quarta-feira, 25 de maio de 2011

Linchamento


Execução capital, não autorizada, por estrangulamento. A primeira aplicação dessa forma de “Justiça Espontânea” foi atribuída a Charles Lynch, da Virgínia, que fez enforcar os escravos negros fugitivos, quando o comportamento Oficial, dito pela Lei, lhe parecia muito lento e burocrático. No Oeste selvagem, onde o movimento de colonização precedeu a instauração de uma Autoridade central, o linchamento era geralmente o único e o mais eficaz método para punir os delinquentes. Em muitos casos, a mais próxima Corte de Justiça, encontrava-se a mais de 100 milhas de distância.

Prisões não existiam. Assim aos homens daquele tempo, o código de honra e a possibilidade de punir as violações daquele mesmo código mediante o ostracismo do criminal ou a sua execução capital, era tudo, portanto o que restava na espera que fosse instaurada uma Autoridade socialmente válida, e também nos casos no qual o direito vigente era considerado muito fraco ou indulgente, tomava-se a Lei nas próprias mãos, liberava-se com a força o homem custodiado pela Lei e o justiçava.

Geralmente eram os assassinos, os ladrões de gado e de cavalos. Normalmente a “Companhia da Gravata”, conduzia a sua vítima, com mãos e pés amarrados, na garupa de um cavalo, debaixo de um ramo de árvore, ou outra forca improvisada. Escutava-se o último pedido do desgraçado, ao qual se dava o direito de falar o que quisesse. O nó do laço era feito solidamente na corda. Em oposição a “Justiça dos Vigilantes”, que podia exercer tudo dentro da regularidade, o linchamento era um puro acto de violência por parte dos linchadores e não deixava nenhuma opção de fuga ao condenado. Na maioria dos casos, a vítima era verdadeiramente culpada do facto, mas houve também vários casos, com pessoas totalmente inocentes, que foram enforcadas.

Geralmente essas ocasiões serviam de grande humorismo aos presentes. O ladrão de cavalos Craig Matthews fumou um cigarro e colocou a pirisca em seu bolso, por puro nervosismo, causando verdadeiras gargalhadas dos seus linchadores. Em 1868 o pastor “Irmão Van” foi perseguido em plena pradaria, por um grupo de linchadores que estavam no rasto de um ladrão de cavalos. O homem afirmou de ser o conhecido “Irmão Van”, mas todos o consideraram um mentiroso e colocaram o laço em seu pescoço.

Somente no último instante, um dos linchadores recordou-se de ter ouvido, ao longe, certa vez o “Irmão Van” cantando, num coral. Ele convidou o ladrão de cavalos a cantar novamente aquela mesma canção. Então o linchador reconheceu a voz do pastor, o “Irmão Van”, e foi desamarrado e deixado livre, para alívio do indiciado. Duas horas depois, o “Homem de Deus”, viu o corpo de um enforcado pendurado numa velha árvore. Nunca foi apurado, se aquele fosse realmente o verdadeiro ladrão de cavalos, tão procurado.

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