quinta-feira, 31 de março de 2011

A Eterna Tecla Dos Nortistas


A Eterna Tecla Dos Nortistas

24 de julho de 2008

Por Fernando de Augustinho *

Ando com os ouvidos extenuados com absurdos do tipo: "Os sulistas acham-se melhores", como motivo da separação das três colônias em relação à metrópole. Esse engodo, jogado aos que preferem aceitar a interpretação maldosa de terceiros, não pode ser considerado desestimulante para quem estabeleceu conceito próprio e luta para evidenciar o verdadeiro intuito das ações autonomistas. Tal campo de debate, tornado em uma das tábuas de salvação, onde se agarram os satisfeitos com o caos, parece não ter fim. Afinal, podem os sulistas obter êxito numa triagem racial?

Os estudos realizados nesta parte meridional não se norteiam por obras fabulosas como a de Ira Levin, em "Os Meninos do Brasil", cuja trama pretendia formar um novo líder, à semelhança do existente, para um mega empreendimento distinto. Mesmo com o topônimo pertinente do título, tolice é semelhante proposta entre um povo miscigenado.

Combater a incorporação cultural é outro terreno visivelmente nada fértil, haja vista vários grupos pilchados comercialmente entrando na onda do "tira o pé do chão" ou "bota a mão no joelho", em detrimento ao valoroso costume sulista. Há quem goste.

Tampouco, a separação pretendida é a geográfica, por ser absurda em si própria. Manifestamente, o sul autônomo continuará no mesmo lugar. Os desconfiados que confiram.

Outrossim, não pode o sulino ser denominado de egoísta, pois busca a desvinculação pensando nas gerações futuras e não no imediatismo. Óbvio, após a separação, não é do dia para a noite que transformaremos o inominável atual em uma grande nação. Temos um trabalho hercúleo nos esperando. Isso é ponto pacífico. Quem discordar que traga a receita.

Fica por resposta à indagação, simplesmente, que não podem. Ressalte-se também que não querem. Não ficarão entretidos num despropositado escárnio em relação ao sotaque, gosto ou pigmentação das pessoas. Uma mesma criação, não raro, produz irmãos comportamental e fisicamente desiguais debaixo de um mesmo teto. Impossível seria distinguir socialmente um ambiente milhares de vezes mais vasto.

Gostamos de preservar a cultura nativa, fundida com a trazida pelos imigrantes. O povo que não valoriza as raízes não enxerga o futuro. Isso não significa que pessoas oriundas de outras regiões, também com seus hábitos, seriam indesejáveis no sul. Quem quiser contribuir para o crescimento do sul, que venha, seja lá qual for o seu nível de melanina. O que realmente importa é o seu empenho na construção de uma nação séria. Teremos em mente "cor unum, via una" (um só coração e um só caminho).

Na ideologia sulista existe o sentimento de respeito às diferenças e às leis. Sob a égide dessa última, todos devem ser equiparados. Atrocidades como a do menino arrastado por quilômetros são inconcebíveis. Os monstros estão presos. Ainda bem que não são os mesmos do episódio do pobre índio Galdino. Aqueles, absolvidos por não terem culpa do que fizeram. Se um índio matasse o filho de um fidalgo, seu destino seria também a liberdade?

Enfim, o que se combate é a desproporção imposta pela (des)estrutura organizacional, nesse camaleão federativo, e tudo o que isso acarreta. Não só aos sulinos, mas a todas as regiões, forçando os governadores a percorrem quilômetros para pedir farelos do nosso próprio pão. Simplesmente, queremos a casa administrada por nós mesmos.

Longe de realizar ensaios eugênicos, acreditar no potencial da sua terra não é dizer que é a melhor de todas. Não precisa ser. Basta que seus moradores estejam satisfeitos nela.

(*) FERNANDO DE AUGUSTINHO é tesoureiro do Movimento O Sul é o Meu País.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Atentado Em Washington


Tex e Carson são convocados com urgência a Washington pelo amigo e secretário de assuntos indígenas Ely Parker. Eles devem testemunhar contra especuladores que pretendem construir uma ferrovia no Arizona com o risco de exterminar os peles-vermelhas da região. Ao chegarem ao destino os dois rangers se tornam alvos de um complô liderado pelo senador Russel. Toda a capital americana corre extremo perigo quando falcões assassinos são liberados para ceifar as vidas dos rangers.

TXO-016 - Atentado Em Washington, editada pela Mythos Editora em 14 de janeiro de 2005, dimensões: 13,5x 17,5 cm, 292 páginas. Roteiro escrito por Claudio Nizzi, desenhos de Guglielmo Letteri e capa de Aurellio Galleppini. Adaptação: Dorival Vitor Lopes. Editor: Dorival V. Lopes, Tradução: Paulo Guanaes

terça-feira, 29 de março de 2011

O Separatismo do qual ninguém quer falar


O Separatismo do qual ninguém quer falar

24 de junho de 2008

Por Celso Deucher *

Temos acompanhado os episódios envolvendo a participação do exército brasileiro numa das chamadas favelas do Rio de Janeiro. Como em apenas uma oportunidade conhecemos o Rio e mesmo assim não tivemos coragem de entrar numa das suas milhares de favelas, não podemos julgar aquela situação, que não seja pela visão que nos passam os meios de comunicação. Ressalve-se então, desde já, as possíveis distorções que a mídia certamente transmite ao restante do Brasil.

Atendo-se ao que chega aqui no Sul, via noticiário, uma coisa chama a atenção em tudo isso e é preciso que alguém diga com todas as palavras. Há, sem nenhuma dúvida um tipo de separatismo em marcha com focos muito bem visíveis nas favelas brasileiras. Isso inclui não só as situadas no Rio de Janeiro, mas também as de todas as regiões do Brasil.

Independente da nomenclatura, agora mais "humanizada" sob o nome de "comunidades", elas estão presentes em todo o país, graças à socialização da pobreza empreendida pelo estado nacional brasileiro. Brasília vem alcançando seus torpes objetivos de transformar todos os povos brasílicos em miseráveis. A nossa carga tributária, passando dos 40% de tudo o que com muito suor produzimos é uma estratégia muito bem articulada para transformar todo o Brasil numa favela de dimensões continentais.

A grande verdade é que nestas comunidades, salvo melhor juízo, o povo decidiu, na prática, que não vale a pena ser brasileiro no que diz respeito aos possíveis retornos que Estado teria por direito constitucional lhe proporcionar. Esta verdade é mais visível ainda quando assistimos as pessoas defendendo que estariam mais seguras nas favelas se a polícia ou qualquer representação do estado brasileiro "os deixassem em paz".

Esse "deixar em paz" significa claramente que as pessoas preferem a segurança e a justiça proporcionada pelo crime organizado. Portanto, interessa aos moradores que o estado brasileiro saia do seu meio, pois ele é, além de um elemento estranho, um inimigo declarado do cidadão. Sem o estado, as pessoas acreditam que terão mais liberdade de ir e vir, mais segurança ao andar pelas ruas e principalmente, a certeza de que não serão importunados nos seus direitos civis. É uma forma nova de refutar esta forma de estado que ai está. Se não podem escapar da criminosa exploração pelo estado nacional, lutam com todas as forças, para que pelo menos ele lhes deixe em paz nas suas comunidades.

Trata-se claramente de separatismo. Uma secessão que tem fronteiras muito bem definidas e que são guardadas diuturnamente por gente muito bem armada e preparada para defender aqueles territórios. Não podemos mais esconder que cada favela é um país independente, governado por uma elite "empreendedora" local, capilarizada e representada nos graus de parentescos, amizades e principalmente nas convicções de que "estamos muito melhores cuidando de nós mesmos".

Nos meus mais de 20 anos de jornalismo, tive a grata satisfação de entrevistar muita gente do Rio de Janeiro, bem como, conservo por lá grandes amizades. Porém, nenhuma destas amizades está ligada diretamente a situação das favela cariocas, salvo os amigos Edevaldo e Marina Marcelino. Conheci o casal em Brusque no ano de 2007. Eles residem na Roçinha, favela carioca onde "só se vive em paz, quando se consegue expulsar a polícia do local".

Disse-me naquela entrevista seu Edevaldo que "as favelas Sulinas não são nem uma unha das favelas cariocas". Segundo ele, nas favelas do Rio de Janeiro o que realmente funciona é a força do "poder local", que ele traduz como sendo à força do que "o Brasil chama de crime organizado". As pessoas das comunidades não entendem dessa forma. Para elas, crime organizado é aquele que vem nas fardas e nas práticas dos políticos. "Por isso que se você for lá e conversar com as pessoas, elas vão dizer que temem a polícia, porém, podem até não apoiar os traficantes, mas acreditam que com eles poderão viver bem mais tranqüilas", enfatiza seu Edevaldo.

Foi ele que me deu a noção de que o poder nas favelas é um corpo que se mantém vivo e ativo graças aos graus de parentescos e a amizade que moradores e traficantes mantém entre si. Isso, me parece, a mídia não fala. Mas ele exemplifica com uma prova irrefutável: "Você já viu o enterro de um traficante morto pela polícia? Vai lá e veja se não está presente a favela toda prestigiando o morto. É uma reverência a sua liderança na comunidade. As pessoas, por mais que a televisão diga o contrário, não tem vergonha alguma de reverenciar o traficante, pois ele significa muito mais para eles, do que um policial que morre. Aliás, o policial é inimigo. Tanto que se ele aparecer, as pessoas vão expulsa-lo"...

Foi pensando nestas palavras que nos últimos dias assisti estarrecido pela mídia o episódio dos crimes envolvendo alguns elementos do exército no Rio de Janeiro. A cada imagem e a cada declaração dos moradores, me martelava na cabeça as palavras do seu Edevaldo. Não tenho mais dúvidas: cada favela carioca é um País Independente, que luta para manter a sua soberania. Toda vez que o estado brasileiro, através de suas forças regulares tentar interferir nos "assuntos internos" destes países, certamente as pessoas vão encontrar uma maneira de expulsa-los de lá.

Desta vez, veio a calhar o episódio lamentável dos militares. Mas poderia ser qualquer outro com maior ou menor gravidade. No caso da "Providência", trata-se claramente da reação liderada pelo que podemos chamar de MIRMP (Movimento pela Independência da República do Morro da Providência). São tão organizados, que logo após os episódios, entraram na justiça e ganharam o direito de expulsar os invasores. A República do Brasil recorreu e houve um revés... Os "invasores" do exército continuam por lá.

Mas a luta continua... Certamente o exército vai ser expulso. É questão de tempo, pois afinal, o direito de "autodeterminação" do povo da República Independente da Providência é sagrado e não vai demorar, o MIRMP estará sob a proteção da ONU. Aliás, já está em andamento um certo tipo de apoio, basta um olhar mais atento para ver o batalhão de "ativistas dos direitos humanos" que estão acampados por lá.

A julgar pelos acontecimentos do Rio, logo, vamos ter, segundo dados do IBGE, cerca de 10 mil países, independentes de direito, no continente brasílico. Por que de fato eles já existem. Falta apenas reconhecimento internacional. Aliás, diga-se de passagem, na área de "exportação", muitos destes "países" já possuem uma "balança comercial" extremamente vantajosa.

Para finalizar:

Fizemos questão de trazer a tona esta discussão para chamar a atenção não necessariamente apenas para as favelas do Rio de Janeiro, mas muito especialmente ao adiantado processo de favelização do Sul. Segundo dados de uma das maiores enciclopédias populares, a Wikipedia, este processo encontra-se a pleno vapor. A prova clara fazemos questão de publicar abaixo, tendo como base, apenas as regiões metropolitanas das capitais. Os dados são estarrecedores:


Santa Catarina

Florianópolis

a.. Areias do Campeche (Campeche)
b.. Arranha Céu (Coqueiros)
c.. Baixada do Sapé (Jardim Atlântico)
d.. Boa Vista (Saco dos Limões)
e.. Caieira da Vila Operária (Saco dos Limões)
f.. Caieira do Saco dos Limões (Saco dos Limões)
g.. Canasvieiras Invasão (Canasvieiras)
h.. Cartódromo (Vargem do Bom Jesus)
i.. CCI (Capoeiras)
j.. Chico Mendes (Capoeiras)
k.. Costeira I, II, III, IV e V (Costeira do Pirajubaé)
l.. Jardim Ilha-Continente (Capoeiras)
m.. Maclaren (Coqueiros)
n.. Monte Cristo (Monte Cristo)
o.. Monte Serrat (Centro)
p.. Morro da Caixa I e II (Capoeiras)
q.. Morro da Mariquinha (Centro)
r.. Morro da Penitenciária (Trindade)
s.. Morro da Queimada (José Mendes)
t.. Morro do 25 (Agronômica)
u.. Morro do Atanásio (Saco Grande)
v.. Morro do Balão (Saco Grande)
w.. Morro do Céu (Centro)
x.. Morro do Flamengo (Capoeiras)
y.. Morro do Horácio (Agronômica)
z.. Morro do Janga (Saco Grande)
aa.. Morro nova esperança([[bairro fune (blumenau)|
ab.. Morro do Mosquito (Vargem do Bom Jesus)
ac.. Morro do Quilombo (Itacorubi)
ad.. Morro do Tico Tico (Centro)
ae.. Morro do Vino ou Caju (Saco Grande)
af.. Nossa Senhora da Glória (Capoeiras)
ag.. Nossa Senhora do Rosário (Jardim Atlântico)
ah.. Nova Esperança (Monte Cristo)
ai.. Nova Jerusalém (Coqueiros)
aj.. Novo Horizonte (Capoeiras)
ak.. Panaia (Carianos)
al.. Pantanal (Pantanal)
am.. PC3 (Jardim Atlântico)
an.. Ponta do Leal (Balneário)
ao.. Rio das Pacas (Pântano do Sul)
ap.. Rio Papaquara (Canasvieiras)
aq.. Rio Tavares I (Rio Tavares)
ar.. Rio Tavares Seta (Costeira do Pirajubaé)
as.. Rua Adão dos Reis (Ingleses do Rio Vermelho)
at.. Rua Ângelo Laporta (Centro)
au.. Rua José Boiteux (Centro)
av.. Rua Laudelina Cruz Lemos (Centro)
aw.. Santa Clara (Centro)
ax.. Santa Terezinha I e II (Monte Cristo)
ay.. Serrinha I e II (Trindade)
az.. Tapera I e II (Tapera)
ba.. Vila Aparecida I e II (Coqueiros)
bb.. Vila do Arvoredo (Ingleses do Rio Vermelho)
bc.. Vila Santa Rosa (Agronômica)
bd.. Vila Santa Vitória (Agronômica)


Rio Grande do Sul

Porto Alegre

a.. Campo da Tuca (bairro Partenon)
b.. Canal Cavalhada (entre os bairros Cristal e Vila Assunção)
c.. Chácara dos Bombeiros (bairro São José)
d.. Chácara Pedroso (bairro Restinga)
e.. Morro cmc (bairro coripos )
f.. Vila Bita (bairro Restinga)
g.. Vila Castelo (bairro Restinga)
h.. Vila Ceres (bairro Partenon)
i.. Vila Chocolatão (Centro)
j.. Vila Cruzeiro - Complexo de Vilas (bairros Cristal, Medianeira e Santa Tereza)
k.. Vila Divinéia (bairro Bom Jesus)
l.. Vila Juliano Moreira (bairro Jardim Botânico)
m.. Vila Kedi (bairro Boa Vista)
n.. Vila Luis Guaragna (bairro Cidade Baixa)
o.. Vila Mapa (bairro Lomba do Pinheiro)
p.. Vila Maria da Conceição, ou Maria Degolada (bairro Partenon)
q.. Vila Mato Sampaio (bairro Jardim Carvalho)
r.. Vila Pinto (bairro Jardim Carvalho)
s.. Vila Pitinga (bairro Restinga)
t.. Vila Renascença 1 e 2 (bairro Menino Deus)
u.. Vila Rocinha (bairro Restinga)
v.. Vila do Sargento (Bairro Guarujá, nas margens do Guaíba)
w.. Vila São José Comunitária (bairro São José)
x.. Vila São Miguel (bairro Aparício Borges)
a.. Vila São Pedro (na frente do Bourbon Ipiranga)
b.. Vila Zero Hora (bairro Menino Deus)
c.. Ilha das Flores
d.. Ilha da Pintada
e.. Ilha do Pavão
f.. Vila dos Marinheiros (Ilha Grande dos Marinheiros)
a.. Beco da Faustina (bairro Passo das Pedras)
b.. Beco do Binho (bairro Passo das Pedras)
c.. Jardim Altos da Lagoa (bairro Passo das Pedras)
d.. Vila Bonifácio Calderón (bairro Passo das Pedras)
e.. Vila Costa e Silva (bairro Passo das Pedras)
f.. Vila Esperança Cordeiro (bairro Passo das Pedras)
g.. Vila Imperatriz Leopoldina (bairro Jardim Leopoldina)
h.. Vila Ingá (bairro Passo das Pedras)
i.. Vila Metralhadora (bairro Passo das Pedras)
j.. Vila Passo das Pedras (bairro Passo das Pedras)
k.. Vila Passo das Pedras II, ou Vila dos Coqueiros (bairro Passo das Pedras)
l.. Vila Planalto (bairro Passo das Pedras)
m.. Vila Santa Fé (bairro Passo das Pedras)
n.. Vila São Borja (bairro Passo das Pedras)
o.. Vila Sebastião Barreto (bairro Passo das Pedras)
a.. Jardim Protásio Aleves (bairro Protásio Alves)
b.. Vila Agrovet (bairro Agronomia)
c.. Vila Boa Vista (bairro Protásio Alves)
d.. Vila Colina do Prado (bairro Protásio Alves)
e.. Vila Grécia (bairro Agronomia)
f.. Vila Ipê I (bairro Protásio Alves) :)
g.. Vila Joana D'Arc (bairro Protásio Alves)
h.. Vila Laranjeiras (bairro Protásio Alves)
i.. Vila Nova Pedreira (bairro Protásio Alves)
j.. Vila Nova Tijuca (bairro Protásio Alves)
a.. Vila Areia (bairro Farrapos)
b.. Vila DEPREC (bairro Farrapos)
c.. Vila Dona Teodora (bairro Humaitá)
d.. Vila Esperança (bairro Farrapos)
e.. Vila Farrapos (bairro Farrapos)
f.. Vila dos Ferroviários, ou Santo Antônio (bairro Humaitá)
g.. Vila Leito da Voluntários (bairro Farrapos)
h.. Vila Nossa Senhora da Paz (bairro Humaitá)
i.. Vila Operária, Pirulito, ou AJ Renner (bairro Farrapos)
j.. Vila Tio Zeca (bairro Farrapos)
a.. Beco João Paris (bairro Rubem Berta)
b.. Vila Amazônia (bairro Rubem Berta)
c.. Vila Dois Toques (bairro Rubem Berta)
d.. Vila Fraternidade (bairro Rubem Berta)
e.. Vila Jenor Jarros (bairro Rubem Berta)
f.. Vila dos Maias (bairro Rubem Berta)
g.. Vila Nova Gleba (bairro Rubem Berta)
h.. Vila Nova Santa Rosa (bairro Rubem Berta)
i.. Vila Páscoa (bairro Rubem Berta)
j.. Vila Santa Bárbara (bairro Rubem Berta)
k.. Vila Santa Rosa (bairro Rubem Berta)
l.. Vila Vitória da Conquista (bairro Rubem Berta)
a.. Chácara da Fumaça (bairro Mário Quintana)
b.. Recanto da Lagoa (bairro Jardim Leopoldina)
c.. Vila Batista Flores (bairro Mário Quintana)
d.. Vila Chico Mendes (bairro Mário Quintana)
e.. Vila dos Eucaliptos (bairro Mário Quintana)
f.. Vila Mimo de Vênus (bairro Mário Quintana)
g.. Vila Parque Chico Mendes (bairro Mário Quintana)
h.. Vila do Resvalo (bairro Mário Quintana)
i.. Vila Safira (bairro Mário Quintana)
j.. Vila Safira Nova (bairro Mário Quintana)
k.. Vila Timbaúva (bairro Jardim Timbaúva)
l.. Vila União 2 (bairro Mário Quintana)
m.. Vila Valneri Antunes (bairro Mário Quintana)
n.. Vila Wenceslau Fontoura (bairro Jardim Leopoldina)
a.. Vila Asa Branca (bairro Sarandi)
b.. Vila Dique (bairro Jardim Floresta)
c.. Vila Dona Regina, ou Triângulo (bairro Cristo Redentor)
d.. Vila Elizabeth (bairro Sarandi)
e.. Vila Minuano (bairro Sarandi)
f.. Vila Nazaré (bairro Jardim Floresta)
g.. Vila Nossa Senhora Aparecida (bairro Sarandi)
h.. Vila Nova Brasília (bairro Sarandi)
i.. Vila Santo André (bairro São João, no Trevo da BR-290)
j.. Vila Senhor do Bonfim (bairro Sarandi)
k.. Vila União (bairro Sarandi)


Paraná

Curitiba

a.. Vila das Torres - (Bairro Prado Velho)
b.. Favela do Parolin - (Bairro Parolin)
c.. Vila Nossa Senhora da Luz - (Bairro CIC)
d.. Trindade - (Bairro Cajurú)
e.. Autódromo - (Bairro Cajurú)
f.. Vila Centenário - (Bairro rivage)
g.. Vila das Oficinas - (Bairro Cajurú)
h.. Jardim Acrópole - (Bairro Cajurú)
i.. Bairro Novo - (Bairro Sítio Cercado)
j.. Xapinhal - (Bairro Sítio Cercado)
k.. Vila Sambaqui - (Bairro Sítio Cercado)
l.. Barracão do Boqueirão - (Bairro Boqueirão)
m.. Favela do Papelão - (Bairro Rebouças)
n.. Terra Santa - (Bairro Rebouças)
o.. Vila Capanema - (Bairro Rebouças)
p.. Beira Rio - (Bairro Rebouças)
q.. Icaraí - (Bairro Uberaba)
r.. Vila Audi - (Bairro Uberaba)
a.. Vila Zumbi - (pica grande)
b.. Vila União - (Almirante Tamandaré)
c.. 21 de outubro - (Araucária)
d.. Guarituba - (Piraquara)

NOTA: Incluem-se nesta lista diversos assentamentos urbanos irregulares que são popularmente conhecidos como favelas, embora eventualmente eles contrariem as definições encontradas em estudos acadêmicos ou aquela adotada oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (para o qual a favela é qualquer agrupamento construído que tenha sido resultado de invasão de terrenos públicos ou particulares).

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_favelas_do_Brasil

(*) CELSO DORVALINO DEUCHER é professor e jornalista, secretário-geral do Grupo de Estudos Sul Livre (GESUL) e presidente do Movimento O Sul é o Meu País. Blog: www.celsodeucher.blogspot.com

segunda-feira, 28 de março de 2011

Tex: A autobiografia * A história da minha vida


Dia 12 de Abril chega às livrarias italianas “Il romanzo della mia vita” (“A história da minha vida”), mais de 200 páginas que contam as aventuras do Ranger sob um único ponto de vista: o de Tex!

Com o único precedente constituído por “Il massacro di Goldena” (“O massacre de Goldena”), escrito por Gianluigi Bonelli, Tex abandona insolitamente a narrativa desenhada para assentar entre as páginas de um verdadeiro romance real, ainda por cima autobiográfico! Estamos a falar de “Il romanzo della mia vita” (“A história da minha vida“), um livro publicado pela Mondadori e assinado por Tex Willer em pessoa (com lançamento marcado para as livrarias italianas no dia 12 de Abril e com um custo de € 17,00)! Como escreve Sergio Bonelli no prefácio do livro, trata-se quase de um retorno aos tempos ingénuos dos anos 50, quando os leitores escreviam para a redacção abordando directamente o Ranger, pensando que Tex existisse verdadeiramente. Com esta iniciativa, na verdade, os responsáveis por Tex quiseram voltar aos tempos “míticos”, no alvorecer do sucesso da personagem bonelliana, imaginando que o nosso herói tivesse realmente existido e tenha decidido contar nas páginas deste livro a sua vida e as suas aventuras.

Naturalmente, um verdadeiro autor, o “intérprete”, das palavras de Tex existe e é, nesta ocasião, Mauro Boselli. Boselli, argumentista de numerosas aventuras do nosso herói, dedicou-se à escritura deste volume, tendo bem presente o estilo da prosa de G. L. Bonelli (“romancista emprestado à banda desenhada”), mas também o modo em que eram contadas as verdadeiras (ou presumíveis) autobiografias dos heróis do Oeste, como Kit Carson, Calamity Jane, John Wesley Harding e outros do mesmo calibre. Lendo “A história da minha vida“, portanto, o leitor não encontrará descrições românticas de belas paisagens e nem sequer introspectivas análises psicológicas. Como nas autobiografias acima mencionadas, os factos serão contados a galope, indo directamente ao cerne da questão com concisão e senso prático. Assim como convém a um verdadeiro homem da fronteira, que narra a sua vida diante da fogueira num improvisado acampamento, disseminando na descrição de aventuras e tiroteios e, talvez, narrando os longos anos da sua vida, em poucas palavras.

De facto, é precisamente a voz de Tex que conta a sua história de vida, ainda que, na ficção literária, e a recolher o seu testemunho e a transcrevê-lo é um repórter do Oeste, amigo do célebre Martin Floyd que os leitores mais atentos recordarão entre os protagonistas de “Sangue Navajo” (números 51, 52 e 53 da série italiana; “Navajos em Pé de Guerra”, número 34 da série lusófona). O empreendedor repórter foi visitar Águia da Noite à reserva e obtém um depoimento que começa numa recordação dos velhos tempos, a partir do momento em que o jovem Willer, vingando a morte do seu pai e irmão, foi forçado a viver às margens da lei, até ao seu ingresso no Corpo dos Rangers e ao encontro com Kit Carson, passando pela Guerra da Secessão e pelo aventuroso casamento com Lilyth, sem esquecer os factos que mais influenciaram a sua vida, como a morte trágica da sua esposa índia, os encontros com Montales e Jim Brandon, o longo despique com o diabólico Mefisto, a defesa do povo Navajo e a vingança contra os assassinos da sua amada.

Estas e outras aventuras, narradas como jamais foram lidas, estão inseridas dentro de um livro de mais de 200 páginas, onde cada capítulo seria suficiente para preencher um romance inteiro. Naturalmente são todas histórias clássicas geradas da desenfreada imaginação de G. L Bonelli, mas aqui as encontraremos narradas pela voz do protagonista e por isso aparecerão sob uma luz diferente. Como exemplo, a aventura contra Mitla e Diablero é contada por Tex como ele a viveu e interpretou, mantendo no obscuro muitos factos narrados nas páginas da história original em banda desenhada. Isso por si só torna ainda mais interessante esta edição, já que dá uma nova visão sobre a saga “texiana”.

Para não tornar os leitores do livro muito órfãos de imagens, cada capítulo será enriquecido por magníficas ilustrações de Fabio Civitelli. O bravíssimo desenhador aretino pôs a sua arte ao serviço da iniciativa, desenhando cada cena como se ela fosse realizada por um ilustrador dos finais do século XIX, oferecendo um conjunto de reproduções muito agradável e encantador, como se pode constatar nos vários exemplos mostrados a ilustrar este texto.

*Texto apresentado no site da Sergio Bonelli Editore em 28 de Março de 2011.
Copyright: © 2011, Sergio Bonelli Editore S.p.A.

Versão do texto em língua portuguesa retirada de: http://texwillerblog.com/wordpress/?p=26906#comment-19477

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

domingo, 27 de março de 2011

A poderosa "democracia" boliviana

A poderosa "democracia" boliviana

08 de maio de 2008

Por Celso Deucher *

Num mundo conturbado e cheio de desafios deste novo milênio, as demandas por liberdade e autodeterminação dos Povos vêm se tornando uma questão cada dia mais necessitada de olhares e análises aprofundadas. Não é mais possível tratar assuntos desta ordem com os preconceitos inculcados pelas elites dominantes do planeta. Note-se que dentro destas elites estão inclusos desde os chamados líderes de países ricos até os mandatários de países pobres, incluindo-se os paupérrimos.

O referendum de Santa Cruz merece análise mais detalhada no seu "âmago vermelho", como diria Alyrio Wanderley. Não se trata de assistir o assunto pela velha e batida visão do separatismo, quebra de unidade territorial e desrespeito a constituição. Se assim quiserem os opositores do dito referendum, forçam-nos a acreditar que "comunistas continuam comendo criancinhas". Trata-se, antes de mais nada, de um processo legitimo e muito bem alicerçado no direito internacional público, que apesar de certas discordâncias, dos que não admitem a democracia participativa, tem sido muito claro nas resoluções das Nações Unidas.

O grande problema é que a chamada "democracia boliviana", alicerçada nos restos fossilizados da antiga URSS, não é e nem jamais será um exemplo de "voz do povo". É antes de mais nada, um arremedo de libertinagem vomitado por germes vivos de ditadores, dos quais infelizmente, a América Latina não tem conseguido se livrar desde a derrocada dos impérios Incas e Maias.

Evo Morales, não é um democrata e por não ser, usa da sua condição de indígena para fazer populismo e impor um regime de força naquele país. A nova elite dominante da Bolívia manipula pobres indígenas desprovidos dos mais elementares direitos sociais e humanos, em prol de sórdidos objetivos de tornar aquele país uma alma gêmea de Cuba, Venezuela e outros estados ditatoriais congelados no tempo e no espaço, por suas características jurássicas de gerenciamento daquilo que insistem chamar "democracia".

Neste recente plebiscito, salvo melhor juízo e salvo melhor avaliação in loco, temos tido notícias aterradoras da "democracia Boliviana". As que merecem crédito, vem de organizações internacionais de defesa dos direitos humanos como a Human Rights Foundation (HRF) que fez um breve comunicado do que viu naquele país, durante o referendum pela autonomia de Santa Cruz.

A HRF é uma Organização Internacional, apolítica, dedicada a defender os direitos humanos no continente americano. A Fundação centra seu trabalho nos conceitos entrelaçados de autodeterminação e liberdade. Estes ideais encontram sua mais alta expressão na crença de que todos os seres humanos têm direito à liberdade de expressão, de associação com pessoas e idéias afins. As pessoas que vivem em uma sociedade livre devem ter, do mesmo modo, a oportunidade de participar dos assuntos públicos de seu país. Da mesma forma, os ideais da HRF são determinados pela convicção de que todos os seres humanos têm o direito de estar livres de detenções ou exílios arbitrários, de escravidão e tortura, e da interferência e coerção em assuntos de consciência. O Conselho Internacional da HRF é constituído por indivíduos que foram presos de consciência como Vladimir Bukovsky, Palden Gyatso, Armando Valladares, Ramón J. Velásquez, Elie Wiesel e Harry Wu.

Na condição de observadores internacionais, a HRF diz com todas as letras que "foram registrados casos de violência e intimidação contra partidários da realização do referendum". Na avaliação preliminar a delegação da HRF, encabeçada pelo Secretário-Geral de seu Diretório, Armando Valladares e de seu Presidente, Thor Halvorssen, participou do processo junto a um grupo de observadores internacionais da Argentina, Paraguai e outras duas organizações internacionais dos Estados Unidos. A delegação da HRF incluiu a assistência técnica de voluntários procedentes da Espanha e de membros do staff e do diretório da HRF-Bolívia.

De acordo com o relatório preliminar, "nós, observadores internacionais, fomos convidados e creditados pela Corte Departamental Eleitoral de Santa Cruz, que nos informou que nos seria permitido o acesso irrestrito a todos os recintos eleitorais, às salas de contagem de cada mesa eleitoral e à leitura e soma dos resultados das atas de escrutínio na sede central da Corte". Nessa condição, a HRF visitou mais de trezentas (300) mesas eleitorais durante o período de votação, que começou às 8 hs e concluiu pouco depois das 16 hs de domingo, 4 de maio de 2008. Conseqüentemente, a HRF presenciou a maneira como transcorreu o processo de votação, a contagem de votos na maioria dos recintos visitados e a soma dos resultados das atas de escrutínio na sede central da Corte.

"A HRF pôde verificar o atraso de juízes eleitorais em várias mesas de votação. Entretanto, a HRF observou a cooperação e abertura excepcionais do conjunto de juízes eleitorais em cada mesa de sufrágio", diz o relatório. Do mesmo modo, a HRF destaca que, até o momento, existiu uma transparência manifesta durante o processo de votação, contagem e soma das atas de escrutínio. Igualmente, pôde-se verificar que os meios de comunicação nacionais e internacionais tiveram acesso aos recintos eleitorais nos centros de votação observados.

Num caso especifico o relatório diz que foi informada pelo Coronel Ramiro Valdivia, Comandante da Polícia no bairro Plan 3000, que um grupo de indivíduos irrompeu em um recinto eleitoral, roubou e queimou material eleitoral inclusive urnas. "A HRF imediatamente visitou outros recintos eleitorais no Plan 3000 e foi testemunha da intimidação aos votantes feita por grupos de indivíduos que se opunham ao referendum. Estes grupos exibiam, de maneira espalhafatosa, garrotes e pedras, e impediram que os votantes ingressassem em dois dos recintos eleitorais", diz.

O relatório, traduzido por Graça Salgueiro e publicado no Brasil pelo site MidiaSemMascara.org, assinala ainda que na cidade de Montero, a HRF pôde verificar diretamente agressões para intimidar os votantes, através do emprego de gás lacrimogêneo de uso policial e de dinamite, promovido por indivíduos que se opunham ao referendum. No transcorrer destas agressões, um votante foi ferido na perna como produto de uma explosão de dinamite. A violência em Montero foi dirigida a persuadir os votantes a que se retirassem dos recintos eleitorais. Pelo menos um recinto eleitoral foi fechado e o material (incluindo papeletas de sufrágio e urnas) foi queimado. Outro recinto eleitoral pôde apenas se manter aberto, devido a que um grupo de pessoas – principalmente meninos com idades entre 9 e 14 anos – conseguiu impedir a interrupção normal do curso da votação ao concentra-se massivamente em uma interceção próxima ao centro Unidad Educativa La Esperanza. A HRF recolheu uma grande quantidade de testemunhos orais, fotografias e inclusive recolheu um frasco vazio de gás lacrimogêneo que havia sido utilizado pelos que intimidavam os votantes. A HRF observou que os recintos eleitorais de Montero careciam de presença policial.

Além destas intimidações a organização também ressalta que em outras localidades os grupos que se opunham ao referendum sabotaram com violência os recintos eleitorais. Nelas a HRF cita San Julián, Yapacaní, Cuatro Cañadas e El Torno. "Entretanto, a votação só conseguiu ser suspendida em San Julián e Yapacaní", diz a organização. A HRF considera estes incidentes profundamente desconcertantes. Segundo a Corte Departamental Eleitoral, isto representa menos de 4% do padrão eleitoral. A HRF esteve em contato constante, tanto com o resto dos observadores internacionais quanto com os nacionais, bem como com os funcionários da Corte Departamental Eleitoral. O primeiro boletim oficial preliminar foi tornado público às 23h50min de 4de maio e estabelecia que a opção “sim” no Referendum havia conseguido 81,93% dos votos escrutinados até aquele momento. Os boletins oficiais podem ser encontrados no web site da Corte Departamental Eleitoral: http://www.corteelectoralsc.com

A democracia Boliviana, imposta por Evo Morales não se contentou em apenas tentar barrar a força a realização do referendum. Foi, como de costume, mais além. "No final da tarde, os meios de comunicação bolivianos anunciaram que um homem havia morrido de um ataque do coração no interior de sua casa. O próprio governo afirmou depois que a morte havia sido produzida pela exposição excessiva a gás lacrimogêneo e disse que vai investigar o incidente".

A HRF faz notar que a soma das atas de escrutínio não foi concluída ainda, devido a que o material de alguma das mesas eleitorais – onde o acesso geográfico é moroso – não chegou à sede da Corte Departamental Eleitoral. O governo da Bolívia forneceu estatísticas insubstanciais do nível de abstenção. Esta estatística é impossível de estabelecer até que os votos sejam completamente escrutinados. O Informe final e exaustivo da HRF será tornado público na conclusão do processo de soma de votos, de acordo com as atas de escrutínio que deverão ser concluídas no transcurso desta semana.

Resta-nos a certeza, como vizinhos da “democracia boliviana” imposta por Evo Morales, que o mundo civilizado corre sério risco de voltar aos tempos das ditaduras sanguinárias que tantas vidas humanas ceifaram na América Latina, equivocadamente em nome de ideais tão nobres e tão caros para nós. As serpentes atendem por nomes e sobrenomes e é de bom alvitre não esquecer quem, mantendo os olhos e ouvidos bem abertos. Afinal, não se brinca com animais de peçonha.

(*) CELSO DORVALINO DEUCHER é professor e jornalista, secretário-geral do Grupo de Estudos Sul Livre (GESUL) e presidente do Movimento O Sul é o Meu País.

sábado, 26 de março de 2011

John Wesley Hardin


Passado para a história do Velho Oeste, como o pior bandido e pistoleiro do Texas. Foi outro jovem, entre tantos que assumiu a responsabilidade de suas acções, no pós-guerra. No ápice de sua carreira como “killer”, disse: “Matar um negro significava naqueles tempos, ser inevitavelmente condenado à morte, por um tribunal sustentado por baionetas Nortistas; assim, contra a minha vontade, eu me transformei num perseguido não da justiça, mas da injustiça daqueles que tinham subjugado o Sul”. O negro mencionado, Hardin o matou em 1868, aos quinze anos. Esta personagem foi morta em 1895, num “saloon” de El Paso, durante um simples, porém trágico, jogo de cartas.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Separatismo patrocinado

Separatismo patrocinado

09 de janeiro de 2008

Por Jorge Ernesto Macedo Geisel *

As relações entre Estados de nossa federação capenga, são débeis e não atendem à grandiosidade continental do Brasil. Os entendimentos entre eles, passam via de regra pelo canal entupido de Brasília, onde o partidarismo clientelista se alojou com unhas e dentes. Os políticos são eleitos por chamados “partidos nacionais” que ostentam programas gerais para o país, sem atentarem para fato real de que existem diversos brasis, cuja diversidade não deveria ser molestada pela padronização legislativa intensiva máxima, como sempre vem ocorrendo no país.

Daí resulta uma copiosa legislação unitarista, padronizadora de justiça que afoga uns para salvar outros. O cenário tragicômico tem produzido aberrações alarmantes, como a instituição de unico Código Nacional de Trânsito, que deveria ser de competência Estadual, fazendo com que a multa do motorista de Bagé seja igual ao da Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro...

Temos também o exemplo da edificação territorial de nação indígena, separada do País.O salário mínimo nacional acaba com qualquer iniciativa no Piauí, satisfazendo o empresariado da FIESP. E, quando o Presidente abre mão disto, fugindo da amarração Idiota de uma previdência social retrógrada, autoridades estaduais vão à Justiça reclamar de uma medida liberatória.

Não existe uma cooperação contínua e produtiva entre regiões subnacionais, a não ser a condição imperial das transferências constitucionais obrigatórias e os acordos epiléticos do CONFAZ. Não se vê, portanto, uma decisão bilateral partindo de dois Estados federados, um do Nordeste e outro do Sul, por exemplo.

Não existe intercâmbio dentro do País. Apenas uma nação em formação, que tenta falar uma mesma língua, unida por um hino longo demais e pelos deboches irradiados do Congresso Nacional e difundidos pelo oligopólio continental das redes de televisão.

Estamos separados uns dos outros pelas riquezas geradas e unidos pelo patrocínio das misérias politicamente cristalizadas. As populações dos Estados pobres dirigem-se em hordas migratórias miseráveis, alojando-se como podem nos centros urbanos inchados e administrados pela impotência jurídica face o direito de ir e vir, descontrolado, irracional.

Mas, intercâmbio humano valorizado é diminuto - uma estrada de uma mão só, a da responsabilidade forçada no acolhimento passivo dos pobres, nascidos de equivocadas autonomias políticas...

Se houvesse um entrelaçamento de interesses comuns e estimulados pelo federalismo autêntico, pelo conhecimento e pela honestidade cívica, a Bahia já teria estabelecido um convênio de colonização do Vale do São Francisco com o Rio Grande do Sul.

Os sem-terra do “Sulão” ao invés de ouvirem a cantilena terrorista, cometendo esbulhos possessórios e, até mesmo, invadindo estações experimentais públicas, colheriam três safras anuais, pagando juros ao Banrisul e pagando impostos à Bahia.

Certamente, inúmeras atividades comerciais e industriais já teriam brotado de políticas bilaterais de desenvolvimento integradas na colonização da potencialidade dos brasis, hoje entregues à indolência de um Poder Central afogado pelo excesso de atribuições e de informações mal digeridas.

Na realidade, temos menos intercâmbio entre os nossos Estados - províncias municipalizadas - do que os países independentes da Comunidade Européia entre si. Razões principais: o unitarismo pretensioso de Brasília que nos sufoca, o clientelismo partidário dos partidos, compulsoriamente “nacionais” (naturalmente voltados para a conquista do Poder Central para a continuação do clientelismo...), a centralização decorrente das competências exacerbadas num governo que se equilibra mediante “Medidas Provisórias” sobre tudo e sobre todos nos.

E, afinal, com tamanha dispersão, o Governo centralista não se concentra de forma proficiente sobre o exame dos temas estratégicos de um pais com vastidão continental, cuja negligência compromete a própria Soberania Nacional.

Se adotarmos, em tempo de salvar a integridade (hoje levada sob a cangalha e na unidade dos chifres de bois castrados), uma Federação autêntica, onde os valores confederativos das liberdades autonômicas Estaduais sejam veneradas, chegaremos à conclusão paradoxal de que, antes vivíamos, simplesmente, o separatismo patrocinado pela ausência de ética confederativa, imposta pelo clientelismo partidário, comandado pela vontade imperial do Poder de Plantão, na Ilha da Fantasia Federal que é Brasília.

O Federalismo é previsto como condição pétrea constitucional. Não observá-la, entretanto, tem sido o pecado original. Desde os tempos da Confederação do Equador da Epopéia Farroupilha e de tantos movimentos libertadores que semearam suas idéias e tradições. O Poder Uno e Salvador vem transformando o país que desejamos no país que não deu certo.

Cuidado, Senhores da Corte, como disse Henry Kissinger, “A AUSËNCIA DE ALTERNATIVAS TORNA AS MENTES ESPANTOSAMENTE CLARAS”...

(*) JORGE ERNESTO MACEDO GEISEL é advogado no Rio de Janeiro.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A Grande Invasão


Tex começa contando a história do seu amigo, agora morto, ocorrida há vinte anos. E deixa um suspense no ar, pois não fala quem é o dito cujo. Então já iniciamos a movimentada aventura com uma pergunta instigante.

Tex precisa percorrer uma vasta região do sul do Texas para avisar aos colonos que os Comanches estão em guerra e todos correm perigo, devendo se deslocar para Forte Davis urgentemente, antes que o caminho seja barrado.

Entre os muitos colonos, Tex encontra a ajuda armada de Terence, um rapaz capaz. A missão não é fácil e toda ajuda é necessária. E para complicar mais, alguns prisioneiros fazem trabalho pesado sob a guarda de 3 soldados e passam a compor a caravana retirante.

Ocorre um choque social entre os colonos pobres, que enfrentam todos os problemas com dignidade e os prisioneiros, que criam a maioria dos problemas dos homens dignos. E enquanto os colonos retirantes estão nervosos e chateados em largar suas casas e terras, os prisioneiros reclamam do tratamento, por não poderem lutar por suas vidas.

Entre os prisioneiros ocorrem distinções, pois tratam-se de homens com histórias comuns (crime + prisão) em parte, mas cada um tem um histórico bem diferente no modus operandi e na personalidade. E de cara o leitor vai gostar do Ogro, um brutamontes ferocíssimo, que nem os amigos de cela ouvem sua voz.

A viagem é carregada de suspense e nervosismo. Tex humilha Águia Branca, um chefe de grupo fanfarrão, que sai ganhando com um tiro de raspão. O ponto alto ocorre quando o grupo se aproxima da Estação Postal, onde esperam apoio, troca de cavalos e descanso por uma noite. Mas encontram algo terrível, que pode significar a morte de todos.

Um grupo avançado de Comanches chegou primeiro e matou todos na estação. Quando chegam lá resta apenas medo e problemas.

Tex é obrigado a mudar os planos e a meta Forte Davis, que pode já estar sitiado, é alterada para Forte Quitman, uma alternativa mais próxima.

Um colono cabeça-quente ameaça boicotar os planos de Tex e realmente se separa da comitiva, indo cair nos braços de Águia Branca, que lutou com Tex anteriormente. Numa seqüência bem movimentada os índios levam a pior e apenas o branco rebelde perde a vida.

Sem saída e sempre visando a proteção dos seus guiados, Tex concede alguma liberdade aos prisioneiros, ex-soldados da Guerra Civil, homens sem medo e experientes. Dois deles, Corbett e Doyle, conseguem em certo momento lutar contra os índios que ameaçam um ataque noturno.

E os dois acompanham Tex na cobertura da retaguarda, enquanto a caravana avança para Forte Quitman. Tex entrega-lhes rifles para lutarem contra os Comanches: 3 contra 30.Os brancos lutam como podem, passando por momentos desesperadores.

Enquanto isso, as carroças alcançaram o Forte e de lá chega a ajuda bastante criativa, capaz de afugentar os índios que ameaçavam de verdade os três guarda-costas. Mas nada mudou definitivamente, pois o Forte estava abandonado, não existem os soldados e agora a salvação parece muito mais longe.

Perdidos entre terríveis dúvidas e contando apenas com o conhecimento e audácia de Tex, os colonos aguardam os próximos movimentos e os prisioneiros se articulam para fugir durante a noite. Porém, a pradaria em volta pode estar infestada de Comanches ávidos de sangue.

Os retirantes se desdobram para que os índios não percebam que são poucos no Forte e simulam a presença da guarnição de soldados. Mas isso não dura para sempre e quando são atacados, defendem-se de forma heróica, utilizando-se até de um canhão abandonado.

Os prisioneiros estão em polvorosa, cegos pelo desejo da liberdade e divididos entre a fidelidade a Tex e com receio da situação caótica em que podem morrer a qualquer instante, ficando para lutar contra os índios ou aceitando o plano de fuga de Glen Corbett. Mas Doyle diz não e provoca uma briga interna entre Tex e Corbett, que se esvai pela chegada tempestiva dos Comanches.

Corbett foge levando consigo o soldado Madsen, que só pensou em salvar a pele e abandonou seus amigos e sua causa, e ninguém esperava vê-lo unido a um prisioneiro como Glen, mas não passou de um plano desse utilizar o desafeto para se livrar dos índios, façanha que consegue com méritos, deixando o soldado para os Comanches torturarem diante dos olhos dos sitiados. E foge para a tão procurada e ansiada liberdade.

Contra centenas de guerreiros será uma luta desesperada que Tex e seus amigos enfrentam com garra, causando pesadas baixas nas fileiras inimigas, mas um a um os homens vão caindo diante da maioria esmagadora que ataca por todos os lados. Ogro, que se recupera de forma fenomenal da sua inércia, mata muitos índios e salva a vida de Jamie e cai sem vida, revelando-se um herói.

E quando tudo parecia perdido, eis que surge um esquadrão da cavalaria vindo de El Paso, que chegando de surpresa sobre os índios, liquida o seu chefe Tonkawa e causa a dispersão de todo o contingente. Com isso, parte daquela comitiva é salva e A Grande Invasão se desmantela, pois os outros dois grandes chefes desistem e depõem as armas, retornando à reserva.

História publicada em: TEX-412 - A Grande Invasão, editada em fevereiro de 2004, 116 páginas, R$ 4,50, publicada pela Mythos Editora, medindo 13,5cm de largura por 17,7cm de altura. Textos de Mauro Boselli e desenhos de Carlo Raffaele Marcello. Capa de Claudio Villa. Editor: Dorival V.Lopes; tradução: Paulo Guanaes; letras: Marcos Maldonado

TEX-413 - Guerra de Fronteira, editada em março de 2004, 116 páginas, R$ 4,50, publicada pela Mythos Editora, medindo 13,5cm de largura por 17,7cm de altura. Textos de Mauro Boselli e desenhos de Carlo Raffaele Marcello. Capa de Claudio Villa. Editor: Dorival V.Lopes; tradução: Paulo Guanaes; letras: Marcos Maldonado

TEX-414 - Os Heróis do Texas, editada em abril de 2004, 116 páginas, R$ 4,50, publicada pela Mythos Editora, medindo 13,5cm de largura por 17,7cm de altura. Textos de Mauro Boselli e desenhos de Carlo Raffaele Marcello. Capa de Claudio Villa. Editor: Dorival V.Lopes; tradução: Paulo Guanaes; letras: Marcos Maldonado.

quarta-feira, 23 de março de 2011

OS BONS EXEMPLOS AFRICANOS

24 de janeiro de 2011

Sérgio Alves de Oliveira*

Nas suas freqüentes e incansáveis andanças pelo mundo, onde passou mais tempo que em Brasília, e era uma boa desculpa para sua aversão ao trabalho, o ex-presidente Lula assumiu uma postura professoral, notadamente na África. Ali tentou estabelecer uma liderança como fazia nos tempos de sindicato.

Ensinou, ensinou, mas parece que não aprendeu nada. Nunca deu qualquer palavra, por exemplo, sobre o plebiscito que estava em vias de ser concretizado no Sudão, com sua Região Sul se independenciando para formar novo país. E isso de fato ocorreu, com esmagadora vitória do SIM.

Mas o então Presidente Lula, como bom democrata que sempre foi, também jamais se referiu ao mesmo problema que estava ocorrendo no Sul do seu próprio país, onde foi colocada toda a força da tropa oficial e a imprensa comprada para tentar desmoralizar essa iniciativa. Sem dúvida isso é uma postura dos que desprezam as liberdades individuais e coletivas. Mais: que têm aversão ao próprio direito natural.

Saberia o ex-presidente, porventura, que os objetivos meramente “declarados” dos partidos que lhe dão sustentação política estão nas raízes da proposta autodeterminista do Sul?

Resumidamente, o Brasil, por suas autoridades maiores, tentou ensinar a África, mas são os africanos que estão ensinando democracia, que incluiu o direito dos povos e não só a competência para controlar eleições numa oclocracia, impropriamente chamada de “democracia”.

E foi essa oclocracia não só a responsável por levar ao poder as forças políticas dos Poderes Executivo e Legislativo que aí estão, mas também de Collor de Melo, FHC, Sarney, Plano Cruzado e todo o Poder Legislativo durante a ditadura. De fato parece paradoxal: a mesma força popular que garantiu a eleição dos parlamentares que deram sustentação à ditadura voltaram às urnas para dar vitória aos “opositores” que aí estão.

E essa oclocracia,ou democracia deturpada, não está nos planos do novo país que surgirá, mais cedo ou mais tarde, na América do Sul.

Parabéns aos sudaneses do Sul e que sua lição de democracia ilumine o mundo e especialmente o Brasil, um país que também não deu certo.

*O autor é membro fundador do Gesul (Grupo de Estudos Sul Livre)

terça-feira, 22 de março de 2011

Confirmado o terceiro autor de Tex presente em Curitiba: FABIO CIVITELLI


Conforme temos anunciado nos últimos dias aqui mesmo no blogue do Tex, irá realizar-se na cidade de Curitiba entre os dias 15 e 17 de Julho, a primeira Convenção Internacional de Quadrinhos de Curitiba, a GIBICON, se bem que oficialmente será a edição número zero, como uma espécie de preliminar para os eventos que comemorarão em 2012 os 30 anos da Gibiteca de Curitiba, a mais antiga de toda a América Latina.

Evento que como também já anunciamos, contará com uma exposição dedicada ao TEX contendo material enviado pela Sergio Bonelli Editore e terá inclusive a presença já confirmada dos consagrados autores do Ranger: Giovanni Ticci, Ernesto Garcia Seijas e Fabio Civitelli.

Fabio Civitelli torna-se assim o terceiro autor de Tex a confirmar a sua presença no evento que será inaugurado na sexta-feira, dia 15 de Julho, à noite e com encerramento marcado para o final do dia 17, já que aceitou o convite endereçado pela Mythos Editora para gáudio dos seus milhares de fãs brasileiros. Editora Mythos que participará também de modo activo no evento, lançando edições ligadas a Giovanni Ticci e Ernesto Garcia Seijas, para além de tal como aconteceu em São Paulo no 17º Fest Comix, ter presentes em Curitiba vários dos seus profissionais associados a Tex para confraternizarem com os leitores.

Voltando a falar especificamente de Fabio Civitelli, podemos anunciar que o autor aretino levará ao Paraná para mostrar aos seus fãs, o seu livro de ilustrações publicado pela prestigiada editora italiana Lit­tle Nemo: “Il mio Tex – La bal­lata del West di Civi­telli e Ver­ger“ com textos de Moreno Burattini, Fabio Civi­telli, Ser­gio Pigna­tone e Gio­vanni Batti­sta Ver­ger, lançado o ano passado no Festival italiano Lucca Comics e que teve um estrondoso sucesso, e também o romance de Tex escrito por Mauro Boselli e ilustrado pelo próprio Civitelli e que tem lançamento previsto na Itália para 12 de Abril próximo, com o selo da editora Mondadori.

Quanto ao Tex Gigante que Civitelli está a desenhar, há que esperar por 2012, data prevista para publicação da história escrita por Mauro Boselli e que trará o retorno de El Morisco. A título de curiosidade, podemos informar que Fabio Civitelli já desenhou 150 das 224 páginas da aventura.

Voltando de novo ao evento, para finalizar este anúncio, para além então da presença dos autores italianos Giovanni Ticci e Fabio Civitelli e do argentino Ernesto Garcia Seijas, continua a ser forte a possibilidade da GIBICON também poder ter a participação do consagrado argumentista Mauro Boselli, autor de heróicas histórias não somente de Tex, mas também de Zagor e Dampyr. Também não está ainda descartada a possibilidade do editor Sergio Bonelli fazer-se presente em Curitiba.

Isto no que a Tex diz respeito, porque a organização da primeira Convenção Internacional de Quadrinhos de Curitiba prevê também a presença de autores nacionais e de vários outros países, como por exemplo Alemanha, Estados Unidos e França, para encontros com os leitores, debates, exposições de desenhos, autógrafos, numa verdadeira congregação de amantes da Nona Arte onde VOCÊ CARO TEXIANO NÃO PODE FALTAR!

Notícia publicada originalmente em: http://texwillerblog.com/wordpress/?p=26732

(Para aproveitar a extensão completa das imagens, clique nas mesmas)

segunda-feira, 21 de março de 2011

AÇÕES IMEDIATAS

Na esteira desse manifesto, três ações devem ser desenvolvidas, tramitando em paralelo, a saber:

Intensificar a mobilização independentista do povo do Sul, reavaliando os métodos empregados durante os anos 90 e 2000;

Denunciar às Nações Unidas, formalmente, a República Federativa do Brasil, por descumprimento das normas a que está sujeita como membro da Organização, pela ação das suas autoridades e pelos obstáculos colocados na sua legislação interna que contrariam a Resolução nº 1514 (XV). O povo Sul-Brasileiro, invocando suas prerrogativas universais contempladas nas Nações Unidas, reivindica seus direitos libertários e a enérgica intervenção dessa organização no sentido de garantir o livre processamento das etapas requeridas ao reconhecimento da sua autodeterminação;

Convidar outros Povos e Nações do Mundo, em situação semelhante, a unirem esforços no sentido de criar uma Organização Mundial dos Povos e Nações Independentistas, visando o reconhecimento dos seus direitos à autodeterminação, de acordo com as disposições das Nações Unidas.

domingo, 20 de março de 2011

O Vale Da Morte


Terminada uma missão em Needles, Tex Willer e seu filho Kit estão retornando para a reserva Navajo, pela região do Deserto de Mojave e Vale da Morte, quando neste último encontram uma caravana que escoltava toda uma tribo de Shoshones.

Recebidos por Luther Denison e seus homens, verificam que os índios foram recrutados para trabalharem na exploração do Borax, mineral encontrado na região. Conversando com os índios, Tex não encontra qualquer irregularidade, e por esta razão prossegue sua jornada, com seu filho, até Las Vegas.

Lá chegando, são recebidos pelo xerife, Alan Robertson , que se identifica como um velho conhecido do ranger, e que lhe implora para que não arranje confusão. Mas a confusão corre atrás do nosso herói, que junto de seu filho e do xerife vão jantar no "Overland", onde acontece uma festança patrocinada por um minerador, Hewitt, que se revela outro velho conhecido de aventuras do ranger. Após a saída do xerife, ocorre um incidente com um dos presentes, que ameaça os três amigos com sua arma, sendo que o velho minerador, numa atitude aparentemente impensada, reage sacando a sua, mas é salvo da morte por Tex, que abate inimigo.

Cansado e abatido, o velho minerador se despede, deixando Tex com uma pulga atrás da orelha. Num momento de inspiração, após refletir sobre os fatos, nosso amigo corre para o quarto de Hewitt, salvando-o mais uma vez, desta feita de uma tentativa de suicídio.

Após recuperar-se, Hewitt relata a Tex e Kit a situação difícil em que se encontra a sua empresa, não podendo competir com a "Nevada Borax Company", que se utilizava do trabalho escravo índio, e tendo um empréstimo negado pelo banco.

Indignado, Tex percebe que a caravana que encontrou era para aquela companhia, e que os índios estavam sendo ludibriados com promessas de casa e comida. Resolve intervir para reparar a injustiça e também ajudar seu velho amigo.

No dia seguinte vai com Kit até o banco, onde defronta-se com os capangas do dono da empresa, Hatfield, que também acaba se mostrando um velho conhecido do ranger, que lhe devia a vida, motivo pelo qual aceita fazer o empréstimo (não sem antes uma pequena pressão psicológica).

Junto com Hewitt, nossos heróis partem para o vale da morte, sendo que no caminho são alvos de uma tocaia, da qual escapam, em parte com a ajuda do xerife, que tinha suspeitado do fato. Há também um encontro inusitado com a "twenty Mule Team" , um enorme carroção puxado por vinte mulas, da "Nevada", que fazia o transporte do Borax.

Chegando ao acampamento do velho minerador, Tex e Kit passam a noite e no dia seguinte partem para o campo de trabalho da "Nevada Borax Company". Lá chegando não são muito bem recebidos, após mostrarem a intenção de conversarem com os índios, razão pela qual é necessário um confronto com os bandidos.

Verificada as condições desumanas a que os índios eram submetidos, Tex e Kit partem para Furnace Creek, onde está Alvin Tanner, dono da companhia e Luther Denison. São recepcionados com animosidade pelo empregados, mas não pelos indivíduos mencionados, que se mostram prestativos e demonstram não terem ciência do que acontecia com os índios.

Decidido a esclarecer o caso, Tex vai a Mesquite Spring, visitar o agente índio e deixa seu filho em Furnace Creek. Lá chegando, é alvo de uma armadilha armada por Glen Spark, o agente índio, cientificado da visita do ranger pelo traiçoeiro Alvin Tanner. Mais uma vez a habilidade e sorte do nosso herói o salva da situação. Após se livrar dos bandidos, regressa imediatamente, preocupado com o que pode ter acontecido a seu filho.

Chegando a Furnace Creek, Tex de debate com uma sentinela e liberta o filho, mas descobre que os dois patifes principais saíram para encontrar-se com um terceiro desconhecido. Após libertar os cavalos do estábulo, o que impediria os demais bandidos de persegui-los, nossos amigos, junto ao sentinela (devidamente "convencido" a guiá-los), partem para Lost Mine, onde acontece a confrontação final com os bandidos, sendo que revela-se a verdadeira identidade do dono da "Nevada Borax Company", e a participação de pessoas até então insuspeitas. Um final surpreendente.

TXF-002 - O Vale da Morte, agosto de 2003, publicada pela Editora Mythos, medindo 13,5cm de largura por 17,7cm de altura, 212 páginas. Texto de G. L. Bonelli, desenhos de F.Fusco e capa de A. Galleppini.

sábado, 19 de março de 2011

AUTODETERMINAÇÃO DO SUL FRENTE ÀS NAÇÕES UNIDAS

Recordando um pouco a história, em 1945 representantes de 50 países reuniram-se em São Francisco, Califórnia, onde redigiram a Carta das Nações Unidas. Neste mesmo ano foi oficialmente constituída a Organização das Nações Unidas - ONU. O Brasil participou como um dos membros fundadores. Dentre os principais objetivos da Organização destacam-se a manutenção da paz; a segurança internacional; o incremento de relações amistosas entre as nações; a cooperação internacional para a solução de problemas mundiais de ordem social, econômica e cultural; e, finalmente, o incentivo do respeito pelos direitos e liberdades individuais.

Buscando o longo e penoso caminho que teria pela frente, a ONU constituiu uma comissão encarregada de redigir os direitos do homem, apoiados nos princípios da liberdade, igualdade e fraternidade, da Revolução Francesa. A comissão decidiu praticar democracia, consultando e pedindo contribuição a diversos pensadores e escritores, seguindo o que preconiza Rousseau no Contrato Social. Um dos consultados foi Mahatma Gandhi, que prontamente respondeu: “somente somos credores do direito à vida quando cumprimos o dever de cidadãos do mundo”.

Finalmente, a Declaração Universal dos Direitos do Homem foi aprovada em resolução da III seção ordinária da Assembléia Geral das Nações Unidas, em Paris, no dia 10 de dezembro de 1948, contendo trinta artigos. Sem dúvida, constituiu-se em um grande avanço para a humanidade e sua maior conquista é jurídica, sobretudo nos direitos individuais do ser humano.

Sentindo, todavia, que ainda faltava alguma proteção aos povos, sujeitos a toda espécie de violência, a ONU adotou uma resolução para amparar os povos e nações. Em 14 de dezembro de 1960 os Povos e Nações tiveram reconhecidos os seus direitos, na 947ª Reunião plenária das Nações Unidas. Ali foi aprovada a Resolução nº 1514 (XV), que trata da independência em países coloniais e povos.

Apoiada nesta resolução e na própria Carta das Nações Unidas, a ONU finalmente declara que a “subjugação dos povos constitui uma negação dos direitos humanos fundamentais, é contrária à Carta das Nações Unidas e é um impedimento à promoção da cooperação e da paz mundial”. Prossegue essa resolução dispondo que “todos os povos têm direito à autodeterminação”, livremente escolhendo o status político, o desenvolvimento econômico, social e cultural. Esta resolução, inclusive, proíbe toda ação armada ou medidas repressivas contra os povos que, se for o caso, devem cessar para permitir o exercício dos seus direitos de completar a independência pacífica e livremente.

O último dispositivo dessa resolução ratifica a obrigatoriedade dos países em observar a carta das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos do Homem e a própria resolução nº 1514.

Evidencia-se, assim, que as Nações Unidas tomaram consciência que, na prática, a Declaração de 1948, dispondo sobre direitos e liberdades individuais, não funcionaria por si só, havendo necessidade de redigir outra norma que abrigasse os direitos e liberdades dos povos e nações. A ONU foi lúcida. Enxergou claro e longe que de nada adiantaria defender as liberdades e direitos das “células” da sociedade caso se omitisse de normatizar sobre o próprio corpo social que elas integram. Sentiu, como forma de expressão, que os limitados direitos e liberdades individuais preconizados na Declaração Universal dos Direitos do Homem seria o mesmo que definir como liberdades e direitos o confinamento injusto do homem num cárcere, usurpando-lhe o direito à soberania como ser coletivo.

Apesar de pouco conhecida e divulgada, a Declaração das Nações Unidas de 1960, que trata dos direitos dos povos e nações, certamente é tão ou mais importantes que a declaração de 1948. Isso pela simples razão de que o homem nunca será livre como ser individual, se o corpo social ao qual ele está ligado, como ser social, coletivo ou nacional, também não for livre, soberano e independente.

Para melhor compreensão: se um corpo animal vivo ficar submerso na água por longo tempo, nenhum esforço será capaz de manter a vida das suas células, que também morrerão. Aí reside a interdependência entre as liberdades e direitos individuais e nacionais. Sem qualquer um deles, evidentemente, o outro não existirá. Por isso, as Declarações das Nações Unidas de 1948 e 1960 se completam. Uma não pode dispensar a outra, sob pena de anular a si mesma.

Não bastassem, portanto, os outros sólidos argumentos que amparam a tese independentista do Sul, é com base nas disposições da Organização das Nações Unidas que esse direito se completa, porquanto os Sul-Brasileiros, inequivocamente, preenchem todos os requisitos de nação e povo. Por isso tem direito à independência.

Apesar de tudo, as autoridades brasileiras negam-se a acatar as resoluções da ONU, da qual o Brasil é membro-fundador, colocando todos os obstáculos, imagináveis e inimagináveis, no sentido de impedir qualquer ação que tenha por fim o exercício do direito de autodeterminação. Nem mesmo a forma plebiscitária pode ser usada, apesar de ser utilizada com freqüência em pequenas questões, geralmente no intuito de ampliar o mercado de trabalho para políticos, com emancipações internas exageradas.

Por ação das suas autoridades, o Brasil deve ser responsabilizado perante as Nações Unidas, por descumprir as normas a que está sujeito como membro da ONU.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Nas Florestas Do Oregon


Estranhos acontecimentos ocorrem no acampamento dos lenhadores que trabalham para o francês Leroux. Mas ele é amigo de Gros-Jean, o caçador trapalhão que conhece uma dupla de tições do inferno que farão de tudo para descobrir o que realmente está havendo.

O misterioso sabotador do acampamento madeireiro é obrigado a se revelar, mas o acerto de contas ainda está longe. Num ato de desespero, o traidor seqüestra o pequeno Jody, o mascote do acampamento, para garantir sua fuga e chegar ao escritório de Shannon, onde conta ficar seguro. Ele somente ignora que, como o quarto cavaleiro do Apocalipse, uma dupla de satanases vem trazendo o inferno atrás dele. E esses demônios atendem pelos nomes de Tex e Kit Carson.

História publicada nas edições:

TEX-420 - Nas Florestas do Oregon, publicada em outubro de 2004, 116 páginas, R$ 4,50, publicada pela Mythos Editora, medindo 13,5cm de largura por 17,7cm de altura. Roteiro de Claudio Nizzi, desenhos de Andrea Venturi. Capa de Claudio Villa. Editor: Dorival V.Lopes. Tradução: Paulo Guanaes; Letras: Marcos Maldonado.

TEX-421 - Trama Sórdida, publicada em 22 de novembro de 2004, 116 páginas, R$ 4,50, publicada pela Mythos Editora, medindo 13,5cm de largura por 17,7cm de altura. Roteiro de Claudio Nizzi, desenhos de Andrea Venturi. Capa de Claudio Villa. Editor: Dorival V.Lopes. Tradução: Paulo Guanaes; Letras: Marcos Maldonado.

quinta-feira, 17 de março de 2011

O DIREITO À INDEPENDÊNCIA DO SUL

Não restando qualquer dúvida sobre a condição de Nação e Povo dos Sul-Brasileiros, resta, doravante, discorrer um pouco sobre seu direito à independência.

Apesar de alguns óbices “carcerários” colocados na legislação e a contrariedade dos indivíduos acampados nos Três Poderes, bem como na mídia dominante, esse direito é incontestável, independentemente daquelas vontades. Além disso, o direito que socorre a causa independentista é um direito superior na hierarquia das forças jurídicas e políticas que regem as relações internacionais e dos próprios países.

Os fundamentos políticos e jurídicos da autodeterminação pretendida encontram-se, à saciedade, em todas as teorias modernas que presidem o nascimento dos Estados Soberanos; no direito público internacional; na Resolução nº 1514 (XV), da Organização das Nações Unidas - ONU, aprovada na 947º Reunião Plenária, de 14 de dezembro de 1960; nos direitos subjetivos públicos; no direito das gentes e no direito natural. Mas fundamentalmente o maior de todos os direitos está no coração do povo do Sul. Estes até poderão ser desprezados pela “República Federativa”, mas ela não terá como “escapar” das outras disposições a que está sujeita, inclusive como membro da ONU e, se insistir na desobediência, talvez incorra em infração punível com sanções das mais diversas. Mas esse castigo seria ainda menor do que perecer enforcada pelas próprias correntes com que aprisiona os diversos povos. Punição extensível a todas as pretensas autoridades da República Federativa que perseguem, ameaçam, oprimem e reprimem, com toda a força policialesca disponível, os defensores da liberdade e do ideal secessionista.

Independentemente das razões, dos fundamentos e das doutrinas que autorizam a criação de novos Estados Soberanos, estes podem surgir de diversas maneiras. Pode ser pela cisão, onde o Estado “reparte-se” para surgimento de dois ou mais novos Estados. Pode ser pela independência de colônias que se desligam do país colonizador; pela fusão de dois ou mais Estados num só e, finalmente, pela secessão de uma parte do território e população para formação de um novo Estado. Essas modalidades devem ser guardadas na mente porque, conforme o caso, cogitar-se-ia, no caso brasileiro, de cisão, se mais de uma região se independenciasse (também pode ser chamado de fracionamento), ou secessão, no caso de um só. Esta, com certeza, se a aquela não lograr êxito, pode acontecer em breve.

Voltando às teorias que presidem o nascimento dos Estados, merecem destaque (1) o princípio das nacionalidades, defendida por Mancini em 1851, para quem as populações ligadas entre si por identidade de raça, de língua, costumes e tradições, formam naturalmente uma nação e devem ser reunidas num só Estado. Sob essa doutrina a Grécia tornou-se independente em 1829, foram separadas a Holanda e a Bélgica (1830), houve a unificação da Itália (1859), da Alemanha (1867,1871) e a independência dos países Balcânicos. A postura dominante nesta teoria é a não-intervenção. Outra é a (2) teoria das fronteiras naturais, segundo a qual o território é complemento indispensável da nação. Atribui-se a Napoleão a afirmação de que a Europa só encontraria paz quando as nações estivessem integradas nos seus limites naturais. Essa doutrina é polêmica, mas pode ser aplicável em várias situações. Já a (3) teoria do equilíbrio internacional ergueu-se visando o equilíbrio europeu. Segundo ela, a paz decorre do equilíbrio. Também foi chamada de teoria da paz armada. Foi esboçada por Richelieu. O próprio Brasil sustentou essa teoria para um equilíbrio Sul-Americano, defendendo a soberania Uruguaia, mas certamente mudou de posição. Basta olhar o mapa sul-americano para levar-se um “choque” pelo contraste nas dimensões territoriais dos países. Não há equilíbrio, como na Europa. A Nação Sulista pode, portanto, perfeitamente invocar esta teoria para obter seu legítimo intento. Finalmente e, talvez, a mais importante, surge a (4) teoria do livre arbítrio dos povos, segundo a qual somente o livre consentimento de cada povo justifica e preside a vida do Estado. É a defesa da autodeterminação dos povos com raízes na filosofia liberal do século XVIII, defendida por Rousseau, adotada na Revolução Francesa e integrante da doutrina de Wilson, em 1919. Condorcet afirmou em 1792 que “cada nação tem o direito de dispor sobre o seu destino e de se dar as próprias leis”. Em nome dessa teoria foram embasadas a restauração da Polônia e a independência da Iugoslávia. Solucionaram-se questões em outros lugares pela forma plebiscitária. Essa teoria, sem dúvida, é alta expressão dos ideais democráticos.

Apesar de serem essas as doutrinas que tratam da criação de novos países, segundo os princípios de direito internacional, evidentemente a problemática não se esgota aí. Soma-se a esse elenco o que poderia ser chamado de (5) doutrina da própria conveniência. Assim, desligar-se de um Estado, carente de princípios sólidos, enleado numa estrutura política totalmente apodrecida, profundamente abalado moral, social e economicamente e, pior, com valores e princípios irremediavelmente deteriorados e pelas avessas, é questão de conveniência. Imprimir novos rumos, mesmo se constituindo em novo país, é direito inafastável. Somente choques profundos poderão mudar essa realidade. E, na verdade, os grandes problemas brasileiros, até hoje não resolvidos, como reforma agrária, relações entre o capital e o trabalho, entre outros, são problemas simples. Mas para resolvê-los há que se romper bruscamente com a federação decadente. Entregar aos povos regionais o comando supremo dos seus destinos, libertando-os dos entraves pseudo-federativos é, sem dúvida, questão de conveniência. Aliás, não foi sem base, portanto, que o próprio regente Feijó já clamava que o Brasil era ingovernável; que não existia para o Brasil organização possível. A doutrina da conveniência pode ser considerada uma “criação” do Sul, a título de contribuição universal.

Mas o grandioso e sacrificado povo do Nordeste, que tanto já produziu para o mundo das letras, também tem uma doutrina própria, de lavra do ilustre paraibano Alyrio Wanderley. É a (6) doutrina da cissiparidade. Segundo essa doutrina (chamada de lei da cissiparidade por Wanderley), a Nação começa a morrer desde o momento do seu nascimento. Com ela ocorre o mesmo que se dá com todo o organismo, onde o nascimento é o primeiro passo para a morte. “É o princípio do fim”, segundo a doutrina. Essa regra é inflexível. A “biologia” das nações poderia ser estudada mediante a paradigma celular. As células, como as nações, se multiplicam por secessão. A cissiparidade nacional está para a sociologia tanto quanto a cissiparidade celular está para a biologia. Tudo liga-se às “leis naturais”. Assim, se a célula não se cinde, morre; se a nação não se desmembra, ganha igual sorte. Com agradável estilo, Wanderley traz como exemplo, “arrancado do passado”, o que aconteceu com o fantástico Império Romano. Roma nasceu, cresceu e amadureceu. Foi uma “célula” poderosa que começou a absorver todos os povos que a rodeavam. Como célula (sociológica) ficou enorme. Todavia chegou o momento em que no Império Romano, na célula maior, começa a aparecer uma cinta, transformando-se em vinco, para afinal se tornar corte, separando a célula maior em porções. Uma dessas “porções” tornou-se a Espanha. Então, a Espanha iniciou o próprio caminho como célula independente. Cresceu e “devorou”, na medida do possível. Assimilava tudo que lhe estava à volta. Amadureceu. Mas pouco a pouco, parte do seu organismo começou a divergir e a afastar-se. Também nela surgiu a cinta, o vinco e o corte. A célula (Espanha) cindiu-se, aparecendo Portugal. Seguindo a “fatalidade histórica”, Portugal buscou seu destino de célula livre. Não podendo crescer e expandir-se para o oriente, por causa de um “muro” de forças intransponíveis, voltou-se para o oeste, ou seja, para o oceano. Mas o oceano nada lhe dava além dos peixes e de vias de navegação. Não havia terra. Lançou-se mar adentro, procurando, desesperadamente, novas terras. Aportou na América, em busca de alimento. Encontrou novas terras. Incorporou-as nos seus domínios, como fazem as células novas. Desenvolveu-se com esta conquista, “amadureceu”. Mas a fatalidade sociológica novamente deu presença e a parte da célula de Portugal na América começou a tomar colorido próprio para individualizar-se. A célula Portugal rompeu-se, cindiu-se, surgindo o Brasil, como célula distinta, por ação da lei da cissiparidade. A pergunta que logo se impõe: a ação dessa lei parou aqui? A doutrina da cissiparidade responde que não. Não aqui nem em parte alguma. É nesse percurso que está o ciclo vital das nações, que é o mesmo ciclo vital das células. O Brasil, como célula independente, não tem o poder de revogar as leis da natureza e da história através dos milênios e dos continentes, nem o movimento dos povos. Por ação fatal dessa lei, portanto, de Roma surgiu à Espanha, da Espanha saiu Portugal, de Portugal, o Brasil. Assim, do Brasil também sairão novas células, que serão novas nações a integrar os mapas. Isso porque a unidade eterna das nações seria uma aberração, igual à eternidade de um homem ou de uma árvore.

Apesar de todos esses fundamentos que dão guarida à tese independentista do povo do Sul, inclusive disposições claras das Nações Unidas, seria ingenuidade supor que esse direito fosse respeitado pelas autoridades da “República Federativa”. Essa reivindicação justa jamais será acolhida pacificamente, seja pela “democracia” brasileira, seja pela sua “justiça”. Neste sentido podem ser invocadas as diversas tentativas feitas pelos movimentos independentistas do Sul, que chegaram a acreditar na democracia praticada no Brasil e no princípio que “todo o poder emana do povo”, buscando na justiça esse direito. Em Santa Catarina foi votada pela Assembléia Legislativa a realização de um plebiscito, mesmo que a alternativa a ser considerada fosse a mais branda: a forma confederativa. Foram dignos e corajosos os deputados catarinenses: aprovaram. Mas este plebiscito foi impedido pela “justiça” eleitoral brasileira. Igualmente, no Rio Grande do Sul, foi obstruído o registro do Partido da República Farroupilha - PRF, pelo Tribunal de “Justiça” local, com voto dissidente do ilustre desembargador Sérgio Pilla da Silva, que de certo modo entendeu que o povo tem soberania constituinte.

Portanto, na prática, esses dez anos deixaram a desejar, frustrando as expectativas daqueles que pensaram que se poderia contar com as leis e estruturas brasileiras, com a democracia, com a justiça. Tudo em vão. Foi perda de tempo. Outros caminhos precisarão ser buscados.

Não importando o rumo a ser doravante percorrido, a verdade é que o reconhecimento da autodeterminação nunca será dado de presente. Precisa ser conquistado. Há que se tornar a vontade coletiva, forte como um furacão. Então, nenhum poder sobre a terra conseguirá obstaculizar a caminhada rumo a independência. E a força do furacão é conhecida. Não há, no mundo, lei, autoridade ou tribunal que consiga deter a força de um furacão. “Ele” é produto de uma lei da natureza, tanto quanto a tese independentista, em socorro da qual vem o próprio direito natural.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Curitiba prepara-se para viver um dos maiores eventos Texianos a nível mundial


Conforme anunciamos recentemente aqui, realizar-se-á na cidade de Curitiba entre os dias 12 e 17 de Julho, a primeira Convenção Internacional de Quadrinhos de Curitiba, a GIBICON.

Evento esse que será organizado pela Gibiteca de Curitiba, com o apoio da Prefeitura, do Consulado Italiano em Curitiba e da Câmara de Comércio Brasil-Itália.

Tal como também já anunciamos, a GIBICON contará com uma exposição dedicada ao TEX. Exposição essa que terá a bênção de Giovanni Ticci, um dos grandes desenhadores do Ranger.

Mas a Sergio Bonelli Editore terá uma participação ainda mais importante, uma vez que para além de Giovanni Ticci, também já está confirmada a presença do mestre argentino Ernesto Garcia Seijas e é muito provável que também o argumentista Mauro Boselli possa ser mais uma estrela Texiana presente em Curitiba.

Mas as novidades Texianas não se ficam por aqui, isto porque Curitiba prepara-se para viver um dos MAIORES EVENTOS TEXIANOS A NÍVEL PLANETÁRIO, já que aproveitando a ocasião, a Mythos Editora convidou o grande Fabio Civitelli para o evento, mas este ainda não respondeu.

A Mythos também aproveitará a efeméride para fazer pelo menos duas edições especiais para assinalar a ocasião, uma das quais dedicada a Giovanni Ticci, uma vez que o editor Dorival Vitor Lopes já confidenciou ao blogue português do Tex que está a dar início a uma edição especial com um grande trabalho do Ticci: a história A Patrulha Perdida.

Mas a cereja no topo do bolo da 1ª GIBICON pode ser a presença em Curitiba do próprio Sergio Bonelli, uma vez que o editor italiano quando questionado por que ele também não compareceria, respondeu: “Quem sabe, Julho ainda está longe.”

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)


Artigo publicado originalmente em: http://texwillerblog.com/wordpress/?p=26530

terça-feira, 15 de março de 2011

O SUL É UMA NAÇÃO


A fim de evitar-se confusões conceptuais, prudente é recordar antes que o Estado (ou País) distingue-se da Nação por ser o primeiro uma realidade jurídica, ao passo que a segunda é uma realidade psicossociológica. São realidades diferentes e inconfundíveis. Por outro lado, enquanto o conceito de Nação é subjetivo, o Estado é objetivo. Essa diferenciação é fundamental na tese em curso porque não nega a qualidade de Estado à República Federativa do Brasil, porém a sua qualidade de Nação Única.

O conceito de Estado não foi muito claro na antigüidade. Começou com a Polis, na Grécia, e a Civitas, em Roma. Mas deve-se a Maquiavel, principal artífice da ciência política moderna, a introdução desta expressão na literatura científica.

Todavia, não há ainda uma definição de Estado que seja aceita sem restrições. As definições encontradas refletem pontos-de-vista de cada autor e doutrina. Neste momento, essa polêmica não tem grande importância, porquanto a compreensão de Estado está com fortes raízes na consciência de todos, independentemente das definições já colocadas em papel. Pedindo emprestada a definição escolhida por Groppali, o Estado “é a pessoa jurídica soberana, constituída de um povo organizado sobre um território sob o comando de um poder supremo, para fins de defesa, ordem, bem-estar e progresso social” Os elementos constitutivos do Estado são população, território e governo.

Conseqüência de qualquer definição que for escolhida, o Estado pode constituir-se por um ou mais povos e nações. No primeiro caso, surge o Estado nacional (um só povo e nação); no segundo, aparece o Estado Plurinacional (mais de um povo e nação). Também pode a nação constituir-se em mais de um Estado.

Ora, é evidente que no Estado Nacional não haveria grande sentido falar-se em fracionamento ou desmembramento do Estado para formação de novo(s) Estado(s). Entretanto, a situação é diversa quando o Estado é plurinacional, quando a população do Estado é composta por mais de um povo ou nação, destituído de coesão interna e muitas vezes alvo de disputas internas e desarmonias das mais variadas. Sensível a essas ocorrências, o Direito Internacional Público, dando sua contribuição para a paz no mundo do pós-guerra, vem prestigiando sobre todas as outras a doutrina das nacionalidades, segundo a qual deve ser reconhecido a cada grupo nacional homogêneo o direito de constituir-se em Estado soberano.

Como observou Del Vecchio, o Estado que não corresponde a uma nação é um Estado imperfeito. De qualquer modo o direito internacional moderno consagra o princípio segundo o qual “cada nação deve constituir um Estado próprio”. Desta forma, várias questões precisam ser esclarecidas: o Brasil consiste num Estado Nacional ou Estado Plurinacional? O Estado deve fazer a Nação ou a Nação deve fazer o Estado? O Estado deve ser fim ou meio da sociedade?

Para Hegel o Estado é a “suprema” encarnação das idéias. Já na teoria fascista, a Nação não faz o Estado, mas este é que faz a Nação. Em nome desta doutrina a Abissínia e o povo etíope foram anexados como novos integrantes da “Nação Italiana” de Mussolini.

Ora, se cada Nação tem o direito de constituir-se em Estado Soberano; se o Brasil é um Estado Plurinacional; se a Constituição fixa já no seu primeiro artigo que o Brasil é formado pela “união indissolúvel” dos Estados (membros); se a cláusula pétrea do artigo 60, § 4º, I, da Constituição Federal, proíbe emenda constitucional tendente a abolir a “forma Federativa do Estado”; conclui-se que as correntes que prendem o Sul, e talvez outras Regiões, são cláusulas nitidamente fascistas, autorizando a via da desobediência civil, em nome do direito das gentes, do direito subjetivo público e do direito natural, que hierarquicamente estão acima de quaisquer outras leis do ordenamento positivo, tudo somado ao suporte de todas as doutrinas que justificam o nascimento de novos Estados Soberanos. Essa insurreição, justa por natureza, tem agasalho na própria pregação de Santo Agostinho.

No que se liga ao problema finalístico do Estado propriamente dito, duas correntes se digladiam. A primeira quer o Estado um fim em si mesmo, sendo a sociedade o seu meio, assim, desta forma, flagrantemente contraposta à doutrina democrática. Essa doutrina esta intimamente relacionada aos princípios fascistas, onde o Estado faz a nação, e não o contrário. Infelizmente essa doutrina de fundo fascista foi incorporada pelo Brasil, tanto pelos regimes militares quanto pelos civis. Por ela tudo se justifica em nome do país, mesmo que se trate da subjugação de povos diferentes. A segunda doutrina prega que o Estado, democraticamente considerado, não passa de uma instituição nacional, um meio para a realização da vontade coletiva, tendo por único fim a própria sociedade. Segundo ela, a Nação é de direito natural, enquanto o Estado resume-se em obra da vontade humana. Assim, o Estado não tem autoridade nem finalidade em si mesmo. Deve ele ser a soma dos ideais da comunhão que deveria representar.

O próximo passo é provar que o Sul já é uma Nação, com um povo próprio. Essa missão competiria aos respectivos povos das outras regiões, no que lhes pertine e se assim entenderem. Abrindo a discussão, primeiro há que se conceituar ao certo o que é uma Nação. Depois, se o Sul enquadra-se, ou não, nessa conceituação.

No que a Nação distingue-se de Povo?

Alguns autores afirmam que Nação e Povo se equivalem. Dentre eles Maggiori e Battaglia, com tendências idealistas. Mas esta afirmação não é aceita pela maioria. Na verdade são conceitos semelhantes. Porém Nação é de maior compreensão que Povo, porque tem natureza político-sociológica.

Assim, é preciso delimitar muito bem os conceitos de Nação e Povo estabelecidos pelos autores. Apesar de algumas divergências, no cerne da questão a convergência é a regra. M. Hauriou define a Nação como “uma população fixada no solo, na qual um laço de parentesco espiritual desenvolve o pensamento da unidade de agrupamento” (Précis de Droit Constitucionel, 1923, p. 25). Por seu turno Jellinek caracteriza a nação como “um grande número de homens que adquirem a consciência de que existe entre eles um conjunto de elementos comuns de civilização, e que esses elementos lhes são próprios; têm, ainda, consciência de um mesmo passado histórico e de um destino à parte, distinto dos outros agrupamentos e é nisto que consiste uma nação”. Por aqui, se vê que a nação não tem uma realidade exterior e objetiva. Entra mais propriamente na categoria dessas grandes manifestações sociais que não se pode determinar com o auxilio de instrumentos e processos exteriores de apreciação. O conceito de nação, essencialmente subjetivo, é resultado de um estado de consciência ( L. Etat moderne et son droit, p. 207). Para Mancini, “a Nação é uma sociedade natural de homens com unidade de território, de costumes e de língua, afeitos a uma vida em comum e com uma consciência social”.

Consoante definição empregada pela Organização das Nações e Povos Não Representados (UNPO), com sede em Haya (Holanda), que possui como principal objetivo a representação de povos e nações sem cadeira na Organização das Nações Unidas: “uma nação ou povo significa um grupo de seres humanos que têm vontade de ser identificados, como uma nação e povo, e estão unidos por uma herança comum que seja de caráter histórico, racial, étnico, lingüístico, cultural, religioso e territorial”. Essa definição está consagrada no artigo 6º, alínea “a”, do seu Estatuto. Entre todas certamente é a conceituação mais exigente para Nação e Povo.

Enquadrar-se-ia o Povo do Sul nesses exigentes requisitos para ser considerado Povo e Nação? A resposta é uma afirmativa contundente: sim.

Assim, “decompondo” a minuciosa definição dada pelo UNPO:

(a) - “Uma Nação e um Povo significa um grupo de seres humanos que têm vontade de ser identificado como uma nação ou povo...”
A Nação Sul-Brasileira é constituída por uma população razoável a fim de ser reconhecida como um Povo e Nação: cerca de 25 milhões de habitantes. A vontade desse povo em ser reconhecido como Nação pode ser encontrada no fundo da alma de cada um. Essa verdade é demonstrada com clareza mediante pesquisas idôneas, inclusive de órgãos da imprensa manifestamente contrários a esse reconhecimento.

A revista “Isto É” (nº 1235, de 02 / Jun / 1993), em matéria de “capa”, registra uma pesquisa, pela qual os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina proclamariam já suas independências. Na mesma esteira andou a revista “Amanhã” (nº 60, de abril de 92), cuja pesquisa apontou o desejo de separação unida dos três Estados do Sul, com índice de 60,7%. Na cidade de Turvo (SC) houve uma impressionante unanimidade dos 759 pesquisados, pelo “Sim”. E sabe-se que muitas outras foram feitas, inclusive sob encomenda dos opositores da liberdade e que, obviamente, jamais foram divulgadas. Se foram parar em arquivos secretos ou nos fornos de incineração, é dúvida.

A verdade é que a vontade coletiva do “sim” é sentida em todas as raras oportunidades em que a proposta autodeterminista comparece aos meios de comunicação. O retorno pelo “sim” foi tão impressionante que começou a ficar perigoso. A palavra de ordem da mídia, hoje, é não conceder mais qualquer espaço para a questão independentista.

Ora, é pressuposto elementar dessas manifestações, expressando o desejo de independência, que por trás delas está um forte sentimento de nacionalidade e da condição de povo. É o subjetivo conduzindo a vontade. Há, sem dúvida, um grupo de seres humanos que “têm vontade de ser identificado como um nação ou povo”. Esse requisito exigido pela UNPO está plenamente satisfeito. Ninguém conseguirá esconder essa vontade;

(b) - “... e estão unidos por uma herança comum que seja de caráter histórico...”
A união do povo Sul-Brasileiro em torno de uma herança comum de caráter histórico tem profundas raízes na sua própria história, destacando-se o abandono a que sempre foi relegado o Sul, o que lhe propiciou vida própria, independente das outras regiões. As conseqüências deste abandono foram as insurreições libertárias no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que chegaram, inclusive, a desligarem-se do império brasileiro;

(c) - “... racial...”
Nesse aspecto cumpre destacar que, pelos cruzamentos ocorridos em todos os continentes, não existem mais raças puras. Assim, o povo Sul-Brasileiro, como quase todos os demais, é produto de uma mistura que abriga origens das três grandes raças: a caucasóide, a negróide e a mongolóide;

(d) - “... étnico...”
A herança comum de caráter étnico também está presente. O grupo humano do Sul possui traços somáticos em comum e uma relativa uniformidade cultural;

(e) - “... lingüístico...”
O povo do Sul fala predominantemente o português, ao lado das línguas trazidas pelos imigrantes, incorporando muitos termos indígenas e com forte influência espanhola no extremo Sul;

(f) - “... cultural...”
A herança comum de caráter cultural tem fortes raízes na cultura indígena. É bastante homogênea e distingue-se muito de outras regiões brasileiras, notadamente do Nordeste e Norte;

(g) - “... religioso...”
A religião predominante é a católica, seguida das protestantes, que coexistem com credos oriundos de praticamente todas as correntes religiosas;

(h) - “... territorial...”
A Nação Sulista assenta-se sobre um território contíguo de 576.316 quilômetros quadrados. A conformação territorial teve forte influência nas características do povo. Os limites deste território com o oceano e com outros países, somente ao Norte com o Brasil, também ajudou a formação de uma nacionalidade própria. O clima é sub tropical, diferente das outras regiões brasileiras. As populações indígenas nativas da região eram as únicas capazes de resistir ao frio. Também é diferente a biodiversidade. A natureza dotou este território de rios que têm as suas nascentes ou, no mínimo, grande parte dos seus afluentes, dentro dele próprio. Portanto a água, para consumo e irrigação, também é própria. É uma herança comum de caráter geográfico que reforça a sua condição de Povo e Nação. Essa condição decorre da própria natureza. Desse modo não há como esconder que a própria mãe natureza agiu numa divina cumplicidade com o povo Sul-Brasileiro na sua causa libertária.