quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Mercadores De Escravos

O seqüestro de três meninos mexicanos. Uma cidade amordaçada pelo medo. Um empresário desumano que despreza qualquer forma de vida. Uma gigantesca mina de ouro explorada por escravos. Esses são os atos de uma tragédia humana na qual apenas Tex e Carson podem colocar um final feliz.

Sommer esteve longos anos sem trabalhar em Banda Desenhada e isso é bem patente nesta aventura do ranger. É certo que o autor confessou ter sentido novamente o prazer de desenhar e prepara mesmo uma nova aventura de Tex com argumento de Boselli. Quem desenha um dia, desenha todos os dias, é certo, mas existem pormenores, um estilo ou uma técnica que se perde facilmente com a falta de prática e que só esta pode voltar a dar.

O autor espanhol tem um estilo que, pessoalmente, cativa, mas toda a aventura está caracterizada por um desenho falho de um certo rigor: alguma falta de proporção nas personagens e um Tex que nunca se assume. A figura do ranger lembra vagamente um cow-boy dos primeiros filmes de Hollywood (existem semelhanças em algumas fases com o actor Randolph Scott), por vezes alude ao tex de De La Fuente, ou chega a assemelhar-se com Paul Foran (um herói do espanhol Montero).

O Tex de Sommer nunca se assume verdadeiramente sommeriano, nunca está à vontade e repare-se, por exemplo, que em uma só página o Tex do primeiro quadrado é completamente diferente do Tex do quarto quadrado.

Em Mercadores de Escravos, Sommer está bem mais à vontade no desenho das cenas de acção ou nos grandes espaços e fazemos votos para que na próxima oportunidade o autor consiga dar ao herói o seu cunho pessoal, mantendo-o ao longo de toda a aventura.

Texto editado do original de Mário Marques, publicado em: http://texwillerblog.com/wordpress/?p=13832

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