sábado, 17 de setembro de 2011

PESQUISA EM CURITIBA SURPEENDE DIREÇÃO DO MOVIMENTO O SUL É O MEU PAÍS

Na manhã de sábado, 17 de setembro, um grupo de pesquisadores foi às ruas de Curitiba para fazer uma pergunta no mínimo instigante: “Se o governo federal permitisse um plebiscito para separar a região Sul (PR, SC e RS), seu voto seria: a favor da separação; contra a separação; indeciso(a)”. Os números vão surpreender muita gente que não acreditava na força que possui esta proposta no Sul do Brasil.


Sob a coordenação do Grupo de Estudos Sul Livre (Gesul), uma associação de estudiosos do separatismo Sulista, fundada no ano 2000 e que assessora o Movimento O Sul é o Meu País (Fundado em Laguna SC, no ano de 1992), os trabalhos de recolha de dados das amostras em Curitiba foram dirigidos pelo historiador e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná (IHGP), Carlos Zatti, um dos fundadores da entidade.


Ao todo foram pesquisados 652 pessoas residentes em Curitiba e os resultados foram os seguinte: 36,8% votaram contra a proposta, sendo que 35,4% declaram ser a favor da separação e outros 25% declaram-se indecisos. A pesquisa começou às 8:30 da manhã e se estendeu até as 12 horas deste sábado. Os resultados foram divulgados no início da tarde pelo coordenador Carlos Zatti e remetidos para o município de Brusque, onde fica a sede nacional do Movimento O Sul é o Meu País, a mais importante e conhecida entidade que defende esta proposta e que encomendou a pesquisa.


Minutos depois de receber os resultados finais, o principal dirigente do Movimento O Sul é o Meu País, o jornalista e professor Celso Deucher analisou os números. “De certa forma este resultado ficou aquém das nossas expectativas, pois esperávamos algo em torno de 50 a 55% favoráveis a nossa proposta”, diz Deucher. Para ele alguns fatores foram decisivos para esta tênue diferença entre os que aprovam e desaprovam a idéia.


“Nunca tivemos grande aprovação nas capitais Sulistas e isto inclusive o Instituto Bonilha, o IBOPE e outros institutos já comprovaram também. Mas nós acreditamos que um dos fatores foi o grande número de migrantes que vivem na nossa capital paranaense construindo uma vida melhor e que são de outras regiões do Brasil tenha pesado neste resultado. Além disto temos sérias razões para acreditar que o grande número de funcionários federais existentes nas capitais também é um fator que influencia nos números”, diz Deucher.


O presidente revela um dado que ele considera “intrigante”, mas que consta do documento final da pesquisa. “Nossos pesquisadores, juntamente com o coordenador da ação fizeram uma breve análise dos números depois que eles foram apurados e praticamente todos disseram ter se surpreendido com o número de aposentados que votaram contra a proposta. Alguns deles queriam mais detalhes sobre o assunto, perguntando como ficaria a sua aposentadoria caso houvesse a separação. Como nossos entrevistadores não podiam dar maiores detalhes sobre o assunto, pois a pergunta estava muito clara, a maioria dos aposentados votava contra a idéia”, conta.


Perguntado se estes resultados de alguma forma mudam as pautas defendidas pelo Movimento O Sul é o Meu País, Deucher foi enfático: “A pesquisa prevê uma margem de erro de até 5% para mais e para menos e portanto trata-se de um empate técnico. Nua e cruamente analisando os números, tivemos uma diferença minúscula de 1,4% e isso não nos desanima pois sabemos que não existe entidade alguma em todo o Paraná que possui uma idéia força com tantos adeptos. Com base nesta amostragem e nos números da pesquisa podemos dizer que possuímos um patrimônio ideológico em Curitiba de cerca de 640 mil adeptos da nossa proposta. Isto é muita coisa. Salvo melhor juízo, isto nos torna uma das entidades com maior aprovação pelo povo curitibano”, avalia.

Projeto de Consultas Populares vai até 2015



Dentro do Projeto de Consultas Populares que vem sendo levado a termo pelo Movimento O Sul é o Meu País e para o qual fez parceria com o Grupo de Estudos Sul Livre (Gesul) na realização em campo, devem ser consultadas nos próximos dias as duas outras capitais Sulistas. “Dia 8 de outubro o Gesul faz o mesmo trabalho em Florianópolis e em 15 de outubro na capital gaúcha, Porto Alegre. Neste mesmo dia 15 vamos fechar os números gerais desta primeira etapa do projeto que vai até 2015”, explica Celso Deucher.


Em uma ambiciosa ação do Movimento, o projeto é levar esta consulta para todos os municípios Sulistas até o ano de 2015, quando os separatistas pretendem consultar 51% da população dos três Estados. Deucher explica: “No ano que vem (2012) estaremos fazendo a mesma consulta novamente nas três capitais e nas outras 45 cidades com mais de 100 mil habitantes. Já em 2013 vamos consultar da mesma forma e com a mesma pergunta cerca de 800 cidades Sulistas onde hoje temos representação municipal”.


No ano de 2014 os separatistas querem tomar conta de todas as cidades Sulistas e já não farão mais pesquisas de opinião e sim o que eles chamam de “Plebiscito Alternativo”. O presidente da entidade explica que se trata de um plebiscito sem validade legal, mas que na prática vai mostrar aos políticos e demais “donos do Estado brasileiro” que no Sul do Brasil existe um povo que deseja “ardentemente a sua autodeterminação” pela forma democrática do sufrágio universal.


A partir do ano de 2014 eles pretendem colocar uma urna em todos os locais de votação que o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) usa para as eleições. “Já que o governo brasileiro se nega a vir nos consultar legalmente, nós vamos fazer por nossa conta um plebiscito e vamos comprovar que nosso povo majoritariamente quer a separação. Nas cidades do interior esta proposta é muito bem cotada e creio sinceramente que mesmo nas capitais vamos virar os números até 2015, pois a partir de agora nosso pessoal vai começar a trabalhar firmemente. As pesquisas vão balizar nosso trabalho de conscientização do povo Sulista”, analisa Deucher.


No ano de 2015, quando o projeto de Consultas Populares se encerra, Deucher diz que uma grande ação nos meios judiciais estadual, nacional e internacional será empreendida. “Quando se tem uma proposta como a nossa que radicaliza a reforma do estado propondo a criação de um novo através do direito de autodeterminação, sobra-nos poucas alternativas para lutar. Nós renunciamos a luta armada por que somos pacíficos e plebiscitários, então sobra-nos os meios judiciais e o povo nas ruas para buscar tornar realidade este nosso grande sonho de um novo País”.


O Movimento O Sul é o Meu País pretende em 2015 formar um universo de cerca de 13,5 milhões de provas de que o Sul quer se separar do Brasil. “Todas as nossas pesquisas serão, a partir do ano que vêm registradas em cartório e estarão à disposição de todos os cidadãos que queiram analisá-la e até contestá-la. Quando iniciar o Plebiscito Alternativo, cada voto será uma prova concreta de vontade popular e o estado brasileiro poderá até contestá-lo, porém ficará na obrigação de provar o contrário. Queremos mostrar com isso que existe de fato uma vontade coletiva do povo Sul Brasileiro que no mínimo exige ser tratado com respeito e em pé de igualdade com os demais povos brasílicos”.


Celso Deucher frisa ainda que todo este esforço pretende dar embasamento legal para um pedido formal a União e ao Congresso Nacional para que façam legalmente um plebiscito consultivo na região Sul. “Depois do fim dos regimes coloniais em quase todo o mundo, não vejo qual a vantagem que o estado brasileiro teria em manter sob seu talante um povo contra a sua própria vontade. O bom senso e os direitos humanos tem que prevalecer”, avalia.


“Nós das Três Colônias do Sul poderemos, com respeito e igualdade, manter as melhores relações de amizade e comércio com o Brasil. Afinal somos povos irmãos e numa família o respeito pelas diferenças deve sempre nortear nosso comportamento. Porém, nós somos três filhos desta pátria brasileira que já nos sentimos adultos o suficiente e entendemos que chegou a hora de sairmos de casa e formar nossa própria família”, finaliza Deucher.



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