sábado, 13 de março de 2010

Prosa dos Lenços

Prosa dos Lenços


Luiz Carlos Lanfredi e Chico Brasil



O nosso lenço campeiro, velho parceiro de luta

Simboliza as tradições, dos tempos da vida bruta

É uma herança partidária, que campeou seu ideal

Testemunho da história, desse Rio Grande bagual
O meu lenço foi tingido, com sangue dos farroupilhas

Peleou dez anos a fio, nas mais sangrentas guerrilhas

Hostentando a valentia da nossa raça caudilha

Implantou a liberdade no lombo dessas coxilhas

Meu lenço republicano, nasceu branco castilhista

Foi um bravo nas peleias, foi soberbo na conquista

Governou a ferro e fogo com norma positivista

Não cedendo aos maragatos o poder federalista

O meu lenço maragato, liberal federalsita

Em 93 foi guerreiro, foi tribuna ativista

Peleou contra o lenço branco dos pica-paus legalistas

E se fez libertador combatendo os castilhistas
O nosso lenço campeiro, traz cheiro de campo e céu

Aquerenciou no gaúcho, entre a bombacha e o chapéu

Um gaúcho bem pilchado, estampa a simplicidade

Mais sem lenço no pescoço, perde sua identidade

Trêmulando aos quatro ventos, o lenço se fez canção

Se expandiu Brasil afora, é gaúcho em qualquer chão
O nosso lenço campeiro, velho parceiro de luta

Simboliza as tradições, dos tempos da vida bruta

É uma herança partidária, que campeou seu ideal

Testemunho da história, desse Rio Grande bagual
Meu lenço branco borgista, governou mais uma vez

Me batizaram chimango nas urnas de 23

Com temor de Assis Brasil o maragato caudilho

Meu lenço se fez história, passando de pai pra filho
Meu lenço cinza xadrez, o carijó companheiro

Nunca foi politiqueiro e nem provocava alvoroço

Mais conforme o vento vai, não fica comprometido

Não faz parte de partido e nem escolhe pescoço
Lenço vermelho é maragato lenço branco é chimango

O preto é luto respeito, este não vai a fandango

É gaúcho igual aos outros, de bombacha espora e mango

Procedência castelhana lá da província do tango
O nosso lenço campeiro, traz cheiro de campo e céu

Aquerenciou no gaúcho, entre a bombacha e o chapéu

Um gaúcho bem pilchado, estampa a simplicidade

Mais sem lenço no pescoço, perde sua identidade

Trêmulando aos quatro ventos, o lenço se fez canção

Se expandiu Brasil afora, é gaúcho em qualquer chão
Os lenços se entrelaçaram

Fazendo a pátria tremer

Á cavalo eles levaram

Getúlio Vargas ao poder

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