terça-feira, 31 de maio de 2011

O Traidor


Tex e Carson são chamados ao Forte Huachuca para decifrarem um mapa indígena que contém indicações sobre o local onde estaria escondido um carregamento de lingotes de ouro avaliado em meio milhão de dólares. O tesouro pertence ao México, que está exigindo a sua devolução. Para evitar um incidente internacional o ranger resolve ajudar e pede auxílio ao chefe apache Cochise para decifrar o mapa. Os rangers recuperam o ouro, mas na volta para o forte eles sofrem uma inominável traição e perdem tudo, tendo até que fugir dos Estados Unidos para não serem presos. Agora Tex e Carson terão que recuperar o ouro, limpar seus nomes e punir os responsáveis pela traição.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

SEPARATISMO NÃO É CRIME

J. Nascimento Franco*

Quando a idéia separatista começou a ganhar impulso, algumas autoridades ensaiaram a repressão com base na Lei n° 7.170, de 1983 , que tem por objetivo punir os crimes contra a segurança nacional, a unidade territorial e a ordem política e social. Durante o Estado Novo, foi editado o Decreto-lei n° 431, de 18.5.38, cujo art. 2°, item 3, cominava a pena de morte para quem tentasse "por meio de movimento armado o desmembramento do território nacional", desde que para reprimi-lo fosse necessário o uso de operações de guerra. Tratava-se, evidentemente, de texto "ad terrorem", porque nenhum movimento armado estava ameaçando a unidade territorial do Brasil. Leis dessa ordem são típicas dos regimes de força. Disfarçando seus verdadeiros objetivos, que é amordaçar a liberdade de opinião e de sua comunicação, o legislador editou a Lei n° 7.170, que, segundo prestigiosas opiniões, ficou revogada pelos incisos seguintes, do art. 5°, da Constituição de 1988: a) IV e IX, que asseguram a livre manifestação de pensamento; b) VIII, segundo o qual ninguém será privado de direitos por motivo de convicção política; c) XVI, XVII e XVIII, respectivamente destinados à tutela do direito de reunião e de associação para fins pacíficos.

Referidos textos constitucionais são mandamentos que têm de ser respeitados e cumpridos. Contra eles é inoponível toda e qualquer disposição infra-constitucional, assim como atos em contrario de qualquer autoridade. Portanto, desde que se utilizem de meios pacíficos, todos os que vivem no território nacional têm direito de propagar suas idéias políticas, entre as quais a do separatismo, resultante da convicção política de que o país atingiu o ponto culminante do insucesso como unidade geográfica e administrativa. Mesmo entre os separatistas mais convictos esse desfecho histórico é constatado com pesar. Contudo, os povos têm direito de aspirar o melhor futuro e isso parece impossível através da unidade nacional de um país que tem, entre seus cento e quarenta milhões de habitantes, trinta e dois milhões de famintos; que apresenta analfabetismo ascendente, impressionante favelização urbana, confesso colapso da malha rodoviária, precaríssimo sistema ferroviário, elevado nível de insalubridade, de miséria, de criminalidade e, sobretudo, institucionalizada corrupção administrativa. E que nada faz com visão e objetividade para que esses fatos sejam superados.

Diante desse quadro, irrompeu a proposta separatista pugnando pelo fracionamento do país em cinco ou seis blocos, a fim de que cada qual possa gerenciar o produto de seu trabalho e cuidar de seu próprio destino. Talvez, segundo alguns, por via de uma confederação real, descompromissada com o passado e com o tal "jeitinho" que costuma ser utilizado como habilidade, mas que não passa de maquinação através da qual "plus ça change plus ça c'est la même chose"...

Pensar e agir pacificamente nesse sentido é direito inderrogável pela malsinada lei federal n° 7.170, de 1983, com a qual o autoritarismo militar pretendeu algemar idéias e nulificar a liberdade individual.

Essa conclusão deflui de sentença proferida, em 31.8.93, pelo juiz José Almada de Souza, da 8ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (inquérito foi mandado à Justiça Federal a pedido do procurador da Justiça Militar, por ele considerado incompetente, uma vez que cogitava de fato que, se criminoso, teria natureza política) na qual o ilustre magistrado determinou o arquivamento de inquérito instaurado pela Policia Federal do Paraná, mediante provocação do Ministério da Justiça. E é importante salientar que referida decisão atendeu a requerimento do próprio Ministério Público, representado pelo Procurador da Justiça, Dr. Jair Bolzani, que se tomou, pela sensatez e serenidade de sua manifestação, credor das homenagens dos homens livres. Em seu pronunciamento, o douto Procurador ponderou: "Primeiramente, há que se ter em conta que a configuração do crime previsto no artigo 11 da Lei n° 7.170/83 depende da ocorrência de um dano efetivo á integridade territorial nacional ou de um dano potencial, isto é, aquele que pode resultar do comportamento do sujeito, conforme prevê o artigo 1° da referida lei. Portanto, não se pode admitir, sob pena de má aplicação de tal lei, que a apreensão de bonés, chaveiros, camisetas, cartazes, adesivos e panfletos com os dizeres "O Sul é o meu Pais" e "Sociedade amigos do Paraná' seja suficiente para perfazer o tipo penal em exame".

Em suma, segundo o ilustre membro do Ministério Público, a utilização de meios pacíficos de difusão do tema separatista não compromete a ordem pública, porque se insere na liberdade de opinião e de sua manifestação, assegurada pela Lei Maior.

Igual entendimento já havia sido sustentado pelo ilustre criminalista Damásio E. de Jesus, ao escrever que os delitos capitulados na Lei n° 7.170 só se tipificam com um concreto "ato executório de tentativa de divisão do país, mediante violência física, grave ameaça, atos de terrorismo, estrutura paramilitar, etc.". Numa síntese, o consagrado criminalista preleciona que "o crime consiste em tentar dividir o país á força" (cf. "O Estado de S.Paulo 18.5.93, pág.3).

Também o ilustre advogado e jornalista Luiz Francisco Carvalho Filho lamentou que o Presidente da República e seu Ministro da Justiça partissem para a intimidação brandindo a famigerada Lei de Segurança Nacional que, sobre ter sido revogada pela Constituição Federal, evoca a fase mais toma da ditadura militar: "Ao reprimir os separatistas do Sul do pais, tentando enquadra-los na Lei de Segurança Nacional", disse o ilustre advogado, o governo "revela desvio autoritário, desconhecimento da lei e falta de inteligência política".

E prossegue, depois de afirmar que se os separatistas haviam ofendido a Constituição, o governo também a tinha violado: "Em primeiro lugar, porque o dispositivo que pune a tentativa de desmembramento do território não é para quem manifesta a idéia, mas para quem tenta dividir o país á força. Os separatistas têm direito de se associar, de defender a convocação de um plebiscito para decidir o desmembramento e difundir o projeto". }

Antecipando-se ás decisões judiciais que viriam trancar os inquéritos contra os separatistas, conclui o jurista: "O que se deve proibir é o ato de violência, é a organização paramilitar. Ao contrário do que pensa o ministro da Justiça, a Constituição assegura a plenitude da liberdade de manifestação do pensamento. E, com efeito, o país tem muitos problemas reais". (Folha de São Paulo, 9.5.93, pág 1-12).

No mesmo sentido disserta Sérgio Alves de Oliveira, em obra sobre o propósito separatista sulino, depois de ponderar que o Estado é um meio e não um fim: "Se o Estado não consegue atender a contento as necessidades e desejos humanos, nos parece que o próprio direito natural coloca nas mãos do homem a faculdade de refazer o Estado dentro desse objetivo". E continua: "Portanto, nenhum crime existe em buscar o bem-estar do povo de uma determinada região mediante o processo separatista, o que é uma das formas admitidas em doutrina para refazer o Estado. E tanto isso é um direito que a própria história registra inúmeras mutações havidas ao longo do tempo em outras nações. Se é tida como válida a emancipação de municípios e de Estados-membros, qual o motivo de não se entender esse mesmo direito a regiões que desejam formar um novo Estado soberano? Se é possível ao individuo, a qualquer momento, desligar-se das sociedades humanas, o que é consagrado inclusive na constituição, como deixar de reconhecer o direito de secessão?" (Independência do Sul, pág 61).

Nos comentários às constituições e cartas constitucionais brasileiras, desde a de 1891 até a outorgada pela ditadura militar em 1964, Pontes de Miranda reprisou sempre que se integram, uma como conseqüência da outra, a liberdade de pensamento e a liberdade de expressa-lo. Segundo o constitucionalista, o aniquilamento de uma importa na inutilidade da outra: "Se o poder público se esforça, se afana, por saber o que no intimo se pensa, o que se diz, não há liberdade de pensar. Tal esmiuçar de palavras, de gestos, para se descobrir o que o individuo pensa, marca um período de estagnação ou de decadência dos povos. A diferença entre liberdade de pensamento e liberdade de emissão do pensamento está como se quer. Nessa, além de tal direito, o de se emitir de público o pensamento. Mas que vale aquela sem essa? Vale o sofrimento de Copérnico esperando a morte, ou o acaso, para publicar a sua descoberta. Vale o sofrimento de todos os perseguidos, em todos os tempos, por trazerem verdades que não servem ás minorias dominantes, essas minorias que precisam considerar coisa, "ontos", as abstrações, para que a maioria não lhes veja falsidade" (Comentários á constituição de 1967, tomo V, págs. 149 in fine e 150).

Fiéis a esses princípios, os juristas se manifestaram contra a repressão aos separatistas e esclareceram que a sustentação da déia secessionista respalda-se no principio constitucional da liberdade de opinião, donde resulta que nenhum crime eles praticam quando as divulgam. Crime é, como se verificou, a utilização de meios violentos e de organização paramilitar.

Nenhum ato desse tipo foi até hoje praticado, nem está na intenção dos que, convencidos da inoperância da união política e territorial brasileira, pregam por meios pacíficos a separação, que pode ser alcançada sem recurso á violência, pelo simples debate das idéias. Porque, já dizia Voltaire, quando um povo começa a pensar ninguém consegue dete-lo. O direito de secessão se concretizará se e quando o momento histórico chegar, tal como aconteceu com o Brasil em relação a Portugal, ou com os Estados Unidos em relação á Inglaterra. Tudo permite admitir que o desate poderá ser feito através de simples reforma constitucional que dará espaço a um plebiscito arejado, amplo e livre. Até lá os separatistas suportarão a pecha de impatriotas. Mas resistirão, lembrando-se de que também De Gaulle e Jean Moulin foram tachados de inimigos da pátria e de subversivos pelo regime de Vichy, quando sozinhos começaram a lutar pela libertação da França; de que Tiradentes foi igualmente apodado de louco e de lesa-pátria pelas autoridades fiéis á Coroa portuguesa, de que os revolucionários de 1932, que o governo federal de então denunciou ao país como inimigos, hoje são reverenciados até pelo Exército, nas comemorações realizadas em cada 9 de Julho...

Compreende-se, portanto, a serenidade e o senso de justiça com que agiram o Ministério Público e o referido Juiz Federal do Paraná, não vislumbrando nenhum matiz delituoso nos atos meramente políticos praticados pelos lideres paranaenses do Movimento "O Sul é o meu Pais". E note-se que ao parecer acolhido pela mencionada sentença, soma-se outra manifestação do Ministério Público Federal reconhecendo o direito à divulgação do ideal separatista e tutelando-o contra ato do chefe da agência da Empresa Brasileira de Correios, na cidade de Laguna, que resolveu interditar a expedição e o recebimento de correspondência pelo Movimento "O Sul é o meu Pais" (O Estatuto do Movimento O Sul é o meu País tem existência legal, pois foi registrado sob n° 363, fls. nº 86, livro A.3, do Registro Especial de Laguna, e está inscrito no CGC-MF nº 80.961 337/0001-02). Em face desse ato, o presidente do Movimento, Dr. Adílcio Cadorin, reclamou perante o Ministério da Justiça, que encaminhou o caso ao Ministério Público Federal, em Florianópolis. Tão logo recebeu o expediente ministerial, o Ministério Público Federal, por seu agente de Florianópolis, impetrou mandado de segurança contra o ato da autoridade coatora. Na sustentação do "writ" impetrado, o Procurador da República, Dr. Marco Aurélio Dutra Aydos, escreveu: "Tratando-se de direito concernente a liberdades públicas, desde logo que se estabeleça um princípio interpretativo: só pode ser ele limitado por lei que defina, precisamente e em toda a sua extensão, o objeto de restrição. A enumeração legal deve ser entendida como de numerus clausus, não podendo ser ampliada por analogia. É principio de direito penal que a lei incriminadora tenha de ser certa, lex certa como ensina FRANCISCO DE ASSIS TOLEDO: "A exigência de lei certa diz com a clareza dos tipos, que não devem deixar margens a dúvidas nem abusar do emprego de normas muito gerais ou tipos incriminadores genéricos, vazios." ("Princípios Básicos de Direito Penal", SP, Saraiva, 1991, p. 29)".

O principio da lex certa é de todo aplicável ao caso em exame, que trata de restrição legal a direito constitucionalmente assegurado. Se a lei restritiva é aberta, vazia, pode o administrador jogar com os seus conceitos para conceder ou negar o direito a seu falante. Expressões com "dizeres injuriosos, ameaçadores, ofensivos à moral, contrários à ordem pública ou aos interesse do país, não são aptas a conferir certeza á norma restritiva de direito. Ao fazer juízo de inconveniência aos interesses do aís e á ordem pública, fundado no art. 13, IV da Lei 6.538/78, a autoridade impetrada não apenas restringiu o direito à correspondência em casos que ela mesma considera "muito complexa", mas antecipou-se á investigação policial e á opinião delicti. O administrador foi polícia, acusador e juiz. No caso concreto, a investigação policial iniciou-se com pedido de busca e apreensão formulado perante o Juízo Federal da Segunda Vara (Processo n° 93.0003779-0). Pode se cogitar da hipótese de o Ministério Público e o Judiciário considerarem a conduta, do ponto de vista da Lei de Segurança Nacional em vigor, licita. Não se pode admitir que a Administração emita tais juízos, restringindo direitos. Sendo penalmente licita ou irrelevante a conduta, não pode o administrador fazer dela juízo de oportunidade e conveniência, a teor do art. 13, IV da Lei 6.538/78, a qual, nessa parte, por criar tipo um vago e incerto para restrição de direito constitucional, afronta a Lei Maior".

Estas considerações e tão lúcidas manifestações do Ministério Público, do Poder Judiciário e dos juristas, deixam claro que qualquer pessoa pode aspirar e pregar a separação de seu Estado, quando convicta de que ele está suficientemente preparado para gerir seus próprios negócios, ou por entender que seus interesses atingiram um ponto de clivagem com os interesses de outras regiões. Conseqüentemente, nada justifica restrição ou punição dos que sustentam o ideal separatista pelos meios de comunicação, desde o rádio até o livro. É claro que, em respeito á Constituição, não deve ser adotado nem insinuado nenhum meio violento. Melhor dizendo, ou sendo mais claramente, ser separatista e debater o separatismo é direito que nenhuma norma legal pode impedir sem desrespeito á Constituição. Trata-se da liberdade de opinião, assegurada pela Declaração Universal dos Direitos do Homem. Em vez de coagir, cabe às autoridades, em respeito ao princípio de autodeterminação dos povos e á liberdade de opinião, testar a consistência ou a inconsistência da idéia através de um plebiscito cujo resultado deverá ser civilizadamente aceito tanto pelos separatistas quanto pelos adeptos da união. Dir-se-á que a Constituição considera a unidade nacional como "cláusula pétrea" e que, por isso, o plebiscito seja inconstitucional. Ocorre que as "cláusulas pétreas" constituem uma heresia sempre suplantada pela força incoercível da História. Quando o relógio da História bater a hora da separação nenhum dispositivo legal, pétreo ou não, poderá adiá-la.

* O Autor J. Nascimento Franco é Constitucionalista e autor de "Fundamentos do Separatismo", Editora Panartz, São Paulo, 1993.

domingo, 29 de maio de 2011

Lucio Filippucci confirmado na primeira GIBICON

Conforme já anunciamos diversas vezes nos últimos tempos aqui, irá realizar-se na cidade de Curitiba entre os dias 15 e 17 de Julho, a primeira Convenção Internacional de Quadrinhos de Curitiba, a GIBICON, se bem que oficialmente será a edição número zero, como uma espécie de preliminar para os eventos que comemorarão em 2012 os 30 anos da Gibiteca de Curitiba, a mais antiga de toda a América Latina.

Evento que como também já anunciamos, contará com uma exposição dedicada ao TEX, contendo material enviado pela Sergio Bonelli Editore e terá inclusive a presença de Fabio Civitelli. Mas o consagrado desenhador italiano que esteve presente no 17º Fest Comix de São Paulo realizado em Outubro passado não será o único autor de Tex presente, pois podemos anunciar também a presença de Lucio Filippucci, vencedor do Prémio ANAFI como melhor desenhador em 2005 e que se estreou em Tex, depois de longos anos a desenhar Martin Mystère, ilustrando o Tex Gigante “Seminoles“ escrito pelo falecido Gino D’Antonio, história essa publicada na Itália em Junho de 2008.

Mas nem tudo são boas notícias, isto porque infelizmente e por motivos estritamente pessoais Giovanni Ticci e Ernesto Garcia Seijas que tinham aceite o convite para estarem presentes no evento curitibano, acabaram por ter que desistir da sua viagem, desiludindo com isto certamente muitos dos seus fãs que contavam ter o enorme prazer de os conhecer pessoalmente e de conviver com estes dois nomes da banda desenhada mundial. Mas de modo algum a sua desistência retirará brilho ao evento no que diz respeito a Tex até porque a organização de pronto encontrou uma excelente alternativa e para além disso podemos dizer já confirmada a realização de uma mesa redonda com os dois ilustres convidados (Civitelli e Filippucci) e com a presença do Julio Schneider, tradutor e consultor Bonelliano da Mythos Editora.

Quanto à mega exposição vinda da Itália sobre o TEX, será realizada no Memorial de Curitiba sendo inaugurada no dia 15 de Julho e junto haverá também uma exposição tributo ao TEX com trabalhos feitos por desenhadores nacionais.

Mas o evento de Curitiba não está, obviamente, somente relacionado com o nosso Tex e o blogue do Tex pode informar que estarão nesta primeira Convenção Internacional de Quadrinhos de Curitiba os desenhadores Joe Bennett, Eddy Barrows, Bá e Moon, Carlos Magno Ibraim Roberson Ivan Reis e Joe Prado. Quanto a grande homenageado da Gibicon Curitiba será o falecido desenhador Claudio Seto com uma Exposição intitulada Seto o Samurai de Curitiba a realizar no Museu da Fotografia, mas em breve o site da organização estará On Line trazendo todas as informações sobre este acontecimento que ficará registado a letras de ouro na história de Tex, por isso, fiquem atentos a www.gibicon.com.br e não deixem de prestigiar o evento, comparecendo em Curitiba entre os dias 15 e 17 de Julho.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens, clique nas mesmas)

sábado, 28 de maio de 2011

OS DANÇARINOS DE DOM PEDRITO

28 de maio de 2011
Sérgio Alves de Oliveira*

O orgulho do sistema foi acertado nos culhões quando seis ou sete jovens soldados do exército dançaram ao som do hino nacional em Dom Pedrito - RS. A “indignação” causada por esse fato foi parecida com a que ocorreu quando durante seus estudos, alunos da Academia Militar de Porto Alegre elogiaram Hitler, como estrategista militar.

Resta saber como esses fatos se comunicam e, caso afirmativo, em que dimensão. Ambos os fatos se deram com jovens militares. Os da Academia Militar quase foram linchados ao verem e escreverem as virtudes meramente militares do “Fuhrer”; os soldados gaúchos deram-se mal quando “inovaram” uma dança, apesar de estarem em serviço, ao som musical do hino nacional do Brasil, um dos “símbolos” da pátria, ao lado da bandeira.

Portanto: uns contaram os méritos daquele que perdeu a guerra e acabou erguido a demônio do sistema vencedor, apesar da justa condenação nas práticas desumanas que que Hitler ordenou e permitiu. Já os soldados dançarinos, inversa e exclusivamente aos olhos do Sistema, faltaram com o “respeito”a um dos símbolos nacionais.

Mas o elogio ao demônio e a atitude pouco respeitável ao hino são acontecimentos absolutamente normais na juventude que ainda não pegou os vícios petrificados dos generais, dentre os quais esconder a verdade e somente prestar continência ante os símbolos de um país que não deu certo e que ainda existe somente como obra de arte dos safados e cegos.

Os jovens militares falaram a língua do povo, apesar do entendimento contrário emprestado pela mídia servil ao Sistema. Duvido que os recrutas dançassem "funk" se fosse tocado o hino rio-grandense.

Em ambos os casos, quem pregou e prega moral, não tem nenhuma moral para pregar e deveria dirigir toda essa indignação e toda essa energia contestatória para os sucessivos e estarrecedores escândalos oficialmente acobertados. Como acabará essa história?

Certamente seu final será a condenação dos soldados e o “arquivamento” dos processos contra os corruptos.

*Sérgio Alves de Oliveira é autor de “A Independência do Sul” (Martins Livreiro Editor – 1986) e membro fundador do GESUL (Grupo de Estudos Sul Livre).

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O Grande Rei


Tex e seu filho Kit começam a investigar um caso de armas que chegam aos índios do norte dos Estados Unidos e descobrem que essas armas são fornecidas por um negro que os índios chamam de "O Grande Rei" e que seu objetivo é armar os índios para promover uma grande revolução contra os brancos.

Sabendo que uma revolução deste tipo acabaria com os índios, Tex decide visitar as tribos para convencer os grandes chefes a não aceitarem as propostas do Grande Rei, enquanto seu filho continua na pista dos traficantes.

Para conseguir o apoio dos Mohicanos, o grande Rei, numa manobra astuta, ordena que seus homens façam desaparecer o totem que estes dizem ser o Olho de Manitu, pois, uma vez destruído, os índios acreditariam que deveriam ficar do lado do Grande Rei.

Os homens a serviço do negro louco roubam e jogam num lago o totem. Assim que Tex chega à aldeia dos Mohicanos, descobre que o totem desapareceu e decide investigar, conseguindo depois recuperá-lo e convencer os índios a não se aliarem ao Grande Rei.

Enquanto isso, depois de muitos perigos e adversidades, Kit descobre quem são os traficantes, mas não sabe que haverá uma grande e emocionante batalha para a captura do Grande Rei.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Movimento promove Curso de Formação Política para região Oeste de Santa Catarina

Já está marcado para o dia 6 de agosto de 2011 a realização do Curso de Formação Política do Movimento O Sul é o Meu País para a região Oeste de Santa Catarina. O evento terá como local o município de São Miguel do Oeste e a programação será semelhante ao 1º Curso realizado em Navegantes no início deste ano, além de contemplar outros temas.

De acordo com o presidente do Movimento, Celso Deucher, a promoção de mais um Curso de Formação, desta vez no Oeste de Santa Catarina, vai beneficiar além daquela região, também as regiões fronteiriças dos Paraná e do Rio Grande do Sul, já que existem mais de 30 municípios que são bastante próximos. "Para aquela realidade preparamos um Curso especifico que vai abordar num primeiro momento as propostas defendidas pelo Movimento O Sul é o Meu País, para depois entrar na questão da necessidade e no papel das organizações municipais do Movimento, suas ações e metas a curto, médio e longo prazo. Num segundo momento, certamente na parte da tarde do dia 6 de agosto, vamos abordar a necessidade do Movimento lançar candidatos aos executivos e legislativos municipais. Faremos, juntamente com estas análises, um breve estudo dos partidos políticos brasileiros e as normas da legislação eleitoral para quem quiser concorrer nas eleições de 2012. Por fim, pretendemos delinear e debater com os participantes as estratégias de luta política do Movimento O Sul é o Meu País", explica Deucher.

A coordenação do evento está a cargo da direção do Movimento O Sul é o Meu País de Bandeirante, na pessoa do seu presidente Marcelo Alex Berti e desde já os interessados podem fazer suas inscrições pelo e-mail: marceloalexberti2009@hotmail.com ou ainda diretamente com a Comissão Nacional no e-mail: celsodeucher@hotmail.com Outras informações sobre o Curso serão repassadas nas próximas semanas.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Linchamento


Execução capital, não autorizada, por estrangulamento. A primeira aplicação dessa forma de “Justiça Espontânea” foi atribuída a Charles Lynch, da Virgínia, que fez enforcar os escravos negros fugitivos, quando o comportamento Oficial, dito pela Lei, lhe parecia muito lento e burocrático. No Oeste selvagem, onde o movimento de colonização precedeu a instauração de uma Autoridade central, o linchamento era geralmente o único e o mais eficaz método para punir os delinquentes. Em muitos casos, a mais próxima Corte de Justiça, encontrava-se a mais de 100 milhas de distância.

Prisões não existiam. Assim aos homens daquele tempo, o código de honra e a possibilidade de punir as violações daquele mesmo código mediante o ostracismo do criminal ou a sua execução capital, era tudo, portanto o que restava na espera que fosse instaurada uma Autoridade socialmente válida, e também nos casos no qual o direito vigente era considerado muito fraco ou indulgente, tomava-se a Lei nas próprias mãos, liberava-se com a força o homem custodiado pela Lei e o justiçava.

Geralmente eram os assassinos, os ladrões de gado e de cavalos. Normalmente a “Companhia da Gravata”, conduzia a sua vítima, com mãos e pés amarrados, na garupa de um cavalo, debaixo de um ramo de árvore, ou outra forca improvisada. Escutava-se o último pedido do desgraçado, ao qual se dava o direito de falar o que quisesse. O nó do laço era feito solidamente na corda. Em oposição a “Justiça dos Vigilantes”, que podia exercer tudo dentro da regularidade, o linchamento era um puro acto de violência por parte dos linchadores e não deixava nenhuma opção de fuga ao condenado. Na maioria dos casos, a vítima era verdadeiramente culpada do facto, mas houve também vários casos, com pessoas totalmente inocentes, que foram enforcadas.

Geralmente essas ocasiões serviam de grande humorismo aos presentes. O ladrão de cavalos Craig Matthews fumou um cigarro e colocou a pirisca em seu bolso, por puro nervosismo, causando verdadeiras gargalhadas dos seus linchadores. Em 1868 o pastor “Irmão Van” foi perseguido em plena pradaria, por um grupo de linchadores que estavam no rasto de um ladrão de cavalos. O homem afirmou de ser o conhecido “Irmão Van”, mas todos o consideraram um mentiroso e colocaram o laço em seu pescoço.

Somente no último instante, um dos linchadores recordou-se de ter ouvido, ao longe, certa vez o “Irmão Van” cantando, num coral. Ele convidou o ladrão de cavalos a cantar novamente aquela mesma canção. Então o linchador reconheceu a voz do pastor, o “Irmão Van”, e foi desamarrado e deixado livre, para alívio do indiciado. Duas horas depois, o “Homem de Deus”, viu o corpo de um enforcado pendurado numa velha árvore. Nunca foi apurado, se aquele fosse realmente o verdadeiro ladrão de cavalos, tão procurado.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Movimento ‘O Sul é o meu país’ faz pesquisa em Jaraguá

Integrantes defendem modelo que proporcione maior autonomia aos estados e municípios.

Publicado 20/05/2011 às 07:00:00 - Atualizado em 19/05/2011 às 20:08:28
http://www.ocorreiodopovo.com.br/politica/movimento-o-sul-e-o-meu-pais-faz-pesquisa-em-jaragua-5575704.html

O movimento ‘O Sul é o meu país’ fará consultas populares para saber como a opinião pública vê as propostas apresentadas pelo grupo.

A pesquisa será desenvolvida em cidades com mais de 100 mil habitantes, e o próximo município a receber a ação deve ser Blumenau, em agosto. De acordo com o coordenador do movimento em Jaraguá do Sul, Celso Orlando Pirmann, a mesma consulta deve ser realizada na nossa região. “Não somos um movimento radical, o que queremos é uma autonomia maior de cada Estado e município, a exemplo do que ocorre em países desenvolvidos como Estados Unidos, por exemplo. Propomos a descentralização dos poderes políticos e econômicos”, esclarece. Ainda de acordo com ele, pelo menos cem pessoas já aderiram ao movimento em Jaraguá do Sul.

No modelo sugerido pelo grupo, 60% de todos os impostos arrecadados ficariam no município e outros 40% seriam destinados ao Estado. Já o Estado, por sua vez, teria de repassar à União 40% de tudo que arrecadasse. “Não trata-se de discriminação com outros estados. Ganharíamos em agilidade e em poder de investimento para realizar as obras que necessitamos”, resume. Segundo Pirmann, hoje a região Sul recebe de volta somente 14% de todos os impostos que envia à União.

Para o sociólogo, Victor Danich, a proposta não é viável. “Para o nosso modelo político e econômico, é inviável. O problema do país é a má distribuição da renda, que está concentrada nas mãos de uma minoria. É isso que precisamos mudar”, opina.

Quem quiser conhecer mais sobre o movimento pode entrar em contato através do e-mail cp0564@hotmail.com ou através do site www.patria-sulista.org.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A Grande Sede


Em Phoenix, no Arizona, barragens, canais e rios desviados de seu curso natural subtraem preciosos recursos hídricos aos campos cultivados, em benefício da cidade grande, cada vez mais populosa e desenvolvida. Tex e Carson encontram-se assim a defender os agricultores indígenas da tribo dos Pima das agressões dos camponeses brancos, seus rivais. Mas o verdadeiro responsável por esta guerra entre pobres é Bill Lansdale, um especulador desonesto que fez de um bem público como a água um lucrativo negócio particular...

Nas terras áridas em torno de Phoenix, Arizona, Tex e Carson estão envolvidos em uma guerra pela água, entre lavradores brancos imigrantes e os índios pimas. A famosa represa do inescrupuloso Bill Lansdale vai ser inaugurada e terá início o “seqüestro” das águas dos pimas e dos pequenos lavradores. Mas Tex tem outras idéias e todos se surpreenderão com o final explosivo.

TEX-487 - A Grande Sede, 116 páginas, R$ 5,90, publicado em maio de 2010 pela Mythos Editora, medindo 13,5cm de largura por 17,7cm de altura. Texto de Manfredi, desenhos de Civitelli e capa de Claudio Villa. Editor: Dorival V. Lopes. Tradução: Paulo Guanaes. Letras: Marcos Maldonado.

TEX-488 - Jogos de Poder, 116 páginas, R$ 5,90, publicado em junho de 2010 pela Mythos Editora, medindo 13,5cm de largura por 17,7cm de altura. Texto de Manfredi, desenhos de Civitelli e capa de Claudio Villa. Editor: Dorival V. Lopes. Tradução: Paulo Guanaes. Letras: Marcos Maldonado.

domingo, 22 de maio de 2011

Brasil: "Pátria Madrasta Vil"

22 de maio de 2011

Esta redação corre os quatro cantos do mundo via internet e tem sido base de acalorados debates, já que foi uma das vencedoras de um concurso da UNESCO. A autora, Clarice Zeitel Vianna Silva, estudante de direito, 26 anos, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários e devido a profundidade das suas colocações o texto já foi inclusive publicado num livro da organização (disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001576/157625m.pdf).

Para ganhar um concurso deste naipe, alguma coisa de muito especial deve haver nas suas afirmações. Confira abaixo o que ela disse e reflita o quanto tudo isso tem haver com os ideais de um Sul Livre que defendemos.

"Patria Madrasta Vil"

Clarice Zeitel Viana Silva

Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência… Exagero de escassez… Contraditórios?? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.

Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.

O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada – e friamente sistematizada – de contradições.

Há quem diga que ‘dos filhos deste solo és mãe gentil.’, mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.

A minha mãe não ‘tapa o sol com a peneira’. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.

E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro PACote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra… Sem nenhuma contradição!

É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!

A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.

Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta – tão confortavelmente situadas na pirâmide social – terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)… Mas estão elas preparadas para isso?

Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.

Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?

Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos…

Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente… Ou como bicho?

sábado, 21 de maio de 2011

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pago Dileto

Pago Dileto

Os Monarcas

Eu parto por longos caminhos meu pai minha mãe atenção
Entendam a este pedido do filho do teu coração
Não vendam os bois da carreta criados com estimação
Não peguem as coisas que eu deixo guardadas no velho galpão

Não mexam na ponte da serra tem muitos bichinhos por lá
A toca do muro de pedra lembranças dos tempos de piá
Não quebrem os pés de pinheiro moradas de muitos irapuás
Não cortem as lindas palmeiras lugar do cantor sabiá

Não tirem o verde dos campos belezas que a muitos consola
Não colham as flores das matas as quais o perfume se enrola
Não deixem armar arapucas as aves não querem gaiolas
Seu canto nos traz melodias que rimam ao som da viola

Daqui alguns tempos Deus queira que eu volte sem mágoas e mais
Que eu possa abraçar novamente os velhos queridos meus pais
Que eu sinta meu pago dileto feliz a cantar madrigais
Que eu veja meu mundo de outrora com todas as coisas iguais

quinta-feira, 19 de maio de 2011

VII Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja’2011 (que terá um pin OFICIAL dedicado a Tex) é notícia no site da Sergio Bonelli Editore

O VII Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja’2011 a realizar na maravilhosa cidade alentejana que remonta à Idade do Ferro, entre os dias 28 de Maio e 12 de Junho de 2011, é hoje notícia no site da Sergio Bonelli Editore, na sua rubrica das notícias flash em primeiro plano integrada na secção Comics News.

Tal facto não é alheio à presença do consagrado desenhador Ivo Milazzo, um dos principais autores presentes no certame alentejano deste ano e que terá uma exposição individual onde não faltarão algumas páginas ORIGINAIS do seu Tex Gigante: Sangue no Colorado.

28 de Maio

Festival Internacional de Beja

De 28 de Maio a 12 de Junho, a cidade de Beja torna-se a capital portuguesa da banda desenhada, graças à sétima edição do Festival Internacional de BD de Beja, manifestação rica de exposições, encontros, workshops, concertos, projecções e apresentações que oferecem uma ampla panorâmica sobre a banda desenhada mundial.

Entre as exposições assinalam-se aquelas dedicadas a Ivo Milazzo, ao sérvio Aleksandar Zograf, ao inglês Liam Sharp, ao francês Loustal e aos talentos locais como por exemplo Ricardo Cabral, Fernando Relvas e Rui Lacas.

Para descobrir todos os apontamentos da manifestação, visitem o site oficial do evento: http://www.festivalbdbeja.net/

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A MARCHA DOS MENDIGOS

18 de maio de 2011

Celso Deucher*

Entre os dias 10 e 12 de maio passado prefeitos do Brasil inteiro arrancaram uns trocados dos combalidos caixas municipais para gastar em uma “marcha” até a metrópole da América Portuguesa. Foram mais de 4 mil mandatários municipais e outros milhares de legisladores locais que enveredaram-se até Brasília sem muito o que fazer e sem muito o que dizer, já que as questões cruciais para que o Brasil realmente seja um país “de todos” sequer foram aventadas durante o evento.

Nos nossos dicionários de língua portuguesa a palavra “Mendigo” é grafada e explicada como sendo “o indivíduo que vive em extrema carência material, não podendo garantir a sua sobrevivência com meios próprios”. Os prefeitos brasileiros, em relação a metrópole brasiliana e as entidades municipais que representam, não passam de Mendigos que vagam pelos escaninhos de Brasília de pires na mão. Maltrapilhos e sem um centavo no bolso, arrastam-se pelos palácios da metrópole em busca de migalhas “oferecidas gentilmente” pelo poderoso ou poderosa de plantão.

Nesta XIV Marcha a Brasília “em defesa dos municípios” os prefeitos, digo, “os mendigos”, apenas gastaram sola de sapato e o suado dinheirinho dos impostos municipais, pois absolutamente nada conseguiram. O resumo é de que tudo continuará como “dantes no quartel de Abrantes”. Brasília e suas quadrilhas organizadas jamais cederão a qualquer tentativa de tornar este amontoado de estados numa verdadeira federação. Ao menos isso alguém lá no meio da multidão alertou e na Carta final da Marcha o título faz uma tímida denuncia: “Brasil: uma federação incompleta”.

É tímida por que não dedica sequer uma linha sequer para ao menos tentar discutir esta aberração federalista imposta aos povos brasílicos. A Carta não uma palavra sequer sobre a autonomia real dos estados e municípios. Muito pelo contrario, afaga o ego das quadrilhas que comandam o saque do povo brasileiro: “Presidência da República, Congresso Nacional e especialmente os líderes partidários e às mesas diretoras do Senado Federal e da Câmara dos Deputados”.

É a esta gente que os mendigos foram ajoelhar-se e pedir encarecidamente para que defendam os municípios brasileiros. É como se as galinhas fossem “bater um papo” com as raposas pedindo encarecidamente que elas “cuidassem” do galinheiro, preservando a integridade física das penosas. Parece óbvio que nenhuma raposa vai se compadecer e aceitar a proposta. É isso que está acontecendo e hoje a qualquer horário que der na telha das raposas, elas continuarão assaltando o galinheiro e sem dó nem piedade, a matança continuará. É instinto.

Além de vazia e sem o menor nexo, a Carta da Marcha deixa claro que dentro dos municípios brasileiros há não apenas um bando de mendigos, mas também de covardes protetores do poder central. Chamar os prefeitos de covardes é ser parceiro, pois as palavras certas seria “criminosos mendigos”, já que quem não faz nada ao presenciar um crime, torna-se cúmplice.

Os prefeitos brasileiros tem contas a acertar conosco, cidadãos produtores das riquezas engolidas pela metrópole. Nós esperávamos muito mais destes cidadãos, legítimos representantes dos povos brasílicos. Nós esperávamos por exemplo que ao menos uma meia dúzia deles levassem faixas e cartazes denunciando esta farsa federalista onde estados e municípios não tem a mínima autonomia em relação ao poder central; Nós esperávamos que ao menos meia dúzia destes homens públicos organizasse um protesto lá no coração da metrópole denunciando este neocolonialismo existente na América Portuguesa; Nós esperávamos que estes prefeitos denunciassem esta aberração tributária que sanguinariamente arranca dos mais pobres quase 42% dos seus vencimentos... Esperávamos tanta coisa e nada aconteceu.

Esperávamos por exemplo que ao menos um prefeito “com aquilo roxo” subisse a um dos vários palanques espalhados pela Meca Brasiliana, para propor a inversão tributária (e conseqüentemente) deixando para os municípios 70% dos impostos arrecadados e mandando para o estado e para a uniãoos 30% restantes. Afinal, teria a seu favor o mais concreto argumento: é no município que vive os cidadãos geradores de toda esta riqueza. Mas não... Isto também não aconteceu...

O que aconteceu foi que chamaram as raposas para discursar e fazer comício dentro do galinheiro. E como as mais imbecis das galinhas acreditaram em tudo que Dilma Roussef e os nossos “honoráveis senadores e deputados” prometeram. Isso não tem perdão. Se fosse uma platéia formada por nós “povinho sem consciência” (como eles gostam de falar) seria, digamos, normal. Mas esta platéia que estava lá era para ser de gente politizada, consciente das suas obrigações. Homens da elite política nacional. Mandatários dos verdadeiros donos deste país: o povo. Nada... Calaram-se covardemente e aplaudiram a rouca voz das raposas que prometeram mundos e fundos, incluindo-se uma morte rápida e não dolorosa...

Aqui embaixo, na plebe, resta-nos a resignação e o sentimento de impotência diante de tudo isso. Resta-nos alimentar o sonho de liberdade... O sonho que aos poucos vai se tornando maior e tomando as ruas do nosso Sul. O sonho de um dia nos livrarmos deste sistema covardemente opressor... O sonho de o mais breve possível tornar o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul um verdadeiro país. Transformar nosso território numa grande Confederação Municipalista onde as riquezas fiquem nos seus locais de origem e sejam efetivamente investidas no bem estar do Povo Sul-Brasileiro. Afinal, falem o que quiserem, mas nós temos a obrigação de ter ao menos ter vergonha na cara e dar uma basta a Brasília.

Senhores e senhoras da Corte, saibam com todas as letras que os integrantes do Movimento O Sul é o Meu País já não sonham mais sozinhos...

* O autor é Jornalista, professor e presidente do Movimento O Sul é o Meu País e Secretário Geral do Gesul (Grupo de Estudos Sul Livre). E-MAIL: celsodeucher@hotmail.comEste endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo - SITE: http://www.patria-sulista.org BLOGS: www.celsodeucher.blogspot.com

terça-feira, 17 de maio de 2011

Pôster Tex Nuova Ristampa 162


Mais uma belíssima ilustração produzida por Claudio Villa para a galeria de Tex Nuova Ristampa, onde desta vemos Tex Willer no areal da baía de Portobelo (um dos mais importantes centros de recolha de ouro, prata e outros metais preciosos que os conquistadores apanhavam do México e do Peru) e com as ruínas do Forte Santiago de la Gloria ao fundo, lutando contra um índio da tribo Guaymi, que se aprestava para fugir de canoa após ter matado dois marines que escoltavam o fotógrafo O’Sullivan na visita ao forte.

Desenho INÉDITO em países lusófonos e inspirado na história “Il solitario del West” de Guido Nolitta e Giovanni Ticci (Tex italiano #250 a #252).

(Para aproveitar a extensão completa do pôster, clique no mesmo)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Arrocho fiscal ontem e hoje

“A história se repete, mas a força deixa a estória mal contada” (Humberto Gessinger)

Aproximadamente mil anos Antes de Cristo, o povo de Israel passou a ser governado por reis. Em 1.050 AC sobre ao trono o primeiro deles, Saul. Quarenta anos depois, assume o trono o lendário Rei David (do David x Golias), que reinou também por quarenta anos. Em 970 AC seu filho Salomão o substituiu, reinando até 931 AC. Este Salomão é aquele que foi considerado o homem mais sábio da Terra, o mesmo das “minas do Rei Salomão”.

Aproximadamente mil anos Antes de Cristo, o povo de Israel passou a ser governado por reis. Em 1.050 AC sobre ao trono o primeiro deles, Saul. Quarenta anos depois, assume o trono o lendário Rei David (do David x Golias), que reinou também por quarenta anos. Em 970 AC seu filho Salomão o substituiu, reinando até 931 AC. Este Salomão é aquele que foi considerado o homem mais sábio da Terra, o mesmo das “minas do Rei Salomão”.

Durante seu reinado, Salomão aumentou em muito os tributos cobrados do povo. Porém, como foi um reino de paz e prosperidade, o povo agüentou calado. Em 931 AC ele morre, e seu filho Roboão assume o trono. O povo, então, encabeçado por um líder de oposição chamado Jeroboão, vai até o novo rei e lhe pede que reduza os encargos, e eles lhe seriam fiéis aliados. O rei pediu-lhes um prazo de três dias para dar uma resposta, até porque ele não sabia exatamente o que fazer.

Durante o prazo pedido, o rei procurou os antigos ministros de seu pai, em busca de orientação. Eles o aconselharam a ouvir o povo, e assim os teriam fiéis durante todo o reinado. Em seguida, o rei chamou seus novos ministros, amigos de balada, de faculdade, e fez a mesma consulta. Eles o aconselharam a seguir direção oposta à dos antigos ministros, dizendo: “Meu dedo mínimo é mais grosso que os lombos de meu pai. (...) Meu pai vos castigou com açoites, eu porém, vos castigarei com escorpiões”. O rei optou pelo conselho dos mais jovens, e o resultado foi catastrófico: o reino de Israel acabou dividido em duas nações, e o líder da oposição, Jeroboão, assumiu o reino da parte dividida – curiosamente, a maior parte. Assim, a Roboão com toda a sua arrogância, restou governar um país bem menor do que o herdado de seu pai.

O que acontece em nossos dias não é diferente: os tributos sobem, sobem, sobem; quando vem um “super simples” com a promessa de diminuição da carga tributária, descobrimos que os tributos na verdade estarão subindo. E, quando o governo pode fazer algo para aliviar a carga do povo, decide manter a CPMF permanentemente.

É a história de três milênios atrás se repetindo... Ou o governo abre os olhos, alivia a carga tributária e todas as suas obrigações assessórias, ou não se sabe onde esta situação nos levará.

Um abraço, e até a próxima!

(Os fatos narrados constam na Bíblia Sagrada, no capítulo 12 do Livro das Crônicas dos Reis de Israel).

domingo, 15 de maio de 2011

sábado, 14 de maio de 2011

Referendo sobre independência da Catalunha

“A Catalunha organizará um dia um referendo sério sobre a independência mas neste momento o mais provável será a convocação de uma consulta sobre o pacto fiscal”, disse o ex-presidente da Generalitat (governo autônomo da Catalunha), Jordi Pujol.

Segundo ele, algum dia terá de realizar-se na Catalunha um referendo sério, porque agora estão sendo feitas consultas que não são um referendo. Não têm apoio oficial, financiamento, não têm reconhecimento, não são vinculativas. “Foram uma espécie de prova e muito importante, porque votou muita gente. Mas um dia será necessário fazer um referendo”, considerou o líder nacionalista catalão, que em junho completa 81 anos, numa referência às recentes consultas sobre a independência organizadas por grupos da sociedade civil.

Para ele, é possível que o referendo seja sobre o tema de independência, mas é possível que, previamente, seja convocado um referendo sobre certos aspetos da atual situação. “O atual presidente da Generalitat, Artur Mas, quer que seja feita uma consulta ao povo da Catalunha sobre a questão do que é designado por pacto fiscal”, disse Pujol em entrevista à agência Lusa e à margem das Conferências do Estoril, que debateram até sexta-feira os novos desafios globais.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Signo Da Serpente


Tex, seu filho Kit e Jack Tigre estão cavalgando ao noroeste da reserva navajo quando de longe enxergam o velho índio Ko-Hocei que escondera sob um punhado de terra um estranho amuleto: o signo da serpente, que consistia numa cascavel espetada numa flecha preta. Curioso, Tex descobre que Pah-uan, filho do índio encontrado, nunca mais voltaria à aldeia, pois havia sido designado para viver eternamente do reino de Mah-Shai, a poderosa feiticeira do Colorado, a senhora dos poderes das sombras.

Vendo que algo na história cheirava mal, Tex obriga o índio a falar e este lhe revela que cerca de três ou quatro vezes por ano é realizada uma cerimônia religiosa durante uma noite inteira. Ao amanhecer, em frente de uma das tendas da aldeia estará o signo da serpente e aquele que encontrar o signo deverá mandar um de seus filhos mais jovens na direção do sol poente. O filho predestinado deverá levar o signo na mão e víveres para uma longa viagem e daquele instante em diante nunca mais voltará à aldeia. Já o pai do jovem desaparecido, ao nascer do novo sol, deverá seguir a pista do filho até encontrar o signo de Mah-Shai e depois de tê-lo queimado, poderá voltar para junto dos seus, onde, daquele instante em diante, gozará do favor do curandeiro e passará a fazer parte do conselho dos anciãos.

Tex resolve investigar, descobrindo que Mah-Shai usava os rapazotes para fazê-los descer por uma corda na terra do abismo, uma fenda no chão localizada na Vale dos Grandes Ossos, fenda que conduzia a um lugar subterrâneo onde havia feras pré-históricas e onde nascia a flor da magia que a tornava poderosa. Os rapazotes desciam e coletavam as flores, colocavam na cesta e esta era içada por Mah-Shai, que, retirando a corda, condenava os jovens índios a nunca mais voltar.

Tex, Tigre e Kit seguem a trilha de Mah-Shai e depois de derrotar a feiticeira, resolvem seguir a pista das terras do abismo, na tentativa de salvar os jovens indígenas que foram condenados a habitar na misteriosa fenda. Mas acontece que, descendo os três nas terras do abismo, não tardam a encontrar uma estranha e gigantesca criatura que, mortalmente ferida pelos tiros de suas Winchesters, enrosca-se na corda pela qual os três desceram, rebentando-a e condenando também nossos três heróis a não mais voltarem das terras do abismo, pois além de lutarem contra as terríveis feras, ainda terão que lutar com todas as suas forças contra os makandras, o povo do abismo...

TEX 001 - O Signo da Serpente, 2ª edição, editada em abril de 1977, 132 páginas, Cr$ 6,00, publicada pela Editora Vecchi, medindo 13,5cm de largura por 17,7cm de altura. Texto de G. L. Bonelli e desenhos de Aurelio Galeppini. O número 1 da primeira edição saiu em fevereiro de 1971

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Separatistas da Escócia obtêm maioria no Parlamento

Segundo a Agência de Notícias Folhapress, o Partido Nacional Escocês, que defende a independência da Escócia do Reino Unido, foi o grande vencedor das eleições para o Parlamento local. Passou de 46 cadeiras para 69, de um total de 129. É a primeira vez que um partido separatista consegue a maioria das cadeiras desde que o Parlamento escocês foi criado, em 1999.

O resultado dá ao SNP (sigla do partido em inglês) condições de aprovar a realização de um referendo sobre a independência daquele território. A Escócia é parte do Reino Unido, como Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte e os separatistas escoceses mantêm uma luta pela independência que já dura muitos anos.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Pôster Tex Nuova Ristampa 161


Nesta ilustração saída do gênio criativo de Claudio Villa vemos Tex Willer no interior de uma elegante mansão no centro de Cartagena, Colômbia, onde o cônsul americano recebia personalidades da cidade, esmurrando um oficial do exército colombiano que anteriormente tinha insultado os Estados Unidos da América denominando o país yankee como sendo uma nação de vaqueiros e habitada por um bando de selvagens… a partir da reacção de Tex desencadeou-se uma briga que assumiu dimensões gigantescas envolvendo até pessoas mais respeitáveis que estavam presentes.

Desenho INÉDITO em países lusófonos e inspirado na história “Il solitario del West” de Guido Nolitta e Giovanni Ticci (Tex italiano #250 a #252).

Resenha publicada originalmente em: http://texwillerblog.com/wordpress/?p=27501

(Para aproveitar a extensão completa do pôster, clique no mesmo)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Blumenau vai fazer Consulta Popular sobre aprovação da proposta de um “Sul Livre”


10 de maio de 2011

Uma das decisões da reunião ocorrida na última terça feira, dia 3, em Blumenau é a realização de uma consulta popular para saber da atual situação da proposta de um Sul Livre no município. Entre as diversas idéias debatidas na reunião, as que devem ser realizadas ainda este ano são a Consulta Popular e a organização do Movimento nos bairros da cidade. Sob a coordenação de Ana Maria de Campos Lima Garcia, a consulta deve acontecer até o mês de agosto, bem como desde já estão sendo feitos esforços para buscar representação em cada um dos bairros do município.

De acordo com o presidente do Movimento O Sul é o Meu País, Celso Deucher, que esteve na reunião, a Consulta Popular é na verdade uma pesquisa de opinião feita através de métodos científicos, tanto na captação dos dados, como na catalogação dos mesmos. “A proposta é simples: saber qual é nossa aprovação e qual nossa rejeição em Blumenau. Para isso, temos que pesquisar de maneira correta, pois não tem sentido a gente fazer um trabalho destes e ao final não saber se os números estão corretos ou não. Esta pesquisa é interna, para nós e não podemos mentir para nosso próprio grupo”, disse ele.

A Comissão Nacional do Movimento O Sul é o Meu País prepara as bases do que vem sendo chamado de “Plebiscito Alternativo” em todas as cidades Sulinas. Com esta ação pretende fazer uma ampla pesquisa nos municípios e ao final divulgar os números para a população. “O Plebiscito vai ser feito dentro de padrões rígidos da técnica de pesquisas de opinião, pois queremos que as pessoas e entidades que vão ser nossas parceiras, confiem na opinião que as ruas vão nos fornecer”, enfatiza Deucher.

Ainda de acordo com Deucher a Consulta que será feita em Blumenau tem apenas uma pergunta e três opções de resposta. É a mesma pergunta que vem sendo feita pelo Gesul (Grupo de Estudos Sul Livre) desde a década de 1990: "Se o governo federal do Brasil permitisse um plebiscito para separar a região Sul, você seria:1) Favorável; 2) Contra; 3) Não sabe/Não tem opinião formada. "É uma ação demasiadamente simples que pode ser realizada por apenas quatro pessoas. Porém, para buscar maior representatividade, um grande grupo pode pegar um sábado de manhã e ir para o centro da cidade e colher as opiniões nas ruas", dizo presidente.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sergio Bonelli entrevistado por Sette, o magazine do periódico italiano Corriere della Sera


Sergio Bonelli, 78 anos, editor e argumentista, é meio-irmão de Tex (criado pelo seu pai Gian Luigi), criador de Zagor e Mister No e editor de Dylan Dog, Martin Mystère e Nathan Never. Na prática é a encarnação da banda desenhada na Itália. Encontro-o em Milão. Primeiro na redacção da sua editora que porta o seu nome, onde as paredes são revestidas de páginas e desenhos maravilhosos (de Galep a Hugo Pratt, passando por Magnus), e depois no seu apartamento: a biblioteca está cheia de volumes histórico-geográficos, existem revistas de banda desenhada a despontar de cada canto («Aqueles de Cino e Franco tenho mais cópias, mas admito não ter todos os originais de Tex»). Os quartos estão invadidos por estátuas em forma de crocodilo. «Desde quando se soube que eu aprecio estes animais, não me presenteiam outras. É uma condenação».

Uma outra sanção é infligida a Sergio Bonelli cada vez que entra num restaurante próximo de sua casa. Os empregados, mal o vêm, disparam a chalaça: «Para o senhor imagino que deseje um bife com três dedos de altura e uma montanha de batatas fritas». É o menu clássico de Tex. Ementa essa que também se encontra no volume Tex Willer. Il romanzo della mia vita: uma espécie de biografia do herói escrita por um dos argumentistas do Ranger (Mauro Boselli) e recentemente publicado pela Mondadori.

Sergio Bonelli tem a fama de ser antipático («Talvez qualquer um inveje o facto de eu me ter tornado rico à custa da banda desenhada»), mas na realidade é simplesmente ultra-genuíno. Responde desde há anos a todos os leitores, ma resmunga quando confrontado com certas questões. Por exemplo àquela do taxista que me levou à sede da editora: «Porque Zagor não tem filhos?». A réplica é acompanhada da simulação de um estridor de dor: «Porque sim. Outra pergunta clássica é: porque parece que as balas de Tex nunca acabam?». Sim, porquê? «Digamos de uma vez por todas: as personagens bonellianas pertencem a uma associação com regras. Regra número um: Tex recarrega as pistolas entre uma vinheta e outra». Entre as regras também deveria constar aquela de não perguntar mais se Tex é da direita ou da esquerda. Assim sendo, vou seguir as normas à letra.
Partindo de um pequeno teste:

Senhor Sergio Bonelli, como se pronuncia Groucho, o nome do assistente de Dylan Dog? Grucio o graucio?
«Grucio».

E o apelido Willer, viller o uiller?
«Uiller. Os contemporâneos do meu pai diziam viller».

É verdade que Tex Willer se deveria chamar Tex Killer?
«À minha mãe, a editora na época, pareceu excessivo».

Tex o vingador justo.
«Os leitores já viram de tudo».

Um pouco fascista e um pouco liberal.
«Consideravam-no de direita porque ameaçava os bandidos sem esperar o processo. Ou de esquerda porque odiava os bancos».

A verdade está no meio?
«A verdade, por exemplo, é que também o meu pai odiava os bancos, mas porque tinha estado um belo período à espera de um simples empréstimo bancário e não havia meio de lhe concederem o empréstimo».

Tex é o primeiro cowboy amigo dos índios. Torna-se inclusive chefe dos Navajos com o nome Águia da Noite.
«Não creio que o meu pai o tenha pensado por motivos ideológicos. Era um estratagema narrativo: o amigo branco dos índios. Um pouco salgariano».

Tex num episódio recente teve que se haver com o problema da água, e descobriu-se que para ele deve ser pública. Nathan Never é um paladino verde. Dylan Dog numa história totalmente realizada por senhoras diz: «A precariedade é o verdadeiro pesadelo». A sua sensibilidade de editor deve inclinar-se por força com estas tomadas de posição.
«Sim, um pouco. Mas são elementos inseridos habilmente. Eu informo-me».

Em que senso?
«Até há pouco tempo atrás eu frequentava os locais dos jovens para estudá-los, ouvi a sua música, vi os seus filmes. Eu queria sentir as suas tensões. E empregá-las nas minhas revistas».

Para prender as atenções dos jovens não seria mais fácil comercializar um jogo de vídeo de Nathan Never ou um álbum de cromos (ou também um jogo) de Martin Mystère?
«Eu sempre me recusei a isso. Eu faço banda desenhada. De papel. E depois o nosso público não é assim tão jovem».

Qual é a idade média dos vossos leitores?
«Não creio que existam com menos de 17 anos».

Mas poderia fazer um desenho animado.
«De Tex? Mai. Talvez Zagor fosse mais adequado».

Porquê?
«Porque tem um lado cómico».

Zagor è uma sua criatura. É uma personagem que parece ter uma psicologia mais complexa respeitante a Tex. Isso levanta dúvidas…
«Eu e o meu pai éramos muito diferentes. São-no também as nossas personagens».

Seu pai sempre se opôs a inserir cenas cómicas nas aventuras de Tex.
«Sim. Mas eu que me ocupava da editora sabia que Capitan Miki e Bleck Macigno, adversários de Tex nos quiosques, vendiam o triplo também porque tinham formidáveis tiradas cómicas».

Foi por esse motivo que quando em 1961 o senhor cria Zagor junta-lhe o pançudo Chico?
«Sim. Mas Zagor nasce também de outra exigência: compreender se o trabalho dos argumentistas valia todo o dinheiro que eu lhes dava».

O senhor como argumentista sempre assinou como Guido Nolitta.
«Para não criar confusão com o meu pai, que à banda desenhada dedicou toda a sua vida».

Quantas revistas vende hoje a Sergio Bonelli Editore?
«No mês de Julho, que é o mais florido, cerca de 900 mil. Há alguns anos atrás chegávamos a atingir a quota 3 milhões. Falamos de uma vintena de personagens…».

A banda desenhada está em crise?
«Está nas trincheiras. Primeiro a televisão. Depois os jogos electrónicos, os telemóveis… Entretenimento fácil para os rapazes de hoje. Imbatível. A banda desenhada por sua vez necessita de silêncio e concentração. Quem faz quadradinhos está destinado a uma batalha de retaguarda. Mas isso é um problema de quem virá depois de mim».

Quem virá depois do senhor?
«O meu filho Davide, que tem quarenta anos».

O seu maior erro como editor?
«Meter em circulação demasiadas séries. Cinco teria sido o suficiente».

Quais?
«Tex, Zagor, Ken Parker, Martin Mystère e Dylan Dog. Tex e Dylan permitem a todos os outros de continuarem».

Não colocou na lista o seu segundo “filho”: Mister No.
«A ideia de Mister No ocorreu-me durante as minhas viagens à Amazónia e após ter conhecido um piloto americano no México. Encerrei-o há alguns anos atrás. Vendia nessa altura vinte e três mil exemplares por mês».

Uma série de banda desenhada que vende uma cifra dessas é cancelada?
«Se és um editor que paga bem aos seus desenhadores sim. Eu pago-os bem e respeito-os. Inclusive porque convivo com eles desde que nasci».

Quando começou a trabalhar no mundo da banda desenhada?
«Súbito. O meu pai no pós-guerra tinha trocado a minha mãe por uma outra companheira. E a minha mãe, dona de casa, tinha fundado uma pequena editora da qual o meu pai tinha se tornado um dos principais autores. Na prática fomos a primeira família alargada de Itália».

Unidos pela banda desenhada. E por Tex, que nasceu em 1948.
«No início eu fazia de tudo. Inclusive o mensageiro: partia de Milão numa lambreta para ir buscar à Ligúria as páginas originais de Galleppini para Tex».

Nos anos Cinquenta torna-se editor. Existe alguma personagem de banda desenhada criada por outros que gostaria que fosse sua?
«Com Hugo Pratt, que era um amigo, falamos amiudadamente de Corto Maltese. Mas é um bem não ter existido um acordo. Teríamos brigado».

Um desenhador que gostasse de acolher na sua equipa?
«Entretanto está para estriar entre nós Carlos Gomez, o autor de Dago. Desenhará um volume de Tex Gigante. Para além dele, cortejo há anos, tendo-se agora tornado um jogo amigável, tanto Paolo Eleuteri Serpieri, desenhador de Druna, quanto Moebius».

Moebius é uma lenda da banda desenhada de autor.
«Seria um porta-estandarte. Mas esta distinção entre banda desenhada popular e banda desenhada de autor todavia sempre me fez rir. O que quer dizer “de autor”? Mais fastidioso?».

Perguntas finais: jantava com o inimigo?
«Por trabalho janto com qualquer um, inclusive com os intelectuais que anos atrás me repreendiam por infestar os quiosques com a minha banda desenhada».

Não o censuram mais?
«Não. Agora é chique ler banda desenhada. E muitos até fingem serem fãs».

O nome de um político verdadeiramente apaixonado?
«Sergio Cofferati. Uma vez veio à editora por causa de um programa televisivo. Fiz-lhe um exame. É realmente um perito».

A escolha que lhe mudou a vida?
«A mudança do formato de Tex nos anos Setenta: do exemplar em tiras para caderno. Houve um ponto de viragem nas vendas que trouxe um pouco de riqueza. Formato este que se tornou um modelo usado por todos. Chamam-no “bonelliano”».

O que o senhor vê na TV?
«As partidas de futebol e os documentários no History Channel».

O livro?
«Lo straniero de Camus. Conheço-o quase de memória».

A canção?
«I am easy de Keith Carradine».

O filme preferido?
«Entre as comédias Salvate la tigre, entre os western Nessuna pietà per Ulzana, e em absoluto Orizzonti di gloria de Stanley Kubrick que revejo todos os meses».

Já viu o filme de Dylan Dog?
«Ainda não».

Colaborou na realização da película?
«Não. Cedemos os direitos há uns quinze anos atrás. A operação agora tem pouco senso. Até porque na Itália Dylan Dog caiu de 500 mil cópias para 160 mil».

Conhece os confins da Líbia?
«Infelizmente só os confins. Passei meses nos desertos saarianos que circundam aquele país. Mas na época não se podia entrar. Gostaria de poder ver as pinturas rupestres de Akakus».

Sabe quanto custa um litro de leite?
«Não tenho a mais pálida ideia».

Sabe o que é o Twitter?
«É algo relacionado com a Internet? Eu não possuo sequer um endereço electrónico. Certas coisas considero-as perigosas».

Qual é o artigo doze da Constituição?
«Boh».

É aquele que descreve o Tricolor. A Itália tem cento e cinquenta anos: para o senhor o Tricolor é…
«Eu gosto da ideia que representa. Dá um tom de unidade a um povo heterogéneo. Testemunha que tentamos».

Porque os heróis de banda desenhada da sua editora nunca são italianos?
«Haveria contínuos protestos da parte dos leitores sobre a verosimilhança das aventuras. E depois no México ou na Amazónia pode-se fazer a imaginação voar».

Na Itália, a realidade supera a fantasia. O bunga bunga…
«É verdade. Mas uma banda desenhada com esse material seria muito aborrecida».

Entrevista publicada no magazine italiano Sette e apresentado no site www.vittoriozincone.it;

Fotos de Marco Andrea Corbetta e Moreno Burattini

Copyright: © 2011, Sette; Corriere della Sera e Vittorio Zincone

(Para aproveitar a extensão completa das fotos acima, clique nas mesmas)

domingo, 8 de maio de 2011

Marcas Do Tempo

Marcas Do Tempo

Os Serranos

Veio de antanho este meu canto campeiro
Vem relembrando toda a força deste chão
Marcas do tempo forjadas a ferro e fogo
Que bem cravadas são raízes no rincão
Do teu passado marcado de sangue e poeira
Ficou a honra e o poder de tua glória
O amor a terra foi deixado como herança
Marcas do tempo escritas na nossa história

Chora a cordeona no balanço da vaneira
Na melodia que irmana o nosso povo
Marcas do tempo que tocam fundo na alma
Herança chucra que nos faz cantar de novo

Da minha garganta vão brotando pampa e serra
Que são vertentes da nossa raça xirúa
E o vento xucro segue espalhando meu canto
A todo aquele que tem o sangue charrua
Povo heróico desta nação riograndense
Do gesto amigo da cuia de mão em mão
Do fogo grande nas madrugadas campeiras
Marcas do tempo gravadas no coração

sábado, 7 de maio de 2011

Forte Apache


Tex é chamado ao Forte Apache onde recebe a missão de desmantelar um grupo de apaches rebeldes que contam com a liderança de Matias, um experiente guerreiro, profundo conhecedor de todo território apache e que anteriormente havia lutado ao lado de Gerônimo, o mais famoso guerreiro apache de todos os tempos. Prevendo um difícil confronto com os índios, Tex pede auxílio aos seus amigos de outras aventuras e convoca o irlandês Pat Mac Ryan, o canadense Gros-Jean e o casaca-vermelho Jim Brandon, para assim junto com Kit Carson, Kit Willer e Jack Tigre formarem um pequeno, mas eficiente grupo que tem como objetivo destruir o bando de Matias.

Tex recebe do comandante do Forte Apache várias informações úteis sobre o bando de apaches e entre elas a confirmação de que Matias tem cúmplices brancos, os quais passam dicas e armas que facilitam as incursões dos apaches contra os colonos e pequenos povoados indefesos. Depois de reunir todo o grupo de companheiros, Tex traça um plano de ação cujo primeiro passo é capturar e interrogar os informantes de Matias.

Através de Kit Carson e Kit Willer, Tex recebe de Cochise (chefe supremo dos Apaches Chiricahuas) várias informações úteis sobre Matias e seu bando. Cochise estava bastante preocupado com as ações de Matias, pois alguns jovens guerreiros de sua tribo, iludidos com as vitórias iniciais do bando de apaches, já manifestavam vontade de se unir aos rebeldes.

Alem dos cúmplices brancos, Matias contava também com a ajuda do mestiço Silver, um batedor do Forte Huachuca, que uma vez infiltrado entre os soldados da cavalaria, passava todas as informações para os rebeldes apaches, que assim sempre escapavam das perseguições do exército americano. E é justamente este traidor que Tex usa como isca para lhe indicar onde é o esconderijo secreto de Matias, situado do México, onde a cavalaria americana, por estar atrelada a regulamentos, não tem acesso.

Depois de muitas idas e vindas e capturados todos os cúmplices de Matias (além de destruir os seus covis), Tex ataca a aldeia apache e arma uma cilada para Matias. Mas daí resulta uma sangrenta batalha às margens do Rio Bravo, onde muitos corpos ficarão estendidos sob o sol e onde o sangue tingirá de vermelho as águas do famoso Rio Grande. E o pior: por mais bravos e corajosos que sejam, Tex e seus seis companheiros não conseguirão livrar-se sozinhos dos sobreviventes do bando... Mas quem poderá ajudá-los?

TXCL-003 - Forte Apache, editada em dezembro de 1992, 116 páginas, Cr$ 20.000,00, publicada pela Editora Globo, no mesmo formato dos originais italianos, medindo 14,7 cm de largura por 21 cm de altura, com texto de G.L. Bonelli e desenhos de Aurelio Galeppini.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Ignorância e Cultura


Ignorância e Cultura

Gildo De Freitas

Composição: Gildo De Freitas

O meu país é rico de estudo,mas já foi pobre pela minha infância
Aquele tempo só apreciavam os que apelavam para a ignorância.
Eu roí junto esse mesmo osso, falo e não nego que eu sou muito franco
Até as moças escolhia o moço que brigasse a bala ou a ferro branco

(Era rapaziada, e o índio tinha que abrir talho de caber quarenta rapadura dentro
pra ficar simpático pras raparigas)

Ganhando a briga ficava famoso e de importância pra uma rapariga
Morria velho, solteiro e nervoso se fosse medroso pra entrar na briga.
Naquele tempo era lei do meu pago como um ordeiro eu obedecia
Não tinha instinto de matar ninguém, mas batia bem quando aparecia

(Há,Há é, e se não batesse eles batiam ué).

Num certo baile tocavam sanfona e eu dedilhava no meu violão
Pisquei o olho pra uma certa dona e ali no mais deu-se a confusão
O dono dela andava por ali e a muito tempo vinha desconfiado
Me gritou logo a branca vai pra ti e já me trouxe meio atropelado

( Tivemo sorte que puxemo junto a nossas adaga velha da cintura,
Apartaro a briga, os nossos bons amigo, mais eu levei comigo aquela criatura)

Eu até hoje para um tiro alvo eu me garanto no cabo do bérro
Jogando as vida saio são e salvo, puxo o pinguel e já sei que não erro
Porém eu peço pra Deus me ajudar pra eu não puxar nunca do gatilho
Pra não dar luto a uma mãe querida que eu tirasse a vida do seu rico filho

(A valentia é um orgulho, vamo encerrá na paz de Deus, rapaziada)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Amor pela sua terra natal


03 de maio de 2011

No Brasil existem milhares de adeptos do fascismo e até daqueles que pregam o retorno da ditadura militar e não é por isso que podemos dizer que o povo brasileiro é totalitarista e que se acha melhor que os outros por qualquer razão. Isso é generalização, e peca por ser exceção.

É desprezível pré-conceituar como fascista qualquer manifestação de apreço pela região Sul, ou por São Paulo, ou pela Bahia, ou seja lá por qual estado ou região for. Não é errado ter orgulho do seu chão, das suas origens, do sangue e suor que seus antepassados derramaram nessa terra para que hoje por aqui existam cidades que são o lar de inúmeras famílias oriundas dos mais diversos confins desse mundo.

A mídia "globoalizada" trabalha sistematicamente para que se fixe na mente da população a aversão ao sentimento de nação e o desrespeito aos valores basilares da família, errada e negativamente associando isso ao fascismo. Fazem isso porque a raiz política do fascismo foi desvirtuada por grupos imbecis que no passado tomaram o poder e por seus condenáveis atos até hoje são exemplos de vergonha para a raça humana.

Isso não deve ser associado a um sentimento legítimo de orgulho e devoção a sua terra. Se me perguntam quem eu sou eu digo: Pedralli, de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná o melhor lugar do mundo. A grandeza do sentir cala mais fundo. Ademais, como o bom e velho ditado já dizia: sobre política, religião e futebol não se discute. Aliás, não se discute, mas cada um é livre para expor seu ponto de vista.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Pôster Tex Nuova Ristampa 160


Nesta histórica ilustração de Claudio Villa vemos Tex Willer, Kit Willer, Jack Tigre e Kit Carson serem imortalizados pela máquina fotográfica do pitoresco e extravagante “caçador de imagens” Timothy Henry O’Sullivan, o simpático fotógrafo encontrado por Tex no decurso de uma aventura que tem por fundo a floresta tropical em que será “aberto” o Canal do Panamá.

Timothy Henry O’Sullivan é uma personagem realmente existente. Nascido em 1840, foi um pioneiro da fotografia: sobretudo daquela de carácter histórico, antropológico e geográfico. Imortalizou a Guerra da Secessão, seguiu diversas expedições científicas e carregou realmente o seu equipamento fotográfico na selva de Darién, documentando, entre mil dificuldades, o reconhecimento sobre o local do futuro Canal. Mais tarde, retornou ao Oeste, para fotografar os índios, os canyons e os desertos. O frio extremo das Montanhas Rochosas e o calor tórrido do Vale da Morte tiveram decerto a ver com o seu físico tenaz mas frágil: O’Sullivan morre em 1882, somente com quarenta e dois anos.

Desenho INÉDITO em países lusófonos e inspirado na história “Il solitario del West” de Guido Nolitta e Giovanni Ticci (Tex italiano #250 a #252).

(Para aproveitar a extensão completa do pôster, clique no mesmo)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Liberdade

Liberdade

Moacir D'Avila Severo

Sou sede de tanta gente
Por este mundo sem fim,
Sou clamor dos sufocados
Que acham falta de mim.

Dos negros estive ausente.
Isabel me fez direito,
Mas não cheguei totalmente
Por causa dos preconceitos.

Sou causa dos desabafos
Dos que me buscam nas violas.
Sou o anseio dos pássaros
Que se batem nas gaiolas.

Se eu sou razão do trabalho
Pra ser lazer no descanso,
Para os que remam na vida
Me torno a paz de um remanso.

Por mim já houve batalhas
Nesta pampa-continente,
Onde heróis a ferro e sangue
Plantaram minha semente.

E se sou razão de guerra
E encorajo até o covarde,
Ninguém vai morrer de sede
Sendo sede de liberdade.

domingo, 1 de maio de 2011

Kiowas

(Tépda = nome do Dakota), (Wetapahatoes = “O Povo das Colinas da Ilha”), (Quichuana, Dtamis, (Wita Patu = termo usados pelos Cheyennes), (Manrhoat =Inglês).
Família linguística dos “Uto-Atzechi”, enxotados pelos Shoshones do extremo noroeste para as planícies do Norte, e pelos Sioux e dos Cheyennes, enxotados aos poucos para o Sul, até que chegassem em 1830 nas Staked Plains, Texas setentrional, Oklahoma sul ocidental e New Mexico norte oriental. Desde o primeiro contacto com 200 soldados Americanos comandados pelo coronel Dodge, o cacique “Teh-toa-sah”(Inglês = Dohasan), firmou com os EUA um pacto de paz “Eterna”. George Catlin, o pintor de índios, descreveu os Kiowas, assim: “Eles possuem um aspecto mais nobre que os Comanches ou os Pawnee. São grandes, longilíneos, erectos e usam cabelos longos, às vezes até os pés. Possuem um perfil clássico-romano”. Os Kiowas eram um povo de cavaleiros, que viviam da caça de bisontes e comércio de cavalos selvagens. Em 1837 foi estipulado o primeiro tratado de paz com os EUA em Fort Gibson, que valia aos Americanos de atravessarem os seus territórios de caça e permitia também a paz com o México e o Texas. Em 1840 eles concluíram a paz com os Cheyennes, Araphoes e os Comanches, uma paz que não foi jamais violada e que constituiu uma barreira válida contra as tribos das pradarias que avançavam para o ocidente e os Sioux que os arrastavam para o sul, mas também contra a invasão dos brancos e de seus Exércitos. Enquanto os Kiowas gozavam de fama junto aos Americanos de gente “Pacífica e Leal”, os Texanos os pintavam como “Falsos e Invejosos”. Certo é que o Texas tinha uma política brutal contra qualquer espécie de Índio, voltada especialmente para a sua aniquilação total, o que conduziu ambas as partes num recíproco e profundo ódio. Somente os cowboys constituíam uma excepção e isso permitia a eles de viverem pacificamente com os Kiowas e Comanches. De 1740 até 1840 os Kiowas viveram o seu chamado “Século de Ouro”. Mas depois iniciaram-se as grandes mudanças das populações brancas através da pista de Santa Fé (1836/1850), para a corrida do ouro da Califórnia (1849), as minas de prata do Colorado (1859) e as grandes pradarias do sul onde se praticavam enormes e exterminadoras caças aos bisontes (1864) transformando o local e a maneira de viver a vida dos Índios. Inumeráveis e sangrentas agressões aconteceram. Em 1859, após uma expedição punitiva dos EUA, foram confinados numa Reserva ao norte de Oklahoma. No início da Guerra Civil, voltaram aos seus territórios de caça. Em 1863 a tribo a cavalo dos Kiowas, dos Apaches-Kiowas, dos Comanches, dos Cheyennes e dos Araphoes, tinham reconquistado a sua hegemonia nas pradarias. Em Outubro de 1864 eles atacaram o Fort Murphy, Texas e a região em volta de Elm Creek, nesse acontecimento, muitos brancos foram mortos. O coronel dos EUA, Chivinton, vindicou-se com o massacre de Sand Creek com a ajuda de Kit Carson, perto de Adobe Walls, assim que em 1866 eles foram mandados para a Reserva de Oklahoma. “Naquele mesmo ano morreu o cacique “Dohasan”, a tribo dividiu-se em pequenos grupos de guerreiros, comandados por “Satanta”, “Lone Wolf” e “Kicking Bird”, e cada qual conduzia sua guerra própria. Debaixo da ameaça dos canhões eles retornaram à Reserva em 1867. Mas não durou nem um ano e os grupos com seus caciques, escaparam novamente e atacaram caravanas e centros habitados. O general Custer e o Sétimo Regimento de Cavalaria, aniquilaram os Cheyennes em Washita e mais tarde capturam os caciques “Satanta” e “Lone Wolf”. Esses caciques foram ameaçados de enforcamento se os Kiowas não se rendessem. Mas após a “Dança do Sol” em Maio de 1869, eles abandonaram novamente a Reserva e uniram-se aos “Comanches-Quahadi”, que combatiam contra o Exército, os caçadores de bisontes e os colonos. As agressões concentravam-se no Texas norte ocidental, o eterno inimigo. Em 1870 voltaram novamente à Reserva, onde encontravam-se 896 Kiowas, 300 Apaches-Kiowas, 2.742 Comanches e 1.000 Comanches-Quahadi. Mas, pequenos bandos guiados por “Lone Wolf”, “Satanta” e “White Horse”, continuavam combatendo para abandonarem a Reserva, atacando centros de colonos no Texas e reentravam em seguida. Em 1871, após que uma caravana foi atacada no Texas norte ocidental e alguns Texanos foram mortos, “Satanta”, “Big Tree” e “Satank” foram presos e mantidos prisioneiros na Reserva e depois acorrentados, conduzidos ao Texas. Durante a viagem o cacique “Satank” foi morto enquanto tentava escapar, “Satanta” e “Big Tree” foram para diante da Corte de Jacksboro, Texas e condenados à morte. Na prisão Estatal de Huntsville, Texas, a condenação deles foi modificada para prisão perpétua, pelo governador, mas em 1873 eles foram libertados, para que voltassem às suas tribos. Mas mesmo assim foi impossível impedir aos Kiowas de unirem-se em pequenos grupos, aos Comanches que continuavam penetrando no Texas e de participarem de novas agressões, como aquela conduzida pelos Comanches em Adobe Walls, com o comando de “Quannah Parker”. Então o general Nelson A. Miles foi ao acampamento dos caçadores de bisontes e notou que eles haviam decapitado os Índios e empalado suas cabeças em cercas. Somente em 1875 os Kiowas ficaram diante ao general Miles. Em 1879 os Kiowas, Comanches, Wichitas e os Caddos e outras tribos foram reunidas na Reserva de Anadarko, onde foi instituída a Polícia dos Índios Kiowas, comandada pelo capitão Sankedoty. Ele dispunha de dois tenentes e quatro sargentos. Em 1892 os Kiowas entraram a fazer parte de uma tropa da Cavalaria Indígena (Troop “L”) do Fort Sill e comandada pelo tenente Scott. Em 1951 existiam ainda em Oklahoma 2.800 Kiowas e 400 Apaches-Kiowas.