelmente, nossas ligações e nossa correspondência. Permaneceram também surdos à voz da justiça e da consangüinidade. Temos, portanto, de aquiescer na necessidade de denunciar nossa separação e considerá-los, como consideramos o restante dos homens, inimigos na guerra e amigos na paz.
Nós, Por conseguinte, representantes dos Estados Unidos da América, reunidos em Congresso Geral, apelando para o Juiz Supremo do mundo pela retidão de nossas intenções, em nome e por autoridade do bom povo destas colônias, publicamos e declaramos solenemente: que estas colônias unidas são e de direito têm de ser Estados livres e independentes, que estão desoneradas de qualquer vassalagem para com a Coroa Britânica, e que todo vínculo político entre elas e a Grã-Bretanha está e deve ficar totalmente dissolvido; e que, como Estados livres e independentes, têm inteiro poder para declarar guerra, concluir paz, contratar alianças, estabelecer comércio e praticar todos os atos e ações a que têm direito os estados independentes. E em apoio desta declaração, plenos de firme confiança na proteção da Divina Providência, empenhamos mutuamente nossas vidas, nossas fortunas e nossa sagrada honra. "

(*) CELSO DORVALINO DEUCHER é professor e jornalista, secretário-geral do Grupo de Estudos Sul Livre (GESUL) e presidente do Movimento O Sul é o Meu País. E-mail: gesul@lagunavirtual.com.br Blog: www.celsodeucher.blogspot.com

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O Xerife De Durango


Richard Crandall e vários cúmplices armaram um estratagema pra enganar inocentes em busca de um falso tesouro espanhol perdido, para depois matá-los e roubá-los. Eles só não contavam que esse esquema acabasse por atrair a atenção de Tex e seus companheiros. Um clássico imperdível do ranger mais rápido e implacável do Oeste.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Anita Garibaldi


Aos dezoito anos, Ana Maria de Jesus Ribeiro passa a ser Anita Garibaldi e escreve definitivamente uma nova página na história da Revolução farroupilha, a partir de agosto de 1839, quando deixou o marido, assumiu sua paixão e embarcou no navio comandado por Giuseppe Garibaldi, "o herói de dois mundos".

O primeiro encontro entre Aninha e Giuseppe Garibaldi pode ter acontecido de várias formas, segundo as diferentes versões. Garibaldi diz nas "Memórias", que estava a bordo de uma embarcação, na Barra de Laguna, desanimado, solitário, pensando nos amigos que perdera no naufrágio em Campo Bom, carecendo de "uma presença feminina". Foi quando dirigiu o "olhar à ribeira", onde no morro da Barra pôde ver "as belas jovens ocupadas nos seus diversos afazeres domésticos. Uma delas atraía-me mais especialmente que as outras..."

Garibaldi desembarcou e caminhou na direção da casa "sobre a qual havia já algum tempo fixara-se toda a minha atenção". O coração "disparava", encerrando "uma dessas resoluções que jamais esmorecem. Um homem (eu já o avistara) convidou-me a entrar". Deparou-se então com Aninha e pronunciou a famosa frase: "Virgem criatura, tu serás minha!" O próprio Alexandre Dumas, a quem Giuseppe ditou anos mais tarde as "Memórias", anotou que "esta passagem é intencionalmente coberta pelo véu de um enigma".

Virgílio Várzea, em texto de 1919, diz que do tombadilho do navio, na Barra, "chamou-lhe vivamente a atenção uma moça alta que, à porta de uma choupana, parecia aflita e a chorar. Preocupado com o que teria sucedido à pobre criatura, mandou guarnecer um escaler e largou para a praia. Aí chegando dirigiu-se à moça, perguntou-lhe o que tinha. Ela explicou-lhe, por entre lágrimas, que estava com o marido de cama e muito mal das febres", assinala.

Por causa disso, Garibaldi "propôs-lhe levar o esposo a tratar-se no hospital de sangue que os republicanos tinham estabelecido na Laguna. Aceitou, mas sob condição de acompanhar ela ao doente, o que foi deferido", sendo Manoel transportado. "No hospital transformou-se a moça na melhor das enfermeiras, não só ocupando-se carinhosamente do marido como dos numerosos feridos dos últimos combates que aí se achavam em tratamento. Enquanto dias depois o esposo falecia. Embora esmagada por esse golpe, ela continuou a desvelar-se pelos demais enfermos com admiração e alegria geral de todos."

Nas manhãs seguintes, alegando visita a "seus marinheiros feridos", Garibaldi demorava-se "longo tempo a conversar com a enfermeira, a quem, sem saber como nem porque, se sentia preso de grande simpatia desde o primeiro momento em que a viu. Ela, a seu turno, experimentava o mesmo sentimento por ele. Era o começo de uma grande e mútua paixão".

A terceira possibilidade é levantada por Saul Ulysséa. "Conta a tradição que Garibaldi com ela se encontrara no lugar Figueirinha", onde funcionou durante muitos anos o Fórum de Laguna, próximo do Hospital de Caridade. "Existia naquele local muitas fontes de lavagem de roupa, não sendo de duvidar que Anita ali estivesse para a lavagem de sua roupa e de sua mãe." Todas essas versões, com derivações e mesmo fusões entre elas, alimentam permanentemente o mito, fornecendo matéria-prima a projetos de ficção (artes) e de resgate histórico da personagem.

Anita tinha apenas 18 anos quando participou do primeiro combate. Ela e Garibaldi deixaram Laguna no dia 20 de setembro de 1839, numa viagem que seria a de sua lua-de-mel. Com uma frota de três embarcações, seguiram até a altura de Santos (SP), onde investiram contra uma corveta imperial, passando na seqüência a ser perseguidos por uma esquadra. De volta ao Sul, buscaram abrigo nas enseadas que recortam o litoral catarinense, onde encontram duas sumacas carregadas de arroz, que foram capturadas.

Na altura da Ilha de Santa Catarina travam combate com os ocupantes do navio imperial Andorinha. Uma forte ventania causa a perda de uma das embarcações farroupilhas, a Caçapava, restando o Seival e o Rio Pardo, com os quais penetram na enseada de Imbituba, onde Giuseppe organiza a defesa. O Seival é deixado na praia e seu canhão colocado sobre uma elevação, sob os cuidados do artilheiro Manuel Rodrigues. Na ocasião, Garibaldi tenta convencer Anita a desembarcar, mas ela resiste e não aceita. Quer ficar ao lado dele, não importa o que aconteça.

A batalha começou no amanhecer do dia 4 de novembro de 1839. "O inimigo, favorecido em sua manobra pelo vento", avança "em bordejos e torpedeando-nos com ferocidade", recorda Giuseppe, a bordo do Rio Pardo. "De nossa parte, combatíamos com a mais obstinada determinação, atacando de uma distância suficientemente curta para que pudéssemos nos valer das carabinas. O fogo, de ambas as partes, era dos mais assoladores", complementa.

Começaram a se acumular "cadáveres e corpos mutilados", cobrindo a ponte da escuna crivada de balas e com a mastreação avariada. "Estávamos determinados a resistir, sem rendição, até que o último de nós tombasse", amparados "pela imagem da amazona brasileira que tínhamos a bordo", armada com uma carabina, engajada no combate. Seguiram-se cinco horas de muita tensão, gritos desesperados, disparos e estrondos de canhões, até que os imperiais bateram em retirada, com um comandante baleado.

Henrique Boiteux não economiza adjetivos ao descrever Anita, "de carabina em punho, impávida ao fogo, desprezando a morte, batendo-se como o mais valente, emprestando valor àqueles que desfaleciam, animada com as faces rubras, olhar em chamas e cabelos soltos ao vento, percorrendo a bateria em uma atividade febril, excitando a todos na defesa do estandarte, símbolo do ideal pelo qual se batiam". A cena foi cantada em verso e prosa, servindo de inspiração para os artistas do lápis e do pincel, reproduzida nas capas de vários livros e publicações. Foi o batismo de fogo de Anita.

Nas "Memórias" que ditou a Alexandre Dumas, Garibaldi destacou o episódio. Enquanto "da ponte da escuna e com o sabre em punho, Anita encorajava os nossos homens, um petardo de canhão a derrubou, juntamente com dois dos nossos combatentes. Saltei sobre o seu posto, tomado pelo temor de nada mais encontrar além de um cadáver. Ela, porém, reergueu-se sã e salva. Os dois homens estavam mortos. Roguei-lhe então que descesse até o porão. 'Sim, irei mesmo até lá - disse-me ela -, mas para tirar de lá os poltrões que nele se esconderam.' Ela desceu e logo voltou, empurrando à sua frente dois ou três marujos, pejados por terem-se mostrado menos valentes que uma mulher".

Anita viveu três momentos distintos no combate ocorrido na Barra de Laguna, iniciado por volta do meio-dia de 15 de novembro de 1839, quando foi derrotada a experiência da República Catarinense. O comando da defesa ficou sob responsabilidade de Garibaldi, que posicionou seus navios num semi-círculo, dispondo uma linha de 300 atiradores em terra e seis canhões no Fortim do Atalaia, pelo lado Sul e na época bem próximo do canal. Ainda não havia o molhe de pedras, construído nas primeiras décadas deste século, nem o aterro. Cerca de 1,2 mil homens da infantaria rebelde estabeleceram-se nas margens do canal, aguardando o ataque legal.

A bordo do Itaparica, Anita pôde observar a chegada das forças adversárias, sob o comando do capitão-de-mar-de-guerra Frederico Mariath, compostas por 13 navios, com 300 praças de guarnição, 600 de abordagem e 33 bocas de fogo. Enquanto Garibaldi observava de uma colina o movimento da esquadra legal, Anita apontou o canhão e disparou o primeiro tiro, seguindo-se uma terrível batalha.

O segundo momento de Anita começa quando Garibaldi ordena que ela vá pedir reforços ao general Canabarro, estacionado nas imediações do Farol de Santa Marta. Anita cumpre a missão e retorna com ordens do comandante rebelde para retirar-se do combate e salvar armamentos e munições. Contrariado, já que pretendia incendiar a esquadra imperial, Garibaldi inicia a retirada, encarregando Anita de transportar os primeiros pertences, pretendendo com isso que ela ficasse a salvo no outro lado.

Mas ela voltou para o centro dos combates, dando continuidade a seu terceiro momento. Ela carregou o bote com armas e munições e o conduziu para o campo da Barra, gesto que repetiu cerca de 20 vezes seguidas, dando origem a diversas narrativas. Enquanto executava a missão, cruzava "sob o fogo inimigo dentro de uma pequena barca com dois remadores, dois pobres-diabos que se curvavam o quanto podiam para evitar balas e bombas. Ela, porém, de pé sobre a popa, no encruzamento dos tiros, surgia, ereta, calma e altaneira como uma estátua de Palas, recoberta pela sombra da mão que Deus naquelas horas pousava sobre mim", escreveu Garibaldi. Palas, ou Minerva, foi a deusa mitológica das artes e da sabedoria.

As forças estavam "separadas na distância máxima de quatro braças", ou quase oito metros, segundo Boiteux, ocasionando "uma tempestade de balas, de fuzilaria e de metralha, enchendo os navios de ambos os partidos de ruína e de sangue". Boiteux refere-se a um "turbilhão de fumo e fogo". A "medonha e homérica luta só se atendia à precisão dos tiros, pois o crepitar da fuzilaria e ribombar dos canhões na sua afanosa missão destruidora abafava os gritos de dor dos mutilados, as imprecações raivosas dos atingidos, as vozes de manobras dos comandantes e oficiais pelejando estes mesmos com carabinas e pistolas", assinala o historiador catarinense.

O depoimento do capitão-de-fragata J. E. Garcez Palha resume bem o cenário vivido por Anita. "Foi mais do que um combate, foi um turbilhão. Os navios avançaram com velocidade regular através de uma tempestade de balas, de fuzilaria e de metralha. Ao estampido incessante das armas misturavam-se os gritos dilaceradores dos feridos e moribundos, o sibilar do vento através do aparelho dos navios, o quebrar violento das vagas de encontro ao costado, e a voz dos comandantes e oficiais que animavam os marinheiros, pelejando eles mesmos com carabinas e pistolas."

Na ordem do dia onde narrou a batalha, Mariath informou a existência de 17 mortos e 38 feridos legalistas. Em 1860, em artigo assinado no jornal "Correio Mercantil", o militar corrigiu os números anteriores, falando em 51 mortos e 12 feridos. Não existe nenhuma estimativa do número de farroupilhas mortos no Combate da Barra. Outro ponto interessante que destaca a coragem de Anita é o fato de ela ter conseguido fugir da prisão, após o combate de Curitibanos, em dezembro de 1839, ficando durante oito dias, escondida no mato, reencontrado-se com seu marido - Giuseppe Garibaldi - já na cidade de Lages.

Indubitavelmente, a coragem da guerreira é redesenhada pela força da maternidade: em setembro de 1840, a guerreira mãe, por ocasião de um ataque em são Luis das Mostardas, conseguiu fugir, a cavalo, apenas de camisola, levando nos braços seu filho de doze dias.

Após a derrota dos Farrapos em Santa Catarina, Anita e Garibaldi fugiram para o Uruguai, atravessando o Rio Grande do Sul em cinqüenta dias, conduzindo uma tropa de novecentas reses. Naquele país Garibaldi foi convidado pelo governo para combater tropas argentinas chefiadas por Rosas, sobre quem teve vitórias que o tornaram reconhecido na Europa. Nesse tempo, Anita dedicou-se aos filhos: Menotti, Ricciotti, Teresita e Rosita e continuou apoiando o movimento revolucionário, realimentando seus ideais republicanos em reuniões políticas em sua própria casa, onde congregava um grupo de italianos republicanos.

Em 1848, Anita e os filhos partem para Itália. Lá, entre o papel de dedicada mãe e amantíssima esposa, reassume o de guerreira lutando ao lado do marido pela Independência e unificação daquele país. Em julho de 1849, Garibaldi e seus homens precisaram fugir de Roma, levando junto à tropa, por decisão dela, uma soldada grávida de cinco meses. E, depois de longa e difícil fuga, Anita gravemente doente, morreu no dia 4 de agosto de 1849 nos braços de seu grande amor, numa fazenda no nordeste de Roma.
Perseguido, Garibaldi partiu sem poder assistir ao enterro daquela que ele afirma em suas memórias, que era a dona de sua alma.

CRONOLOGIA - MOMENTOS QUE MARCARAM A VIDA DA HEROÍNA

1821

· Nascimento de Ana Maria de Jesus Ribeiro (Anita Garibaldi), em Morrinhos, na época pertencente à Laguna.

1835
· Anita casa com o sapateiro Manuel Duarte de Aguiar
· Início da Revolução Farroupilha

1839
· Manuel Duarte, parte, sozinho, de Laguna.
· Proclamação da República Catarinense, em Laguna.
· Anita conhece Giuseppe Garibaldi e parte com ele para Lages

1840
· Nasce Menotti Garibaldi, primeiro filho do casal.

1841
· Anita e Giuseppe partem para Montevidéu, no Uruguai.

1842
· Anita e Giuseppe casam, oficializando a união.

1843
· Nasce a filha Rosita Garibaldi

1845
· Nasce a filha Teresita Garibaldi
· Morre afilha Rosita Garibaldi

1847
· Nasce o filho Ricciotti Garibaldi
· Anita parte com os filhos para Gênova, na Itália.

1848
· Giuseppe parte par Itália (lutas pela unificação), levando os restos mortais da filha Rosita.
· Anita e os legendários são recebidos em Ravena, Itália, por uma procissão à luz de tochas.

1849
· Anita, grávida pela quinta vez vai a Nizza, terra natal do marido.
· Doente, Anita vai a Roma, onde lutam Giuseppe e seus guerreiros.
· No dia 4 de agosto, às 19h45, morre Anita Garibaldi, aos 28 anos, em Mandriole, na Itália.

1859
· Giuseppe recupera os restos mortais de Anita e leva-os a Nice, então pertencente à Itália.

1931
· Os ossos de Anita Garibaldi são depositados no cemitério Staglieno, em Gênova.

1932
· Os restos mortais foram levados para Roma e depositados no monumento à heroína, erguido na Praça Anita Garibaldi.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Giovanni TICCI em Curitiba

Por José Carlos Francisco

Depois de 2010 ter ficado gravado a letras de ouro na história de Tex na América Lusófona, devido à presença do consagrado desenhador de Tex, Fabio Civitelli, em Outubro passado para participar do 17º Fest Comix em São Paulo, tudo parece indiciar que 2011 será mais um ano histórico para Tex e para os seus fãs e coleccionadores sul-americanos já que há fortíssimas probabilidades de Giovanni Ticci, o terceiro desenhador de Tex na quantidade de páginas desenhadas, após Galeppinni e Lettèri e que supera a marca das 7.000 páginas de Tex, também poder estar presente este ano em Curitiba, entre os dias 14 e 17 de Julho, no decurso da primeira Convenção Internacional de Quadrinhos de Curitiba.

Segundo Fabrizio Andriani, um dos responsáveis da organização, o evento ainda está em seus primórdios, mas deverá contar com a participação de grandes nomes da banda desenhada da América Portuguesa. Em Julho próximo, acontecerá o lançamento do evento, que será apelidado de número Zero.

Curitiba é uma cidade muito envolvida com a banda desenhada e cuja Gibiteca que irá completar 30 anos em 2012, é a mais antiga da América Latina. Devido a esse, mas também a outros motivos, os responsáveis do evento acharam ser da mais elementar justiça que a cidade de Curitiba venha a ter um evento desta magnitude, para além de Curitiba estar a passar por um momento muito favorável culturalmente e economicamente, já que a cidade pertencente ao Estado do Paraná cresceu muito nos últimos tempos e vem gente do país inteiro para morar nessa linda e especial cidade, que inclusive está preparada para receber turistas do mundo inteiro, fazendo tudo isto com que a cidade tenha um ar mais cosmopolita.

Nesta convenção de número Zero, os responsáveis querem que o seu país e o mundo fiquem a saber que em Curitiba está a começar um novo evento de banda desenhada e ser mais um espaço de discussão e aprimoramento e claro, encontro entre fãs e seus ídolos da nona arte, inclusive no que a Tex diz respeito.

Tal como já anunciamos, o evento vai acontecer no mês de Julho deste ano entre os dias 14 e 17 e contará com uma exposição dedicada ao TEX. Exposição essa que terá a bênção de Giovanni Ticci, um dos grandes desenhadores do Ranger e que participará como embaixador da Bonelli em comemoração ao ano da Itália no Brasil.


Em breve e assim que houver mais informações concretas, voltaremos ao assunto, mas segundo as investigações que estamos já a efectuar a vários níveis, poderá haver ainda mais surpresas (e que surpresas) no que a Tex diz respeito, mas para já são apenas intenções e por isso vamos ter que esperar que as coisas se tornem ainda mais palpáveis para poder divulgar, se bem que só a presença de Giovanni Ticci em Curitiba se se vier a confirmar como tudo indicia, ser já um marco que ficará também assinalado a letras de ouro na história de Tex na América Do Sul e muito provavelmente a Mythos Editora também assinalará o momento com alguma edição especial dedicada a Giovanni Ticci, tal como aconteceu com a recente presença de Fabio Civitelli em São Paulo!

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Gineteando Um Chamamé

Gineteando Um Chamamé

Os Serranos

Larga paisano que eu daqui não caio mais
Domar um potro é como bailar um chamamé
Numa cantiga de mangaço e sapucai
Qual de nós dois é o mais xucro já se vê

Se até a vida eu já domei numa volteada
Só não consigo é domar meu coração
Qualquer ventena não me tira dos arreios
Larga paisano que este não me põe no chão

Se calço espora me sinto, maior que um rei
Dono do mundo no lombo deste bagual
Enforquilhado eu mostro, tudo o que sei
Sou da fronteira por favor não leve a mal

Quem estudou na escola grande da campanha
O xucro ofício desta lida campesina
Gosta do lombo de um potro porque sabe
Que o mundo fica mais bonito aqui de cima

Enquanto o maula corcoveia campo afora
Me sinto um taura porque deus me fez assim
E os olhos dela me iluminam nessa hora
Larga paisano que esta doma tá pra mim

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Lei Do Deserto

Três bandidos assaltam o banco de Welton, no Arizona e seqüestram o filho do banqueiro, cruzando a fronteira com o México. Seu plano é atravessar o escaldante deserto salgado de Attar, chegar ao Golfo da Baixa Califórnia, tomar um barco e desaparecer. Tex, que estava na cidade à espera de Carson, juntamente com o ranger Dan, o banqueiro Ellison e um grupo de voluntários estão logo às suas costas.

Em meio a uma tempestade de areia os bandidos param numa pousada para deixar o menino e descansar. No entanto, decidem partir logo levando o garoto junto com eles como "seguro de vida". Um índio, ajudante do taverneiro ouve a conversa deles e sai a cavalo para avisar o bando de El Tuerto, interessado no dinheiro roubado.

Tex e Dan chegam à pousada perguntando sobre os assaltantes. O taverneiro os informa e os dois decidem partir imediatamente, mas ouvem tiros de onde haviam ficado Ellison e seus voluntários. Os bandoleros de El Tuerto os estavam atacando. O grupo foge até a pousada e os mexicanos, vendo que tinham atacado os homens errados, abandonam a presa e saem atrás dos verdadeiros meliantes.

Com o Sr. Ellison ferido e alguns mortos, os dois rangers decidem ir sozinhos à caça dos bandidos, deixando os outros na taverna à espera de Carson, que como Tex concluiu, já devia estar seguindo a sua pista.

Tex e Dan partem então no encalço dos assaltantes, cruzando o deserto, um canyon cheio de perigos a cada passo e as ruínas de uma missão abandonada sem saber que enfrentarão muitos tiros e reviravoltas para recuperar o garoto Johnny e o dinheiro roubado.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Revolução Libertária Sulista

A Revolução Libertária Sulista

07 de outubro de 2007

Por Celso Deucher*

Nos mais de 15 anos de luta do Movimento O Sul é o Meu País, temos enfrentado discussões e debates acirrados em torno dos direitos reivindicados pelo Povo Sul-Brasileiro para sua libertação. Nestes momentos, uma série de argumentos servem de munição para os defensores do status quo reinante. Um dos principais é de que “não é possível, dentro da legalidade, transformar o Sul em um País”, ou, sendo mais claro, há uma impossibilidade legal para a criação do estado nacional Sul-Brasileiro.

Por se tratar de um argumento que necessita de uma analise mais apurada, decidimos introduzir nas discussões as principais teses da teoria jurídica da revolução, as quais, acreditamos, mais se encaixam nessa argumentação. É sabido que o triunfo duma revolução traduz-se na ruptura da ordem jurídica interna e na instalação de uma nova legitimidade. Conservadores por necessidade, os juristas têm-lhe certa aversão. Os juristas brasileiros, mais ainda, pois são capazes de temer pela sua sobrevivência por um simples balanço no arcaico sistema de leis que amordaçam e engessam a América Portuguesa.

Porém não são apenas os juristas brasileiros que sofriam e em muitos casos ainda sofrem deste mal. No nível internacional, não muito tempo atrás, existia uma espécie de anátema absoluto contra qualquer perspectiva jurídica da revolução e, quando muito, a revolução era vista como simples momento de transição, sem valoração jurídica, entre o precedente e o novo direito vigente. Assim, vale uma visita nas primeiras tentativas de teorizar juridicamente a revolução.

Uma, considerada “clássica”, pertence a Georges Burdeau, que acreditava que uma revolução é “a substituição de uma idéia de direito por outra, enquanto princípio motor da atividade social”. Neste caso, sendo, no plano histórico, um fenômeno de força, a revolução Sulista, sob o ponto de vista jurídico, traduz uma tentativa do direito de penetrar na vida social. Tal penetração originaria o estabelecimento de uma ordem jurídica nova. A validade desta não é um efeito do triunfo revolucionário que transformaria o fato em direito, mas antes de mais nada, se funda numa mudança da idéia de direito dominante.

A revolução Sulista, neste sentido, deixaria, então, de ser mero fato e passaria a fenômeno jurídico, visto que a superação de certa concepção do mundo e de certa ordem jurídica e conseqüente cristalização das novas aspirações de povo numa doutrina que o seduz, encarnada numa gama de lideranças libertárias que com habilidade e empreendedorismo não exprime, apenas, a introdução temporária da força do direito na vida política, e sim, “um direito novo que se afirma como fundamento da validade da ordem jurídica futura”, pelo que “a revolução não é uma ruptura do direito, é uma transformação deste mesmo direito”.

Chega-se, portanto, à observação de uma prodigiosa fecundidade, qual seja a de que todo o direito tende a incluir uma força revolucionária. Este aparente paradoxo significa ter-se tomado consciência que “podendo ser a revolução um instrumento do direito, por seu lado, o direito podia ser um instrumento da revolução, que justificaria a conquista do poder político e que, em definitivo, a democracia seria, precisamente, permitir a revolução através do direito”.

O nosso autor, Burdeau, é partidário da formação do Estado no gênero comum dos “governos de fato”, não lhe concedendo tratamento autônomo. Ele considera a existência de um “governo de fato” não subordinada a qualquer doutrina de legitimidade política e a sua qualificação dependente exclusivamente das circunstâncias, traduzindo-se numa dupla constatação. A primeira, de que não tem qualquer fundamento constitucional e a segunda, de que se trata efetivamente de um governo.

Bem mais recente, surgiram significativos estudos sobre a teorização jurídica da revolução, especialmente no pensamento kelseniano. Nela, diversas questões de uma mesma situação são esmiuçadas, surgindo o que muitos chamam de “teoria pura da revolução”. Para esta visão, trata-se de toda a modificação ilegítima da constituição. É a alteração constitucional transcendente da constituição, isto é, a alteração da constituição sem serem observados os trâmites por ela mesma estabelecidos, envolvendo necessariamente quebra da continuidade jurídica e instauração de uma nova ordem. Resta saber, indo mais a fundo na questão, se à idéia de ruptura corresponde a qualquer conceito jurídico específico de revolução.

Como não é possível retirar normatividade da pura faticidade, a conceitualização jurídica da revolução, só pode assentar na pressuposição da norma fundamental e é indiscutível que a formação de um novo Estado Nacional firma-se num processo de vontade, que se torna na decisão ou (novo) “fato fundamental” como ponto de partida da (nova) estrutura constitucional do poder. Ou seja, em termos de teoria kelseniana, é o fato fundamental a que corresponde a norma fundamental (Grundfaktum - Grundnorm). Não é a norma fundamental que produz ou trás ao nível da existência, o fato fundamental. Ao contrário, dado o fato fundamental, para colhê-lo em termos de conhecimento dogmático, pressupõe-se a hipótese normativa básica que tem o fato fundamental por conteúdo”.

Considerando o caso que nos interessa, da formação do Estado Nacional Sul-Brasileiro “a revolução entra na categoria de fato fundamental, de decisão política proveniente de uma coletividade que tomou em suas mãos a opção de ser de uma determinada forma. Essa decisão é prévia a toda normatividade. Pode ocorrer ora dentro de um Estado já constituído (exemplo: a revolução francesa de 89) ou antes de um Estado a constituir-se (exemplo: o movimento de independência política das treze colônias inglesas). Constituído ou a constituir-se, o Estado ante a revolução está ante o poder constituinte.

A revolução é, deste modo, fonte material, sociológica, pré-constitucional, que vem instaurar uma constituição onde ela não existia (ou substituí-la por uma nova). Sendo um fato não legitimado por norma prévia é, todavia, fato produtor de normas, o que significa que “o titular do poder constituinte é uma fonte extra-dogmática”. Por outras palavras, “a revolução é pura faticidade, se tomarmos o jurídico-estatal como critério ou esquema de referência” e a sua juridicização faz-se mediante “recurso à norma fundamental hipotética do ordenamento estatal, ou recorrendo ao nível mais alto da norma de direito positivo internacional”.

A questão é, então, no nosso caso, indagar se o processo de independência da União Sul-Brasileira corresponde a esta elaboração formal e lógica sobre a natureza jurídica da formação do Estado e se não permite até, dado os seus traços específicos, mitigar a dicotomia (ou questão da prevalência) entre direito interno e direito internacional e compreender como o direito à autodeterminação, além de fundamentar juridicamente a independência, tem importantes reflexos nos tradicionais requisitos da formação do Estado. Ou, diretamente quanto ao “peso específico” do princípio da efetividade.

Feito estes esclarecimentos, resta-nos olhar mais atentamente sobre os pressupostos formadores do Estado em direito internacional. Apesar das alterações que a descolonização implicou, a doutrina do direito internacional negligenciou o estudo da condição jurídica dos novos Estados, provavelmente pela complexidade e multiplicidade de casos “cuja tradição histórica, estrutura social e política e organização jurídica anteriores à independência são diferentes”. Não obstante, há uma evolução nas concepções sobre a formação do Estado e a descolonização representa um momento de crise e ruptura das posições tradicionais.

O Estado, em direito internacional é, fundamentalmente, um produto da própria ordem jurídica internacional, pelo que a sua noção acompanha as evoluções do direito, sendo “dotada de uma plasticidade que lhe permite absorver as evoluções, por vezes consideráveis, que afetam o fenômeno estadual”.

Consultando outro grande pensador, no princípio do século XX, numa obra clássica, L. Oppenheimer escrevia sem dúvidas nem divergências: “A formação de um novo Estado é (...) uma questão de fato e não de direito. O novo Estado transforma-se em sujeito de direito internacional em virtude do reconhecimento, que é uma questão de direito. Logo que o reconhecimento seja outorgado, o território do novo Estado fica reconhecido como território de um sujeito de direito internacional, e não importa o modo como esse território foi adquirido antes do reconhecimento”.

Assim, na segunda metade do século, a questão, centrada no reconhecimento e sua natureza jurídica, coloca-se já em termos relativamente diferentes, embora, numa primeira fase, a descolonização não detenha relevância ou autonomia. Apesar de se manter o entendimento de que a formação do Estado é matéria de fato, predomina na doutrina a defesa da existência de normas de direito internacional atributivas da personalidade e, portanto, da natureza meramente declarativa do reconhecimento de Estado. Um dos principais autores que analisa este mesmo assunto é Arangio-Ruiz por abordar a natureza da formação do Estado a partir de uma colônia, numa época em que o direito à autodeterminação não detinha autonomia. Também para ele, o Estado só é legitimável pelo seu direito interno e “o Estado em direito internacional não é instituição ou pessoa jurídica no sentido do Estado em direito interno. É pessoa real, um ente dado. Os Estados constituem, logo de seguida, no seu conjunto, a base social do direito internacional. Isto é, os Estados são pressupostos do direito internacional tal como os seres humanos são pressupostos do direito interno”.

Analisando à descolonização, o autor considera que as normas dos tratados do século XIX (sobre a ocupação dos territórios coloniais) e do sistema da Sociedade das Nações e da ONU (sobre administração dos territórios dependentes e sua preparação para a independência) não admitem conclusões diferentes. Essas normas e princípios, mesmo tendo fins humanitários, limitam-se a regular a conduta dos Estados perante povos e territórios dependentes, os quais continuam a ser objeto dos direitos-obrigações daqueles Estados. Logo, só nesse (pouco significativo e alheio) sentido é “regulado pelo direito internacional o acesso à independência dos povos coloniais. Para o direito internacional, a formação de novos Estados nos territórios coloniais continua a ser processo de fato, isto é, os novos paises constituem-se sempre fora de um contexto jurídico inter-individual e como formações históricas não condicionadas, antes e depois do nascimento, por normas internacionais, direta ou indiretamente dirigidas ao ente”.

Pelo sim, pelo não, quando das conclusões de Oppenheimer existiam cerca de 50 países independentes. Já quando da II Guerra Mundial a sociedade internacional, embora composta por setenta e cinco Estados, continuava a ser uma comunidade fechada dirigida pelo “clube europeu”.

A descolonização, desta forma, veio aumentar para cerca de 150 países, alterando profundamente o mapa mundi e gerando uma demanda por liberdade nunca vista na história da humanidade. Naquele momento, foi inevitável a desintegração do sistema colonial e a formulação, no decurso dos anos sessenta, de um direito internacional que repercutisse nas próprias concepções sobre a natureza da formação do Estado. Hoje, em vista da “grande” evolução dos sistemas democráticos, já temos mais de 200 países, nascendo cerca de três novos por ano. Esta realidade de fato, também vem desmentindo as posições conservadoras de que o mundo está se unindo e não separando-se. Se depender dos movimentos de libertação nacional (hoje em torno de 450 em todo o planeta), nos próximos 50 anos, teremos cerca de 300 países no mundo. Afinal, é hora destes povos usufruírem de democracia, pelo menos no que diz respeito a sua diversidade e sua pluralidade.

Para nós, Sul-Brasileiros, em pleno ano de 2007, novas demandas estão sendo gestadas no seio desta diversidade humana sedenta por justiça, liberdade e autodeterminação. Sabemos que ainda há divergências sobre o estatuto da autodeterminação a nível internacional, não havendo ainda consenso na doutrina sobre a formação do Estado. Porém, resta-nos a certeza de que agindo dentro dos princípios da Carta de Direitos Humanos, portanto sob o ditames da legalidade coletiva que ampara todos os seres, é possível sim, lutar pelo estabelecimento de um Estado Nacional Sul-Brasileiro, sem que para isso, seja necessário recorrer ao uso de práticas que não sejam democráticas e de respeito a vontade coletiva de nosso povo e aos demais povos da América Portuguesa.

(*) CELSO DORVALINO DEUCHER é professor e jornalista, secretário-geral do Grupo de Estudos Sul Livre (GESUL) e presidente do Movimento O Sul é o Meu País.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Arte De Roberto Diso



Publicado originalmente em: http://texwillerblog.com/wordpress/?p=25680

domingo, 13 de fevereiro de 2011

No Compasso Da Gaita

No Compasso Da Gaita

Os Monarcas

Composição: Zezinho/Leonardo

Com minha gaita no peito
cansei de fazer proeza
Montei no lombo da rima
pra ginetear a tristeza
É com esta minha gaita
que eu ponho o pão na mesa
Mesmo sendo pobretão
Com minha gaita na mão
eu dou um chute na pobreza

Quando eu abro a minha gaita
me desmancho num floreio
Com a força do meu cantar
quanse rebenta no meio
Ronca e geme nos meus braços
que até me ensina o compasso
e o jeito do sapateio

Minha gaita é meu altar
o teclado um oratório
já tocou festa de Igreja
casamento até velório
até o diabo se me escuta
vai dançar no purgatório
É uma china resmuguenta
que até velho de setenta
não aguenta seu falatório

Tudo aquilo que consigo
vem desta gaita singela
Já fiz coroa chorar
e também muita donzela
lourinha cor dos trigais
morena cor de canela
com minha gaita modesta
já tomei conta de festa
cantando e tocando nela

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Tex Willer em mosaico, por Roberto Menezes

Por José Carlos Francisco

Hoje no blogue do Tex damos a conhecer uma homenagem ao nosso Ranger, TEX WILLER e ao seu criador gráfico GALEP. Trata-se uma arte em Mosaico, do artesão cearense Roberto Menezes, excepcional mosaicista, tendo como base a ilustração de Aurelio Galleppini usada como capa da edição nº 111 – “A Sul de Nogales”, publicada pela Editora Vecchi.

O trabalho do artesão nasceu devido a uma encomenda do grande fã e coleccionador de Tex, Antonio Carlos da Silva, popularmente conhecido por Rouxinol do Rinaré, que desse modo desejava ter uma peça única para o seu acervo Texiano.


O quadro que podemos ver nas duas fotos que mostramos neste post, tem a base de madeira e é revestido com o mosaico e mede 80 cm por 60 cm.

Para quem não saiba, mosaico ou arte musiva, é um embutido de pequenas peças (tesselas) de pedra ou de outros materiais (vidro, mármore, cerâmica ou conchas), formando determinado desenho. O objectivo do mosaico é preencher algum tipo de plano, como pisos e paredes. A palavra “mosaico” tem origem na palavra grega mouseîn, a mesma que deu origem à palavra música e que significa próprio das musas.



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Artigo publicado originalmente em: http://texwillerblog.com/wordpress/?p=25645

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Tapado De Chamamé

Tapado De Chamamé

Os Monarcas

Composição: Vaine Darde/João Chagas Leite

Só tomo canha de guampa quando desaspo um bagual
Quem bombear na minha estampa manja meu jeito de mal
Se o bochincho deslancha nem mesmo o diabo me escapa
Nos marmanjos dou de prancha nos nanicos dou de tapa
Mas se topo um chamamé ninguém no pé me falseia
Eu faço a cancha tremer cinchado "inté" nas "oreia"

Ando lanhado de gata
Lasqueado de bem-querer
Cortado de alça de gaita
E tapado de chamamé

Se desencilho a pinguancha
Pra "mode" me "floreá"
Mulher depois que me engancha
duvido se "desgrudá"
Meu figuro é gaudério
Não tem mistério nem luxo
E por ser flor de campeiro
Sou modelo de gaúcho
De dia ataco de guasca
Não sou de "teretete"
De noite embosco na tasca
E me tapo de chamamé

Ando lanhado de gata
Lasqueado de bem-querer
Cortado de alça de gaita
E tapado de chamamé

Ando lanhado de gata
Lasqueado de bem-querer
Cortado de alça de gaita
E tapado de chamamé

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Pôster Tex Nuova Ristampa 154


Dramática ilustração da autoria de Claudio Villa, onde vemos Tex Willer e Jack Tigre observando um Navajo moribundo que tinha sido barbaramente torturado depois de um terrível massacre, cometido pelos perversos Paiutes comandados por Cruzado, a uma caravana de brancos onde nem as mulheres e crianças foram poupadas, para servir de exemplo a outros Navajos.

Desenho INÉDITO nos países lusófonos e inspirado na história “I guerrieri venuti dal nord” de G. Nolitta e Aurelio Galleppini (Tex italiano #242 a #245).
(Para aproveitar a extensão completa do pôster, clique no mesmo)

Artigo publicado originalmente em: http://texwillerblog.com/wordpress/?p=25638

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O Monopólio Da Guilhotina

O Monopólio Da Guilhotina

08 de janeiro de 2011

Jorge E. M. Geisel

“Cinco grupos etnográficos,ligados pela comunhão ativa da língua e passiva da religião, moldados pelas condições ambientes de cinco regiões diversas, tendo pelas riquezas naturais da terra um entusiasmo estrepitoso, sentindo pelo Português, aversão ou desprezo, não se prezando porém uns aos outros de modo particular – eis em suma ao que se reduziu a obra de três séculos”. (CAPISTRANO DE ABREU,em “Capítulos de História Colonial”)

O ponto central da identificação do grau de desenvolvimento de uma sociedade, passa pela definição do que seja público ou privado. Atingirá, obrigatoriamente, o dimensionamento do processo de interação entre o Indivíduo e sua Comunidade, e a constatação da maior ou menor interferência política e administrativa do Estado na vida prática do dia-a-dia que vivemos.

Dizia Alberto Sales, vulto da nossa história republicana, ligado à corrente liberal paulista, que o brasileiro é sociável mas pouco solidário. Provavelmente, desejava expressar a idéia de que conseguíamos conviver em grupos limitados, mas no fundo incompetentes para nos organizarmos em sociedade mais ampla.

Partindo da conclusão de um liberal, filiado ao modelo federalista norte-americano e testemunho de nosso berço constitucional republicano, sentimos que, efetivamente, nossas instituições continuam a dar pouquíssima valorização ao Indivíduo, aos homens e mulheres comuns, sempre inferiorizados diante dos ditames das políticas traçadas por distantes e onipotentes poderes do Estado. Ora, dentro deste cenário de sujeições, sempre sobrará pouco espaço para a solidariedade entre as pessoas, sempre fugitivas na informalidade e na escassez de recursos para incertas sobrevivências.

O Estado brasileiro superpõe-se à Sociedade, impermeabilizando-a, de forma pétrea, ao ingresso na vida pública de seus melhores valores cívicos e morais, evitando que ele próprio se renove em qualidade e distinção.

A dependência passiva de uma cidadania desprovida de personalidade forte, em conseqüência dos contínuos adiamentos de deveres e de direitos de aplicação automática, que mereceriam ser viabilizados para a obtenção de resultados práticos e inquestionáveis, foi criando obstáculos ao espírito de iniciativa e à solidariedade nascida da autodeterminação moral, exacerbando em contrapartida o predomínio do que chamava Edmond Demoulins de política alimentária, conforme citação do notável Embaixador Meira Penna – isto é, uma fatal e determinante dependência psicossocial em face de um Estado provedor.

Muito embora, nossa primeira e mais notável Constituição, a de 1891, fosse inspirada no federalismo norte-americano, o espírito autofágico, revanchista e de massa da Revolução Francesa acabou prevalecendo em nossos dias, graças às gradativas transformações constitucionais, em busca de salvação do Estado centralizado e das utopias, em detrimento das autonomias,das liberdades políticas e obrigações delas decorrentes.

O cenário político degradante que vemos hoje, deve-se ao monopólio da guilhotina nas mãos dos que, representando não mais um povo, com direito de votar, mas uma simples massa manobrável, levada às urnas por obrigação legal ilegítima e pela propaganda enganosa, não conseguem encontrar maiores razões para a independência dos poderes, decôro, para o senso de honra, para o patriotismo e para ofertar exemplos de virtude republicana.

(Publicado originalmente em 24/08/2006)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Capa de Tex italiano #593: La mano del morto


Por muitos fãs do Ranger considerada já como uma das capas mais peculiares da saga de Tex, foi publicada na Itália, em Março de 2010, na edição nº 593 com o título “La mano del morto”, a ilustração da autoria de Claudio Villa que retrata Tex Willer no preciso momento em que entra no Saloon No. 10, em Deadwood, no Dakota do Sul, deparando-se com o cadáver de Wild Bill Hickock, que jogava póquer quando foi morto de forma traiçoeira por Jack McCall, segurando um par de ases, um par de oito e uma misteriosa 5ª carta, que reza a lenda, seria uma dama ou um valete. Cartas essas que ficaram conhecidas como a “Mão do Morto” (Dead Man’s Hand), capa essa que foi publicada muito recentemente pela Mythos Editora, mais precisamente em Janeiro deste ano, na edição nº 495.

Mas até chegar a este resultado final que foi para as bancas e que pode ser visto acima, Claudio Villa fez vários esboços e estudos alternativos e hoje damos a conhecer aqui no blogue do Tex, uma outra versão desta memorável capa, assim como o esboço inicial daquela que seria então eleita a capa definitiva:

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Unidade mantida apenas por um idioma, alguns símbolos e cuspe


"Unidade mantida apenas por um idioma, alguns símbolos e cuspe"

02 de fevereiro de 2011

O artigo abaixo, que alguns dizem que é de Luiz Fernando Verissimo (porém não há comprovação disto e não encontramos a fonte correta deste artigo na internet, apesar de já estar publicado como sendo dele em milhares de blogs) vale a pena ser lido por que mostra a quantas chegamos na América Portuguesa em termos de televisão, que é a argamassa que mantém este país unido.
Sé é ou não de autoria do Verissimo, não vem ao caso aqui. No entanto, vem a calhar a declaração real deste brilhante escritor em outro artigo quando se referia a unidade do Brasil e a capital de metropole (Brasília): "A União está nos desunindo, e do jeito que vai não demorará muito para destruir este milagre geopolítico que é a integridade territorial brasileira, mantida até agora apenas por um idioma, alguns símbolos e cuspe".

BIG BROTHER BRASIL


Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil,... encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos, na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE.. .
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.
Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?
São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..
Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.
Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.
E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.
Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

TEX SEM FRONTEIRAS: A Cultura em Tex

Por G. G. Carsan*

TEX SEM FRONTEIRAS: “A cultura em Tex”

O leitor de Tex convive com uma rica gama de informações capaz de servir de referência em diversas profissões como geógrafo, jurista, polícia, desenhador, escritor, artista plástico, sociólogo, historiador, psicólogo, administrador, entre outras.

Além de nos mostrar os costumes de brancos, negros e índios, de tratar diversos episódios da história americana, de possibilitar um aprendizado de geografia, serve inconteste para formar cidadãos íntegros, éticos, solidários, responsáveis e inteligentes, pois a honestidade e a justiça são pontos chaves da formação e mensagem da personagem.

Na verdade, quando um aluno lê um livro, não fixa muita coisa se o assunto não lhe for bastante interessante e familiar. Com a revista em quadradinhos, bastante difundida actualmente nas escolas, o mesmo aluno absorve muito mais, pois ele passa a considerar o estudo como uma forma de lazer e a soma dos textos e desenhos possibilita uma fixação muito mais acentuada. Não é por menos que já tivemos a própria Bíblia Sagrada em quadradinhos e actualmente as escolas brasileiras encomendam histórias do folclore em quadradinhos para figurar como material didáctico.

Já foi dito e sabemos como é difícil definir com certeza o que faz de Tex um sucesso permanente, mas a verdade é que para o coleccionador há uma fome de Tex. Essa fome é a necessidade de cultura, de aprendizado, de adrenalina, cuja dose mensal é capaz de arrefecer, acalmar, controlar e abastecer, mas nunca é capaz de saciar, de esgotar.

Dizer que Tex é do bem, é justiceiro, é amigo, actualmente, é entender apenas superficialmente tudo que nos é passado. Com Tex aprendemos o que é o mal e suas facetas, mas aprendemos também como lutar para combatê-lo, e perdemos a inocência diante de situações que não imaginamos existir.

O texiano pode se gabar de ser um leitor diferenciado dos demais por coleccionar uma revista bem instrutiva e educadora, que traz no seu contexto aventuras e conhecimentos da grade curricular, que vão sendo aprendidos de forma indirecta.

A cultura indígena com seus mitos, suas belezas, seu sofrimento, sua ferocidade; a geografia da América do Norte; as cidades, os conflitos e as personagens, as armas e estratégias, os códigos e a luta dos americanos na colonização e extermínio de raças nos são repassados constantemente, servindo também para formamos os nossos conceitos e sabermos aplicar em nossas decisões, entendimentos e análises diárias na condução das nossas vidas.

Estamos sempre influindo em nosso meio e muitas vezes aplicamos conceitos aprendidos e lapidados através da nossa convivência com o Tex, ainda que isto não esteja muito claro para nós e para quem nos rodeia.

Recentemente tivemos a aventura Patagónia no Tex Gigante, uma aventura na Argentina, que trouxe uma história real muito bonita e importante, ocorrida perto do Brasil e que não conhecíamos.

Em Tex ficamos a conhecer a famosa prisão de Alcatraz; vimos como era a pesca da baleia com arpões; penetramos na guerra da Secessão; entendemos a anexação de parte do território americano subtraído do México; acompanhamos como foi loteado e ocupado o Oklahoma; passeamos por São Francisco e seus problemas; imaginamos o Exército, um Forte, um pelotão de cavalaria; adentramos um saloon, conhecemos os teatros, os rios, delegacias e desfiladeiros.


Propositadamente, deixei para falar do Ahmed Jaml, aliás, El Morisco por último, porque este representa e sintetiza o ícone cultura e ciência em meio a tiroteios, crenças, magias e mistérios. Morisco representa um labirinto recheado de emoções para a saga texiana. Através dele é possível a inserção de temas egípcios e mexicanos, astecas, magia e mistérios que ponteiam as mentes dos povos americanos.

É com Morisco que são introduzidos os termos ‘caduceu’, Deus Toh, ‘Osiris’, e parte da mitologia egípcia, reforçando e trazendo-nos conhecimentos; termos como Montezuma, Xiuztecutli, Tzecaplipoca, Serpente Emplumada e diversos aspectos da cultura asteca e maia, que nos colocam através dos desenhos e da proximidade com o nosso Tex, a sentirmo-nos parte integrante de um tempo longínquo.

E fechando o assunto, por enquanto, tecer um elogio por demais especial aos desenhadores que nos espelham e materializam visualmente estas maravilhosas aventuras recheadas de conhecimento, cultura e lazer. A forma como é interpretada uma mensagem escrita e transformada em desenho é muito importante. Em Tex navegamos por túneis e galerias de antigos templos, temos contactos com antigas civilizações perdidas no tempo, com direito a conhecer suas mais elementares práticas e rotinas.

Portanto, reforçar que BD é cultura, mas acima de tudo que Tex é muita Cultura.

* G.G.Carsan, 45 anos, paraibano, fã, coleccionador e divulgador, começou aos 7 anos a ler Tex e nunca mais parou. Realizou 5 exposições em João Pessoa, escreveu várias aventuras para Tex (algumas publicadas na Internet) e um livro sobre a personagem no Brasil.


Escreve para o Portal TexBr e participa de chats e comunidades no Orkut. Fez matérias especiais para o HQ Maniacs e Universo HQ nas comemorações de 60 anos. Mantém a biblioteca aberta para visitantes.


Artigo publicado originalmente em: http://texwillerblog.com/wordpress/?p=25237

sábado, 5 de fevereiro de 2011

MOVIMENTO CONVOCA SIMPATIZANTES MILITANTES E LIDERANÇAS


MOVIMENTO CONVOCA SIMPATIZANTES MILITANTES E LIDERANÇAS

27 de janeiro de 2011

COMISSÃO NACIONAL MOVIMENTO O SUL É O MEU PAÍS

Edital de Convocação nº 01/2011

O presidente nacional do Movimento O Sul é o Meu País no uso de suas atribuições legais vem por meio deste edital CONVOCAR os simpatizantes, militantes e lideranças desta entidade para participarem do Iº CURSO DE FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS POLÍTICAS a realizar-se nos próximos dias 12 e 13 de março de 2011.

O evento é voltado para os ativistas dos ideais de um Sul Livre que vão participar como candidatos a prefeito ou vereador nas eleições gerais de 2012 e terá a seguinte programação:

1 - Palestra e Debate: Por que o Movimento precisa lançar candidatos aos executivos e legislativos municipais;
2 - Palestra e Debate: Os partidos políticos brasileiros e as normas da legislação eleitoral;
3 - Palestra e Debate: Estratégias de luta política dos candidatos do Movimento O Sul é o Meu País;
4 - Palestra e Debate: Quais as propostas dos candidatos do Movimento; Preparativos para a confecção de um plano de governo unificado;

Tendo como local o hotel Miraguaia, Praia de Gravatá, Navegantes, SC, o evento iniciará às 9 horas do dia 12 e será finalizado às 16 horas do dia 13 (VER ANEXO 1). Os interessados em participar devem fazer obrigatoriamente suas inscrições pelos telefones (47) 3396-7593 e 9138-2929 ou ainda pelo e-mail celsodeucher@hotmail.com. Só serão aceitos participantes inscritos antecipadamente.

Contamos com a presença de todos.

Celso Deucher
Presidente Movimento O Sul é o Meu País

ANEXO1:
INSCRIÇÃO, HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO:

Os valores da estadia e alimentação serão custeados parcialmente pela Comissão Municipal do Movimento O Sul é o Meu País de Navegantes, SC, sendo que cada um dos participantes investirá, a título de inscrição, estadia e alimentação, o valor de R$ 30,00 no total (uma pernoite e alimentação comunitária no sábado e domingo, 12 e 13 de março). Aqueles participantes que desejarem hospedagem para o dia anterior ao evento, terão descontos especiais e devem, no ato da inscrição manifestar esta necessidade. Quaisquer dúvidas ou sugestões devem ser enviadas a direção nacional pelos telefones acima citados.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Batalha Da Montanha Cloyd

A Batalha Da Montanha Cloyd foi uma vitória da União durante a Guerra Civil Americana, ocorrida na Virgínia Ocidental em 9 de maio de 1864 e que resultou na destruição da última conexão ferroviária do Tennessee para a Virgínia, importante rota de transporte dos Confederados.

O general-de-brigada George Crook comandava as tropas da Virgínia Ocidental, formada por três brigadas da divisão de Kanawha. Quando Ulysses S. Grant lançou a ofensiva militar na primavera de 1864, dois exércitos da União tentaram tomar Richmond e o terceiro foi para o Vale de Shenandoah. As tropas de Crook também se envolveram na ofensiva e começaram a marchar pelos Montes Apalaches, no sudoeste da Virgínia. Seu objetivo era destruir a ferrovia Virginia- Tennessee, operando em conjunto com a ofensiva de William W. Averell que tinha metas similares. O general-de-brigada Albert G. Jenkins era o comandante de poucas unidades confederadas que protegiam a estrada de ferro. Jenkins assumira o comando um dia antes do exército de Crook se aproximar da ferrovia.

Durante a "Campanha de Gettysburg" em 1863, a brigada de Jenkins era formada por cavalarianos de Richard S. Ewell. Jenkins liderou seus homens através do Vale do Cumberland dentro da Pensilvânia e incendiou toda a vizinhaça da ferrovia, inclusive construções e pontes. Ele acompanhara a coluna de Ewell para Carlisle na Pensilvânia, havendo um confronto com uma milícia da União na Batalha de Sporting Hill, próxima a Harrisburg. Depois da Batalha de Gettysburg, Jenkins foi ferido em 2 de julho e não participou do restante da luta. Ele não se recuperaria até o outono. Durante o início de 1864 ele organizou uma grande força de cavalarianos para combaterem na Virgínia Ocidental. Em maio, Jenkins foi nomeado comandante do Departamento da Virgínia Ocidental que tinha o quartel-general em Dublin.

As forças em oposição

União
Segunda Divisão - General de brigada George Crook
Primeira Brigada — Coronel Rutherford B. Hayes
23ª Infantaria de Ohio — Tenente-Coronel James M. Comly
36ª Infantaria de Ohio — Coronel Hiram F. Devol
Destacamento, 34ª Infantaria de Ohio —
5º Regimento da Cavalaria dos Voluntários da Virginia Ocidental (Desmontada) — Coronel A. A. Tomlinson
6º Regimento da Cavalaria dos Voluntários da Virgínia Ocidental (Desmontada)

Segunda Brigada — Coronel Carr B. White
12ª Infantaria de Ohio — Coronel J. D. Hines
91ª Infantaria de Ohio Infantry — Coronel John A. Turley
9º Regimento de Infantaria dos Voluntários da Virgínia Ocidental — Coronel I. H. Duval
14º Regimento de Infantaria dos Volutnários da Virgínia Ocidental — Coronel D. D. Johnson

Terceira Brigada — Coronel Horatio G. Sickel
3º Regimento Reserva da Pensilvânia — Capitão da União J. Lenhart
4º Regimento Reserva da Pensilvânia — Coronel R. H. Woolworth
11º Regimento dos Voluntários da Virgínia Ocidental — Coronel Daniel Frost
15º Regimento de Infataria da Virgínia Ocidental — Tenente Coronel Thomas Morris

Artilharia
1ª Bateria de Ohio — Capitão James R. McMullin
1ª Bateria do Kentucky — Capitão David W. Glassie
Divisão da Cavalaria — Brig. Gen. William Woods Averell
1ª Brigada da Cavalaria — Brig. Gen. Alfred N. Duffie
2º Regimento da Cavalaria dos Voluntários da Virgínia Ocidental — Coronel William H. Powell
Destacamento, 34º da Infantaria de Ohio — Tenente-Coronel John W. Shaw
Destacamento, 3º Regimento daq Cavalaria dos Voluntários da Virgínia Ocidental — Maj. Seymour B. Conger

Segunda Brigada da Cavalaria — Coronel J. M. Schoonmaker
14ª Cavalaria da Pensilvânia
1º Regimento da Cavalaria dos Voluntários da Virgínia Ocidental

Confederados
Departamento do Sudeste da Virgínia — General de Brigada Albert G. Jenkins (mortalmente ferido e capturado); John McCausland

4ª Brigada - Coronel John McCausland
45º Regimento de Infantaria da Virginia
60º Regimento de Infantaria da Virgínia
36ª da Virginia (apenas companhia "A")
400 desmontados da 10ª Cavalaria do Kentucky
Guardas
Brigada de Morgan — Brig. Gen. John Hunt Morgan (brigadistas que chegaram tarde e tomaram parte apenas da retirada)
5ª Cavalaria do Kentucky - Coronel D. Howard Smith

Jenkins decidiu ficar na Montanha Cloyd e construiu uma forte posição defensiva. Quando Crook chegou ele optou por um assalto frontal mas concluiu que as fortificações confederadas eram bem fortes e que podiam dizimar seu exército. Ele circundou a área de floresta e usou isso como cobertura para cercar os confederados pelo flanco direito.

Crook começou a batalha com o fogo da artilharia e enviou a brigada verde da Virgínia Ocidental do Coronel Carr B. White para o flanco. Crook permaneceu com duas brigadas sob o comando de Horatio G. Sickel e do futuro presidente dos Estados Unidos Rutherford B. Hayes e partiu para o ataque frontal enquanto os verdes estavam a caminho. A brigada de Carr, no primeiro momento da luta, avançou cerca de 20 metros da posição inimiga até começar a sofrer pesadas baixas e ter que recuar. Crook, moveu-se com a brigada de Hayes e desmontou.

As tropas tiveram de lutar com os confederados corpo-a-corpo. Houve incêndio e muitos homens das brigadas de Sickel e Hayes foram queimados. As duas brigadas começaram a recuar quando Crook enviou dois regimentos descansados para a frente que estava Hayes. Os virginianos ocidentais finalmente avançaram contra os canhões. As tropas de Ohio começaram a atacar a força central dos confederados. Nesse momento Jenkins foi mortalmente ferido e capturado pelos soldados da União. Seu segundo-em-comando, John McCausland, assumiu o comando da retirada.

A batalha da Montanha Cloyd foi curta e envolveu pequeno número de combatentes, mas se tornou uma das mais selvagens lutas da guerra. As baixas foram proporcionalmente bastante altas. Crook perdeu 688 homens, cerca de 10% da sua força. Os confederados perderam menos homens: 538 ou 23% das suas forças. A batalha foi considerada uma vitória da União pois Crook conseguiu o que queria: destruiu a estação ferroviária de Dublin. Averell também acabou com muitas pontes e trilhos, atingindo uma linha vital de suprimentos dos confederados.